POR DAVID DA COSTA COELHO
Hoje, dia 1º de março de 2022, saiu à notícia através de um telegrama vazado pelo site[1]Wikileaks– revelando o que todo bom conspirador e escritor minimamente informado desconfiam por natureza, tio SAM estaria metido nisso até as bolas, pois a intenção clara da OTAN, que eles comandam e bancam financeiramente; é cercar todos os países que fazem fronteira com a Rússia, e causar guerras, para que eles vendam mais armas e energia, e mandem suas empresas para reconstruírem as nações que eles destroem, ou que ajudam a destruir...
De acordo com o site, desde 2008, os EUA sabiam que incentivar a entrada na Ucrânia na OTAN traria uma reação da Rússia porque em todas as invasões do país, a Ucrânia foi o caminho escolhido, e se ela entra pra OTAN, os EUA iriam apontar misseis atômicos para os russos, mas isso o presidente russo jamais deixaria, faria reclamações para impedir essa afronta, e em último caso – está ocorrendo hoje - haveria uma guerra sangrenta; e se os europeus e americanos ajudassem e impusessem sanções canalhas e apropriação das riquezas russas no exterior, o cenário de uma guerra atômica estaria mais do que garantido.
Como a guerra atômica ficaria na Europa, Tio SAM está protegido, se salva, e um continente inteiro terá que ser reconstruído, ao custo de milhões de vidas, pois afinal de contas, a guerra é um ótimo negócio para quem a inspirou. Mas e a China com isso?
Todo mundo ocidental está tentando destruir a economia russa com sanções semelhantes a bombas atômicas, desde bloquear espaço aéreo, tomar reservas russas no exterior, [2]proibir transações financeiras em moedas europeias e americana, banir o país das competições internacionais, fórmula 1 e tantas outras. No entanto, devemos nos perguntar o que a Rússia vendia para a Europa, e para os EUA?
A lista vai de uranio enriquecido a metais de terras raras – a China restringe a venda por motivos de segurança - essencial para a indústria bélica, automobilística, espacial e de internet. Além de gás, petróleo, carvão, madeira, eles são produtores de 30% do trigo, milho e outros produtos agrícolas, e a Ucrânia também, mas na guerra não controla mais suasexportações porque a Rússia vai tomar todos os rios e portos dela. E se russos não podem mais negociar nas moedas estrangeiras, e os países da OTAN estão bloqueando tudo, exceto o gás e petróleo, cada dia mais caro, compensando as perdas das reservas. Mas e o resto, para quem vender?
Para a China é claro, e demais repúblicas amigas da Ásia. Por uma questão de logística e de reciprocidade nas sanções, e principalmente devido ao preço da energia, e dos alimentos. Desta forma, a China vai comprar tudo que a Rússia produzir de alimento, energia; com um preço mais em conta, fora do mercado do sob e desce de ações, e ainda se tornará parceira principal na área econômica e geopolítica; afinal, Taiwan ainda está na conta, e os EUA não querem a reunificação porque a China, além de produzir semicondutores, tomaria a ilha que também produz semicondutores essenciais ao mundo, principalmente aos EUA, e alargaria sua fronteira marítima, coisa que eles nem sequer sonham em deixar acontecer.
Mas se [3]Taiwan cair nas mãos da China, a cadeia mundial de chips será monopólio chinês, e o preço deste componente único a toda tecnologia irá ao infinito. Apoiando a Rússia, ainda que de forma subliminar, os esforços militares americanos deixarão o oceano pacifico, e terão que se voltar para a Europa, deixando livre a China para impor sua agenda econômica e imperialista através de ‘negócios’, na sua nova rota da seda...
E as sanções ocidentais tem outro componente para alimentar ainda mais de lucro aos aliados russos e chineses - um novo [4]pacto de Varsóvia – em oposição à escalada imperialista da OTAN, como Síria, Iran e Venezuela; já que eles são produtores de petróleo e gás, e com seus produtos de exportação nas alturas, sobra dinheiro, e seus governos passam a serem melhores avaliados pela população, prejudicada por sanções americanas e europeias há tempos...
E nesse sentido, o revés da Rússia já chegou aos seus inimigos, sejam europeus ou americanos, que veem a inflação galopante mundo afora, pois também é produtora mundial de fertilizante, e é claro que para produzir soja, trigo e milho que alimentam a Europa, também subirá o macarrão, as pizzas pães, bolos...
As sanções prejudicam sim a Rússia, isso é fato, mas o preço do custo de vida numa economia mundial combalida do pós pandemia só tende a piorar, e jorrar mais recessão econômica no velho mundo e no tio SAM; o que trará Donald Trump para a presidência por dois mandatos consecutivos porque é o único que sabe o que realmente importa no jogo do poder, o dinheiro...
