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CONTOS DE TERROR: O VAMPIRO CIGANO...

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AUTOR: DAVID DA COSTA COELHO

Após a criação do vampiro Jesus, Indira [1]Indra dedicou séculos ao seu 1º filho vampiro, e como tinha uma essência especial, sua cria foi um bom discípulo de seus ensinamentos e já havia terminado a fase insana por sangue, matando milhares de humanos ao longo deste período, agora ele estava livre para viver o que era e podia conhecer vampiros muito mais velhos, ou novos, como [2]Maomé, que era 700 anos mais jovem que Jesus. A coisa que os ligava mais ainda é que os humanos haviam criado duas religiões monoteístas em nome deles, e que como humanos, essa espécie inferior, se matavam em guerras divinas por deuses que na verdade eram vampiros...
Indira viajou muito pelo mundo, mas a Índia ainda era sua casa e cultura. Há milênios ele tinha experimentado todas aquelas religiões e suas imposições religiosas aos fieis, e se não fosse seu mestre Sidarta, ele teria sucumbido a essas cantilenas para dominar e domar as mentes humanas, mas Sidarta o salvou dessa sanha hipócrita, e ao se tornar vampiro, tinha ainda mais rancor e nojo destes líderes manipuladores. De tudo que havia lá, o sistema de castas era o pior porque era uma forma inteligente de fazer os fieis aceitarem sua linhagem e seguir sofrendo em busca da próxima reencarnação.
Mas dentre esses [3]Dálitis, havia um grupo especial que não aceitavam essa condição, e nem mesmo a religião que lhes impunham, a Índia tinha uma riqueza de religiões que dava até mesmo a intocáveis uma forma de não seguir as castas, eles eram adoradores da Deusa [4]Kali. E ela exigia em sua adoração determinados hábitos e costumes que fazia desse povo muito mais livre e feliz que todos os demais dessa casta. Para escaparem de seu destino de intocável eles começaram a migrar em clãs para outras províncias da Ásia porque foram perseguidos por governantes indianos devido sua negação em ser Dálitis...
Se aquele movimento minoritário tivesse sucesso, assim como o [5]jainismo e o [6]budismo de séculos atrás em seu inicio, arregimentando milhares de fieis, e que foi combatido pelo [7]hinduísmo, se nada fosse feito, o sistema de castas entraria em declínio e os governantes perderiam seu poder, sendo assim eles foram caçados e fugiram. Essa foi à primeira leva de fuga da tribo Roman, que séculos após ficariam conhecidos como ciganos. No ano 800, Indira estava no [8]Punjab, e ali observava um daqueles líderes dos Dálitis, seu nome era Bodanan. Muito mais alto e forte que qualquer um daquela casta, maior até mesmo que Indira.
Bodanan era um bom marido e pai zeloso e também um grande erudito aos 25 anos, embora ler e aprender fosse proibido a sua casta, ele sabia ler e escrever em três idiomas, inclusive o árabe, e o livro sagrado do islamismo já tinha chegado à índia no ano 750 através de mercadores. Indira devorou cada palavra dele, mas era apenas mais uma religião sem nexo, e como discípulo de Kali, jamais se entregaria ao que ali estava escrito.
 Ele amava o conhecimento, mas não se deixava dominar por ele, além do mais, o fato de poder viajar por outras nações com seu povo, conhecendo hábitos diversos, só dava a ele e a seu povo a certeza de manterem sua cultura e religião como uma pátria portátil que nenhum povo ou religião poderia tirar. Mas nem sempre a coisa funciona assim. Sua tribo, esposa e filhos estavam acampados numa ravina, e após as festividades de um noivado, todos foram dormir, mas ao anoitecer eles foram atacados por uma horda de seguidores do novo Deus Alá, embora tivessem feito uma ferrenha resistência, foram derrotados e os que sobreviveram foram levados como escravos.
