Por Mara Rocha
A necessidade do capitalismo de guerra empreendeu a libertação da mulher de seu antigo papel de mãe, esposa e rainha do lar.
Um artigo que li interpreta a libertação feminina de um modo mais profundo. Diz o autor que a causa mais importante e que se deu em longo prazo para que a mulher saísse de seu papel apenas de mãe e esposa, foi a necessidade econômica das guerras, já que os homens foram em massa para os campos de batalha.Na Segunda Guerra a mulher vai desempenhar todos os tipos de funções no front e no esforço de guerra de todas as nações.
Nos Estados Unidos, para cumprir as metas de produção de guerra, é necessário que a mulher assuma postos de trabalho anteriormente destinados a homens. Empresas como a Ford, passam a contar em seus quadros, em algumas fábricas apenas com mulheres. Campanhas são realizadas, pois muitos críticos acham que as mulheres, desempenhando funções de homens, estarão passando por um processo de “masculinização”. No front as mulheres são incorporadas a tropa, agora não apenas como meras enfermeiras, mas como oficias de saúde, tropas especialistas são formas, principalmente para prover a retaguarda com o apoio logístico necessário, vários quadros e graduações de militares mulheres são consumados durante a guerra.
Na Inglaterra, durante a eminente invasão alemã a ilha, as mulheres são treinadas para serem usadas como tropa de infantaria em defesa de sua terra; batalhões de voluntárias são formados para lutarem com os alemães, felizmente a invasão nunca aconteceu. As mulheres também desempenharam funções importantes em Londres, principalmente incorporadas a grupo de combates a incêndio e no socorro as vítimas dos bombardeios.
Na segunda fase da guerra, a mulher alemã foi obrigada a desempenhar funções na manutenção diária do país, tais como condutor de bonde e outras funções caracteristicamente masculinas. No final da guerra as mulheres são pagas para retirar os escombros de uma Berlim destruída, e são chamadas de “mulheres escombros”, chega o fim a trajetória da mulher alemã na guerra.
No Exército Vermelho a mulher é um elemento de infantaria, sendo tratada como mais um soldado na tropa. Apenas a União Soviética permitiu que as mulheres pudessem combater oficialmente. Com um início expressivo na área médica, as mulheres vão expandindo sua atuação para outras funções, tornando-se até mesmo pilotos de bombardeiros e atiradoras de elite.
A participação da mulher soviética foi ampla, em todos os setores. Ela estava proporcionalmente muito mais inserida no mercado de trabalho do que as mulheres dos países capitalistas. Mas durante a guerra, essa inserção foi ainda maior. Durante o esforço de guerra, elas suplantaram o número de homens que trabalhavam nas fábricas e na zona rural.
Com relação à moda, a necessidade econômica da guerra, mudou a moda feminina. O mundo ainda se recuperava da Segunda Guerra Mundial, e mesmo os países vencedores tinham problemas em estabilizar sua economia e retomar o estilo de vida anterior ao período de guerra.
Depois de anos de escassez de tecidos, esperava-se que a moda mantivesse uma linha mais econômica e funcional – como vinha apresentando Coco Chanel. Durante a Segunda Guerra, os tecidos eram racionados, forçando as mulheres a explorar materiais alternativos.
A silhueta masculinizou-se, e jaquetas de corte reto com os ombros acolchoado, influenciadas pelos uniformes militares, dominaram os guarda-roupas. As saias passaram a ser mais justas, economizando, portanto, material; e as sobras de tecidos eram utilizadas para fazer golas e bolsos de cores diferentes. Com os homens nos campos de batalha, as mulheres precisaram, mais uma vez, tomar o seu lugar nas indústrias, tornando os cabelos presos uma necessidade. Os chapéus e os lenços serviam como adereço a este penteado, além de disfarçar a falta de produtos que melhorava o aspecto do cabelo.
Dentro do sistema capitalista, tudo gira pela sobrevivência econômica, todas as mudanças sociais e de comportamento estão sujeitas a economia das necessidades do mundo capitalista. Não há libertação alguma, nem para o homem muito menos para a mulher da classe trabalhadora, pois a exigência é se incluir de forma inferior e dependente no interior do sistema. Não é por galgar posto dentro dessa estrutura, ganhando menos que seu companheiro, que a mulher atingiu sua libertação! As classes ricas sempre foram libertas, esse não é caso da maioria do povo que vive com salário de fome.
Concluindo, colocaram a mulher nas guerras e sistema do produção capitalista, e incluíram a mulher como substituta do homem na mão-de-obra, mas de forma inferiorizada e pagando menos; desta forma, a causa da mudança de comportamento social, como já dizia Marx, no final sempre é econômica.