Hoje o petróleo está a 110 dólares o barril, e o metro cúbico de [5]gás vai seguindo as nuvens de caos, e isso tende a aumentar dia a dia os lucros dos países produtores de gás e petróleo, revestindo esse percentual em apoio aos russos – um pacto de Varsóvia petrolífero - enchendo os cofres destes países de dinheiro, pressionando ainda mais a economia mundial e a desindustrialização europeia e americana de forma acelerada, deteriorando seu poder de impor guerras ‘democráticas’ aos países sem armas atômicas, coisa que o Iran vem assistindo e mudando o rumo da prosa para não ser a próxima vítima dos judeus e americanos e europeus. Um Iran atômico é questão de tempo, ainda mais se for apoiado adivinha por quem? Rússia...
E nessa conta ainda estão às empresas de petróleo americanas e europeias que investiram bilhões de dólares em parceria com empresas de petróleo russas, e ao abandonar a parceria, permite aos russos não só retomar o controle de seu território, bem como usufruir dos benefícios financeiros deixados por eles, e fazer parceria com petrolíferas amigas; ou seja, china, Iran, Venezuela, e quem sabe o [6]Brasil, já que nós temos a melhor tecnologia de águas profundas do mundo.
As companhias inglesas, holandesas, francesas abandonaram seus projetos lá com prejuízos somados na casa dos 100 bilhões de dólares, e com isso perdem também esse petróleo que seria destinado a seus países de origem. Os membros da OPEP – a Rússia faz parte – devem estar cada dia mais triste com o aumento do petróleo e do gás que move o mundo, e ainda faz fertilizantes químicos para [7]alimentar o planeta inteiro. Já a China, esta nadando de braçada nos lucros e dividendos desta guerra feita pelos EUA e lambe botas europeus, e está rindo muito, vendo o gato pegar o rato, e sem gastar um centavo a mais por isso...
[1]Um telegrama vazado pelo Wikileaks revela que, desde 2008, os EUA sabiam que estimular a entrada na Ucrânia na Otan desencadearia uma reação enérgica da Rússia.
https://www.brasil247.com/blog/eua-sabiam-desde-2008-que-plano-de-adesao-da-ucrania-a-otan-poderia-levar-a-guerra-e-estimularam-o-conflito
[2] O que aconteceria se a China bloqueasse amanhã aos Estados Unidos e à Europa o acesso a minerais essenciais para a fabricação de veículos elétricos, turbinas eólicas e drones, que são produzidos principalmente em seu solo?
https://www.istoedinheiro.com.br/terras-raras-no-centro-da-batalha-do-ocidente-para-conter-a-china/
[3] Mas a China não vive só de celulares e carros elétricos, hoje ela é não só a fábrica do mundo, como está envolvida numa corrida militar e [3]tecnológica para recuperar seus territórios perdidos ao longo dos séculos – falta [4]Taiwan maior produtora de chips do mundo – mas desta vez não será parada por porta aviões dos EUA, porque desenvolveram armas hipersônicas, e isso muda tudo no mundo do ataque e defesa.
https://oportaldoinfinito.blogspot.com/2021/12/a-china-o-litio-e-guerra-mundial-pela.html
[4] o pacto de Varsóvia tinha como objetivo manter uma integração militar entre os países da Europa Oriental, cujos governos eram comandados pelos Partidos Comunistas, para atuar no sentido de uma proteção militar mútua entre os membros do pacto, em caso de ataque dos EUA e seus aliados...
[5] Os preços do gás natural europeu subiram acima de US$ 2.200 por 1.000 metros cúbicos na quarta-feira pela primeira vez na história do mercado. A escalada da crise entre a Rússia e a Ucrânia levantou temores de escassez de oferta. ‘Engraçado é que as sanções econômicas da Europa contra a Rússia irão detonar totalmente a vida dos próprios europeus. Inteligentes eles, não?’
[6] As “novas sete irmãs”, ou seja, as mais influentes companhias de energia do mundo hoje, são a Aramco (da Arábia Saudita), a Gazprom (Rússia), a CNPC (China), a NIOC (Irã), a venezuelana PDVSA, a Petronas, da Malásia, e a Petrobras.
[7] Sem petróleo não há fertilizantes sintéticos para fertilizar as lavouras do mundo inteiro e alimentar mais de 7 bilhões de pessoas, pois antes da descoberta do fertilizante sintético, as principais potências mundiais faziam guerras por esses recursos, ou insuflavam guerras entre nações para obter esses fertilizantes naturais acumulados ao longo de milênios, depositados em determinados tipos de pedras, ou nas fezes de pássaros e morcegos, pela sua grande concentração em determinados locais...
https://oportaldoinfinito.blogspot.com/2021/10/a-conspiracao-da-energia-limpa-contra-o.html