Os islâmicos estavam dominando grande parte da África, todo oriente médio, e já invadiam regiões no continente asiático em pequenas hordas. Durante a batalha Bodanan foi atingido com a lateral de uma cimitarra e caiu batendo a cabeça numa pedra e foi dado como morto. No campo de batalha muitos outros Romans também perderam a vida e o cheiro de sangue humano infestava aquele local. Indira jamais pensou em abater aqueles humanos porque os admirava, mas ao ver a cena dantesca de mais uma guerra humana por poder e religião ele sentiu vontade de matar todos aqueles seguidores do novo credo.
No entanto, olhou a sua volta e percebeu muitos romans em estado de quase morte, mas o sangue ainda podia ser aproveitado. Aproximou-se e bebeu o sangue dos que pode, libertando suas almas para uma próxima vida. No entanto, no último e mais forte deles, ele percebeu que Bodanan apenas estava com a cabeça machucada e se tratado, poderia voltar a saúde plena. Mas isso tinha um preço, já que ele viu entre os corpos de mulheres e crianças ali presentes os filhos e esposas daquele homem, e sabia que se ele voltasse para o mundo humano, a dor e o desejo de vingança seriam as únicas coisas que o manteria vivo neste mundo, negando tudo que ele tinha sido e dominando o que seria na pobre e curta vida humana. Mas naquele cigano havia algo mais que só um vampiro velho perceberia, uma força de vida e uma energia espiritual muito grande, alguém digno de ser o 2º filho de Indira, e um irmão para Jesus...
Indira se aproximou e sugou o pescoço daquele homem e o levou ao limbo, a ponto do humano ver o túnel de luz onde seus filhos e filhas já estavam, e que lhe pediam com as mãos que o  seguissem; mas esse destino não lhe pertencia. Depois de levá-lo àquele estágio, Indira morde a própria língua e deixa que o sangue denso e imortal flua dela para a boca de Bodanan. Os ferimentos se fecham e aquele cigano deixa para sempre o mundo dos humanos, com suas crenças, guerras, amores mortais e morte certa, ele agora é alguém igual a um ser divino que ele e seu clã adoraram por séculos, Kali, pois assim como Jesus e Maomé, ela também era uma vampira, mas com 40 mil anos de idade, e que agora hibernava no Tibet.
Os vampiros na verdade eram os criadores de todas as religiões humanas porque foi uma forma encontrada milênios atrás pelos mais velhos para que eles avançassem como civilização. Ao criar religiões, eles puderam se fixar com língua e cultura num lugar e expandir seu modo de vida, mas a intensão principal era procriar porque humanos eram as ovelhas e o gado dos vampiros. Num certo sentido deu muito certo porque havia muitos milhões de humanos, e eles se reproduziam como coelhos, e ainda se matavam aos milhares em suas guerras insanas.
Bodanan desperta como a criatura suprema da terra, e com a fome por sangue humano que era a característica de sua espécie. Seu pai já havia preparado o banquete, pois voou com o filho para um acampamento islâmico onde havia centenas de soldados, mulheres e escravos, mas não era o grupo que atacou os ciganos e sim outro que se dirigia para atacar mais um acampamento de ciganos. Semelhante as 12 tribos de Israel, os ciganos migravam em clãs. Essa estratégia os permitiria chegar da Ásia ao oriente médio e depois Europa. E séculos mais tarde também ao continente americano. Entretanto, muitas tribos pereceram nessa jornada, mas algumas foram vingadas ao extremo...
Naquele momento de transição e fome, Bodanan era uma criatura da natureza, e as ordens mentais vindas dos dois vampiros paralisaram todas aquelas pessoas. Pela primeira vez eles perceberam o quão inútil é ter fé numa divindade para lhe dar algo ou salvar a vida. Soldado após soldado, Bodanan os matava e se alimentava e ouvia seus últimos pedidos. Em suas mentes o pedido de ajuda e proteção de Alá era o que mais imploravam, mas seu deus não estava ali, e nem seu profeta que era um vampiro, e se estivesse, se juntaria a orgia de sangue. Depois de beber o sangue de todos os homens, ele atacou todas as mulheres e crianças. Ao raiar do dia Bodanan não tinha mais fome e sua consciência voltou por completo. Seu criador ficou satisfeito de tê-lo escolhido porque ele realmente tinha uma alma superior e inquieta.
Mentalmente seu mestre lhe dá todas as regras do ser que ele se tornou e suas obrigações para com os mais velhos. Fazendo isso, ele era livre para viver sua imortalidade. Indira lhe ordenou que se dedicasse exclusivamente a sua herança vampira. Por cem anos ele fez exatamente isso, viajou com Indira para todas as nações da terra, provou o sangue de todas as etnias humanas e descobriu que o sangue trazia além do alimento, toda memoria genética do dono. Desta forma os vampiros podiam falar e entender todas as línguas da terra, aprender sobre tudo que os humanos faziam, e também podiam interagir com o mundo deles vivendo com eles e desenvolvendo coisas que servia para melhorar suas vidas.
Mas aquilo não agradava Bodanan, embora os humanos fossem apenas alimento, ele era apaixonado pela forma como sua sociedade e cultura se desenvolviam. Particularmente ele gostava mais do grupo do qual ele se originou, os ciganos. Por serem livres e inteligentes, desenvolveram varias artes da dança música e instrumentos, técnicas de construção e domas de animais, além de artes arcanas e advinhatórias. Eles eram dos poucos povos da terra que sabiam da existência dos vampiros e que podiam perceber um entre eles vivendo como simples humano.
No entanto, esses dons também os tornavam alvo porque vários povos os capturavam para serem escravos ou se utilizar dos dons deles para edificarem suas cidades e templos, ou mudança cultural. Mas também para serem mortos por serem contra ideias do cristianismo ou islamismo. Ao final, os ciganos, assim como os judeus, acabaram sendo bodes expiatórios para vários movimentos ao longo da história.
Depois de séculos apenas com sua espécie, Bodanan decidiu que era hora de viver um pouco com os humanos, mas com os ciganos, e como tal não se alimentaria deles, mas seria seu guardião, aprendiz e professor. Ele sabia que seu antigo povo não tinha uma história escrita, então decidiu que essa tarefa cabia a ele. Ao longo dos séculos ele catalogara tudo sobre a etnia cigana da qual surgiu e de demais clãs que se diversificaram. No entanto, ele ainda era um vampiro, e como tal, viver entre um grupo de humanos que tinham utilidades diversas, e que sempre era atacado, dava a ele alimento variado e sem precisar ir atrás das presas...
 Os ataques de povos inimigos geralmente era à noite porque essa tribo cigana contava agora com 3 mil indivíduos. Mas no dia seguinte o que eles viam no seu acampamento eram os corpos de centenas de soldados mortos e sem sangue, mas isso não os assustava porque era um tributo a deusa Kali. Bodanan colocou nas mentes dos ciganos que ele era o protetor enviado por Kali, e como tal, nenhum humano ou vampiro atacaria aquela tribo. E à medida que os mortos se seguiam, os ciganos acumulavam armas, joias e alimentos de quem os atacaram e foram mortos, e que como tal, não precisaria mais de seu ouro, prata, aço e alimentos.
Bodanan viveu com aqueles Romans até o ano 1300, mas depois deixou que a história deles seguisse seu curso. Mas o que ele aprendeu e escreveu sobre eles ele deixou num mosteiro acima dos mosteiros tibetanos, muito mais antigos que a chegada do budismo naquela região, e passou séculos convivendo com seu mestre, seu irmão e demais vampiros sendo o que eram, os donos do gado humano. Mas ainda assim ele podia perceber os rastros do seu antigo povo...
 Os descendentes agora viviam na Inglaterra e américas. Alguns ainda ficaram na Ásia, e muitos também decidiram abandonar completamente suas lendas e tradições e se integrar ao mundo ocidental. Os ciganos, e os demais acadêmicos que os estudavam, achavam que eles não tinham história porque nada foi escrito; ao contrário, eles tinham sim uma herança escrita, feita não por um humano e sim por um imortal.
Mas depois de séculos, Bodanan decidiu quebrar um tabu que se impôs, beber do sangue cigano. Foi no [9]Soho de Londres e consultou uma cartomante cigana, ela tinha o cheiro da sua linhagem de séculos atrás. Ela fechou a porta e colocou a placa de ocupada e falou ao vampiro.

- Seja bem vindo mestre e protetor, Kali, a deusa mãe falou-me de você em sonho, sei que ainda é o deus guardião de nosso povo, mas que precisa de meu sangue. Eu sabia desde criança o dia da minha morte porque lhe via aqui, nesta hora e lugar por todos esses anos, e estou honrada de servir a um deus. Venha meu senhor, é hora de pagar a nossa dívida de proteção e sangue, com meu sangue...

Bodanan não se surpreendeu com o dom dela, a [10]psicometria era um dom humano em pessoas de almas avançadas, e mais ainda nos ciganos. Ele pegou a jovem cigana, na casa dos 25 anos, colocou suas mãos imensas em volta da nuca dela, e deixou que seus dentes pontudos e retrateis furasse as veias, dando liberdade ao saboroso sangue. Ela foi desfalecendo e o túnel de luz se abriu para ela, chamando-a, mas ele tinha uma ideia diferente para aquela jovem romani...
Sabia exatamente quem ela era, a reencarnação de uma de suas mais amadas esposas, que foi morta no mesmo dia que se tornou vampiro. Ele fez dela uma imortal, e agora ficariam juntos para sempre porque o vinculo entre criador e criatura era inquebrável, e uma vez vampira, ela pôde lembrar-se de seu antigo marido e agora seu eterno companheiro. Após sua fase de transição, ele e ela saíram pelo mundo dos ciganos novamente, numa busca não mais pela história deles e sim atrás de suas três esposas que com certeza estavam reencarnadas nesta época. Mas isso era como uma gota d’água no oceano, e só havia um vampiro com poder mental para acha-las, Indira Indra, seu pai, seu mestre e seu melhor amigo...
Indira achou as outras humanas e deixou algo raro ocorrer, um vampiro encontrar os humanos que um dia foi parte de sua vida humana e torná-las imortais para seguir algo que jamais terminou, apenas tirou um tempo muito longo pra se reencontrar...   



[1] O vampiro estava feliz, após milhares de anos ele havia encontrado um ser humano digno de receber sua herança imortal. Em sua longa existência, mais de 20 mil anos de idade, Lamak jamais criou outro vampiro, pois não via com bons olhos a sua espécie... Frios, egoístas e dotados de uma fome sádica, onde se matava por fome ou prazer; a cura dessa sandice levava séculos, e muitos ainda assim persistiam como se estivessem nascido há pouco tempo porque gostavam de matar os humanos inferiores. Quando ele ainda era humano, vivia como um [5]Xamã, voltado à busca da cura e auxilio a outros seres humanos e também estar em comunhão com a natureza, os deuses e o universo...

[2] - Mesmo tendo me criado e cuidado de mim por todo esse tempo, será que jamais vai entender que odeio a humanidade? Não quero ser pai de seres frágeis, ter uma mulher para escravizar meu destino, ficar velho, fraco e decrépito como todos de minha espécie, aguardando uma morte indigna por doença ou velhice. Você esta viva há milhares de anos, já imaginou que fosse possível se tornar humana, e sofrer tudo aquilo que a mim esta destinado, caso não me tire desta frágil e inútil vida mortal? Meu único desejo é ser aquilo que você é, e se hoje, você não me fizer um vampiro, depois de tudo que fez por mim, a única coisa que me resta é tirar essa minha vida humana inútil porque nada nela me dá prazer ou motivo de vida.

[3] Na Índia, trabalho e riqueza são parâmetros insuficientes para que possamos compreender a ordenação que configura a posição ocupada por cada indivíduo. Nesse país, o chamado regime de castas se utiliza de critérios de natureza religiosa e hereditária para formar seus grupos sociais. O regime de castas vigora há mais de 2600 anos na Índia e tem origem no processo de ocupação dessa região. A primeira distinção desse sistema aconteceu por volta de 600 A.C., quando os arianos foram diferenciados dos habitantes mais antigos e de pele mais escura pelo termo “varna”, que significa “de cor”. A partir de tal diferenciação, os varna foram socialmente ordenados de acordo com cada uma das partes do corpo de Brahma, o Deus Supremo da religião hindu.
No topo dessa hierarquia, representando a boca de Brahma, estão os brahmin.  Representam apenas 15% da população indiana e exercem as funções de sacerdotes, professores e filósofos. Logo abaixo, vêm os kshatriya que, segundo a tradição, seriam originários dos braços de Brahma. Estes exercem as funções de natureza política e militar e estão diretamente subordinados pelas diretrizes repassadas pelos brâmanes.
Compondo a base do sistema de castas indiano, ainda temos os vaishas e shudras. Os primeiros representam as coxas do Deus Supremo e têm como função primordial realizar as atividades comerciais e a agricultura. Já os shudras estabelecem uma ampla classe composta por camponeses, operários e artesãos que simbolizam os pés de Brahma.
Os dalit, também conhecidos como párias, são todos aqueles que violaram o sistema de castas por meio da infração de alguma regra social. Em consequência, realizam trabalhos considerados desprezíveis, como a limpeza de esgotos, o recolhimento do lixo e o manejo com os mortos. Uma vez rebaixado como dalit, a pessoa coloca todos seus descendentes nesta mesma posição.

[4] Os dalits sempre foram discriminados, mas muitos deles, nas províncias distantes da índia adoravam Kali, ou Kali Ma, que  é uma deusa hindu de dupla personalidade, exibindo traços tanto de amor e delicadeza quanto de vingança e morte terrível. Era conhecida como a Mãe Negra, a Terrível, Deusa da Morte e a Mãe do Carma. Ela é mostrada agachada sobre o corpo inerte de Shiva, devorando seu pênis com sua vagina enquanto come seus intestinos. Essa imagem não deve ser entendida literalmente, ou visualmente, num plano físico. No sentido espiritual, Kali recolhia a semente em sua vagina para ser recriada em seu ventre eterno. Ela também devorava e destruía toda a vida para que fosse refeita. Além dela, os Dalits, para conseguirem romper, de certa forma, com o passado opressor das castas indianas, convertem-se ao Budismo (mais liberal e igualitário porque prevê a iluminação em vida, fugindo do ciclo de reencarnação e sofrimento), ao Islamismo porque não há sistema de castas, ou ao Cristianismo.

[5] O Jainismo começou no século 6 como um movimento de reforma dentro do Hinduísmo. Baseia-se nos ensinamentos do seu fundador, Mahavira. Acreditando que uma vida de abnegação era o caminho para alcançar a "iluminação", Mahavira vagueou nu e mudo pela Índia por 12 anos, suportando dificuldades e abuso. Depois disso, ele assumiu discípulos, pregando a sua crença recém-descoberta. Mahavira era veementemente contra a ideia de reconhecer ou adorar um ser supremo. Embora Mahavira tenha negado que qualquer Deus ou deuses existiam para serem adorados, ele, como outros líderes religiosos, foi endeusado por seus seguidores posteriores. Ele foi nomeado o 24° Tirthankara, o último e maior dos seres salvadores. De acordo com os escritos dessa crença, Mahavira desceu do céu, não cometeu pecado e, através da meditação, libertou-se de todos os desejos terrenos. O Jainismo é uma religião de legalismo extremo, pois só é possível atingir a salvação através do caminho do ascetismo (rígida abnegação). Não há liberdade nesta religião, apenas regras, principalmente as Cinco Grandes Promessas, a renúncia de: 1) matar seres vivos, (2) mentir, (3) ganância, (4) o prazer sexual e (5) os apegos mundanos. Acredita-se que as mulheres devem ser totalmente evitadas por supostamente serem a causa de todos os males.

[6] O Budismo é uma das religiões mundiais principais em termos de seguidores, distribuição geográfica e influência sócio-cultural. Enquanto é grandemente considerado uma religião "Oriental", está se tornando cada vez mais popular e de grande influência no mundo Ocidental também. O budismo é uma religião bastante peculiar, pois é uma religião bastante semelhante ao hinduísmo no fato de que ambos são chamados de religiões "orientais", ambos acreditam em Carma (ética de causa e efeito), Maya (natureza criativa e mágica da ilusão), Samsara (o ciclo de reencarnação), entre outras coisas. Os budistas acreditam que o objetivo principal da vida é o de alcançar a “iluminação”, como eles acham que ela existe. O seu fundador foi Siddhartha Guatama. O que Guatama descobriu? Iluminação encontra-se no "meio do caminho", não com indulgências luxuosas nem com automortificação. Além disso, ele descobriu o que ficou conhecido como as ‘Quatro Verdades Nobres’ – (1) viver é sofrer (Dukha), (2) sofrimento é causado pelo desejo (Tanha, ou “apego”), (3) uma pessoa pode eliminar sofrimento ao eliminar todos os apegos e desejos, e (4) isso é alcançado ao seguir-se o caminho das oito vias nobres. Esse caminho consiste de obter o entendimento correto, o pensamento correto, a palavra correta, a ação correta, o modo correto de existência (ser um monge), o esforço correto (direcionar as energias corretamente), a atenção correta (meditação) e a concentração correta (foco). Os ensinamentos de Buda foram colecionados no Tripitaka, ou “três cestos de flores”.

[7] O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas – alguns dos seus manuscritos sagrados são de 1400 a 1500 A.C. Também é uma das religiões mais diversas e complexas, possuindo milhões de deuses. Os hindus possuem uma grande variedade de crenças básicas e contêm muitas seitas diferentes. Apesar de ser a terceira maior religião do mundo, o Hinduísmo existe primeiramente na Índia, Nepal e em menor escala em alguns países ao redor. Os textos principais do Hinduísmo são: Veda (considerado o mais importante), Upanishadas, Mahabharata e o Ramayana. Essas escrituras contêm hinos, encantamentos, filosofias, rituais, poemas, e histórias nas quais os hindus baseiam suas crenças. Outros textos usados pelo Hinduísmo são os Brahmanas, Sutras e os Aranyakas. Apesar de o Hinduísmo ser conhecido como uma religião politeísta, com cerca de 330 milhões de deuses, também tem um "deus" que é supremo: Brahma. Acredita-se que Brahma seja uma entidade que habita em toda área da realidade e existência, por todo o universo. Acredita-se que Brahma seja um deus impessoal que não pode ser conhecido e que ele existe em três formas separadas: Brahma—Criador; Vishnu—Preservador e Shiva – Destruidor. Essas "facetas" do Brahma são também conhecidas através de muitas encarnações de cada uma. É extremamente difícil descrever a teologia hindu exatamente, já que praticamente todo sistema de teologia é influenciado de uma forma ou outra pelo Hinduísmo. O Hinduísmo pode ser:
1) Monístico – Apenas uma coisa existe; a escola de Sankara
2) Panteísta – Apenas uma coisa divina existe, por isso Deus é idêntico ao mundo; Brahmanismo
3) Panenteísmo – O mundo faz parte de Deus; a escola de Ramanuja
4) Teísta – Apenas um Deus, distinto da Criação; Hinduísmo Bhakti
http://www.gotquestions.org/Portugues/Hinduismo.html

[8] KALI, A MÃE NEGRA DOS CIGANOS, DEUSA HINDU QUE OS FEZ CAMINHANTES
Os hindus adoram um deus que criou o Universo: Brahma. Como uma Torrente de Luz Brahma fez nascer duas divindades principais, Vishnu e Shiva, que formam com Brahma, uma Trindade. Vishnu e Shiva representam forças opostas: o primeiro a luz, a existência; o segundo as trevas, o aniquilamento. Assim Brahma é o equilíbrio entre eles. Ou melhor, a possibilidade da existência resultante da união dos opostos. Brahma é uma divindade do primeiro período védico da religião hindu (Veda). Porém, além dele há dezenas de divindades que eram adoradas na Índia Antiga. Entre elas, a mais temida era Kali, a deusa da morte, mulher impiedosa de Shiva. A essa deusa os ciganos prestavam adoração. E foi por ela, quando os muçulmanos dominaram a Índia, que partiram em direção ao mundo, andarilhos eternos, com a marca de Kali nos olhos de tudo ver, nas mãos de fazer magia, com a marca de Kali na vida flutuante. Com a marca de Nataraja, o Senhor da Dança, em seus corpos que dançam com facilidade e beleza. Assim, não restam dúvidas sobre a origem desse povo. Saíram da Índia caminhando numa única direção e originários do Sind e Punjab. Foram para o Afeganistão, para a pérsia, para a Romênia, Ásia Menor, entrando na Europa pela Grécia. Seguiram com seus trajes hindus, rasgados pelas andanças – sua marca de submissão a Kali, também chamada Sara, a Negra – suas danças e sua linguagem, o romani.
Hoje os ciganos preferem ser chamados de ROMS. Esta palavra – ROM – é comum em todas as tribos do mundo quer dizer “negro”. Está também ligada a Kali, a negra, a Durga, a mãe negra feiticeira de todos os ciganos. Culto particularmente popular na Índia oriental. Sua cidade era KALIKATA (Calcutá). Embora a representem aterradora com armas, colar feito de cabeças humanas, armada de facas e lanças, com a língua de fora em busca de sangue, destruidora do mal, sabem que ela é também mãe e, assim a veneram. Adornada de joias, Sara Kali é mãe vingadora, mãe guerreira, mulher de Shiva, a força da Magia Cigana.
Kali da à vida e pode matar, dizem os ciganos. Sua imagem é escura, suas roupas cobertas de joias de valor mágico, com pedras poderosas, seus cabelos de cobras envoltos em véus de luz. Nos olhos o brilho das águas do Rio Sarasarati (próximo a Punjab, de onde saíram os ciganos). Na Índia, hoje em dia o culto a Kali é imenso, seus adeptos chamam-se THUGGS, intrépidos abastecedores da deusa, com a vida dedicada à sua causa. Calcutá hoje tem 11 milhões de habitantes. Nas florestas encontram-se imagens da Kali, envolta em cobras, com panos dourados, negra mãe dos hindus. Um de seus nomes favoritos é KOUN KHALI (a devoradora de homens). Ela representa o lado escuro do ser humano.
Os calins, há mil anos saídos do norte da Índia, onde eram considerados párias, caminharam em três fluxos migratórios. O primeiro grupo seguiu para a Rússia, o segundo grupo viajou para a Turquia e o terceiro para o Egito. Da Rússia, os ciganos deslocaram-se para o oeste em direção ao leste europeu, principalmente para o Romênia. O grupo que foi para o Egito atravessou depois o Mediterrâneo para chegar a França, Espanha e Portugal (alguns para o Brasil). O grupo que partiu para a Turquia se espalhou pela Grécia, pelos Balcãs e pela Europa Central, chegando a Escandinávia.
O nome calin, que na língua cigana é um sinônimo de ROM, e quer dizer cigano, prova que os ciganos eram adoradores de Kali. Atualmente existe calins em grande número na Romênia (2 milhões), Hungria (650 mil), Espanha (500 mil), Rússia (260 mil), Itália (80 mil), Grécia (90 mil), Polônia (60 mil), Alemanha (75 mil), Áustria (17 mil), Portugal (92 mil), Inglaterra (60 mil) e Holanda (30 mil).
A mais famosa peregrinação dos ciganos se realiza anualmente em Saintes Maries de la Mer, em Comarque, sul da França. Aí os ciganos veneram a Túmulo de sua protetora a Sara, que teria acompanhado como escrava as três Marias, em sua viajem mitológica desde a Palestina. As três Marias são Madalena, Jacobé e Salomé. Essa lenda é uma das origens, e a bela igreja é frequentada por todas as tribos, principalmente nos dias de Santa Sara 24 e 25 de maio.
O nome Sara significa “a dama” em fenício. É o correspondente antigo de Nossa Senhora. O culto que os ciganos devotam a Sara, a empregada negra na cripta da igreja, não é anterior ao século XIX, mas a Kali, cujo culto se miscigenou a Sara; é milenar. Nesse ritual na França a imagem de Sara é afundada na água e levantada ao ar, como em um batismo antigo. Sara não é canonizada pela igreja, por isso fica na cripta. Esse rito de imersão é semelhante ao que era feito com as imagens das deusas da fertilidade nas religiões antigas mediterrâneas.
Santa Sara, tem o mesmo rosto, o mesmo vestido e as joias de Kali, do santuário de Patiala, Punjab, Índia. São a mesma divindade: Sara Sati, a esposa de Shiva. Os ciganos franceses acreditam que as imagens têm uma espécie de força viva, podem atender pedidos, sentem e se emocionam com os apelos dos humanos. Assim, toda carroça cigana tem uma imagem. Com a de Sara eles fazem a Magia do Amor. É desta forma:
“Pega-se os nomes das pessoas que querem se unir em matrimônio e coloca-se embaixo da imagem de Sara. Acende-se três velas em triângulo e faz-se o pedido à imagem da Santa. E é casamento certo...”
Essa crença no poder das imagens é antiga e foi comum a todos os povos, até mesmo os judeus a tiveram com o culto das imagens falantes ou terafins...
A cidade de Saintes-de-Maries-de-la-Mer, no delta do rio Ródano, comemora todos os anos a chegada ao local das Santas Maria Jacobé, Maria Salomé e Maria Madalena, e Sara, a padroeira dos ciganos que para lá acorrem. No dia 24 de maio há uma grande procissão na qual as imagens são carregadas por ciganos e protegidas pelos cavaleiros - guardiães. Esta cidade é considerada uma cidade santa da Europa, destino de constantes peregrinações, principalmente do povo rom. A razão para essas peregrinações se perde nas brumas do tempo e é contada de boca em boca pela gente da viagem, em volta da fogueira armada no centro do acampamento.
“Por volta do ano 40 de nossa era, Maria Jacobé (irmã da Virgem), Maria Salomé (mãe dos apóstolos Tiago Maior e João), Lázaro, o ressuscitado, e suas duas irmãs Marta e Maria Madalena, mais Maximiliano e Sidônio, um cego que Jesus havia curado, foram abandonados no mar pelos judeus de Jesuralém. Colocados num barcos sem velas, sem remo e sem provisões. Sara, a escrava negra das duas Marias, retida no continente, se desesperou.”
“Aí aconteceu o milagre: Maria Salomé atirou seu xale na água e o tecido flutuou, permitindo que Sara chegasse ao barco.”
“Graças à proteção divina, a barca atravessou todo o Mediterrâneo e chegou à região da Camarga, na praia onde hoje se ergue a Igreja das Santas Marias. Após construírem um pequeno oratório dedica à Virgem, os discípulos de Cristo se separaram. Marta iria para Tarascom. Madalena saiu em peregrinação para Saite-Baume, onde passou a viver numa gruta isolada. Lázaro foi apóstolo em Marselha. Maximiniano e Sidônio foram pregar em Aix. Só as duas Marias e Sara ficaram na Camarga. Quando elas morreram, os fiéis guardaram suas relíquias no oratório que haviam construído.”
Canta, violino; bate com o pé descalço, povo cigano, que são suas as noites de 24 e de 25 de maio, junto à Igreja. E, entre moedas de ouro e talismãs de prata, ao cair das cartas famosas do Tarot Cigano. “Os oráculos são uma forma de revelação de aspectos insuspeitos do real, seja o real presente, passado ou ainda vindouro. O oráculo pode ser um valioso instrumento que permitirá à pessoa uma sondagem criativa na mais densa, oculta e significativa realidade humana”. “Oráculos são como um espelho que, mesmo partido em mil pedaços, possibilita descobertas e auto – reconhecimento. Ou quem sabe, são os oráculos o próprio auto - conhecimento; os oráculos são como a lua no céu do deserto, a única orientação”. Os amuletos são objetos mágicos passivos: protegem e defendem. Os talismãs são ativos: atraem o bem.
“No século IX foi erguida uma igreja no lugar do velho oratório. No século XI, os monges de Montmajour estabeleceram ali um priorado e 100 anos depois reformaram a igreja, incorporada às fortificações da cidade. Em virtude das constantes invasões, os restos mortais das santas foram enterrados sob o coro. Em 1443, o Duque de Anjou mandou escavar o local e as relíquias foram encontradas. Realizou-se então um cerimonial do qual participaram o rei e sua mulher Isabel, o Papa, o cardeal e os grandes senhores de Provença. Na ocasião, os ciganos lá estavam como os ajudantes dos construtores e colocaram junto às relíquias um sarcófago do século III que trouxeram do Egito, e também como pedra do altar da igreja, um altar antigo do deus pagão Mitra. Os católicos nada perceberam e a igreja ficou uma verdadeira igreja cigana em homenagem à Sara Kali, lá onde estão os restos de sua última encarnação na Terra, como escrava das duas Marias...”
A cripta que contém as relíquias é puxada por cordas para o alto do coro. E os ciganos embaixo rezam, dançam, fazem promessas. No dia seguinte, as imagens das santas, precedidas por um grupo de arlesianos e cercadas por guardiões, são levadas em procissão pelas ruas de Saintes-Maries. No retorno da procissão, após a cerimônia das vésperas, a cripta é recolocada na capela. E a imagem de Sara mergulhada nas águas.
http://www.trybocosmica.com.br/deusa_hindu.asp

[9] O Soho é um dos mais tradicionais e famosos bairros de londres. Durante o dia, o lugar é cheio de restaurantes de todos os tipos: italianos, chineses, redes de fast-food e as populares bancas de frutas e comida orgânica. Durante a noite, suas ruas se transformam. Seus bares e danceterias ficam lotados de pessoas de todas as tribos. Os locais mais badalados sempre têm filas nas entradas. Nos cabelos e nas roupas, nota-se a pluralidade cultural que impera, há ainda espaços para bruxas, videntes e ciganos a ler o futuro dos turistas.

[10] Capacidade inerente a muitos seres humanos avançados em ver o passado, o futuro, ou prever inovações, para alguns uma evolução do cérebro, que avança no sentido do corpo interagindo com o campo quântico que nos cerca, para a reencarnação, almas velhas rumo a evolução final.



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