O ANALFABETO POLÍTICO
Bertold Brecht (1898-1956)
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Coisas que todos os brasileiros devem ver...Super Condutores –
Por Geraldo Elísio
Consciência da necessidade de federalização da exploração do Nióbio, metal estratégico para futuro da humanidade, ganha força além de Minas•.
A brutal exploração do Nióbio brasileiro, um dos metais mais raros do mundo e essencial ao desenvolvimento da humanidade, começa a incomodar importantes instituições da organização institucional brasileira a partir das denúncias formuladas pelo Novo Jornal. Para se ter uma idéia do valor estratégico do nióbio, a secretária de estado do EUA, Hilary Clynton, não se sentiu intimidada em declarar à imprensa internacional que a cidade mineira de Araxá, situada no Vale do Paranaíba, encontra-se na área de interesses estratégicos dos Estados Unidos da América do Norte.
A questão do nióbio, vendido a preço subfaturado com a aquiescência de políticos corruptos que não se coram de vender o Brasil para atender à sua voluptuosidade financeira e de Poder, garantindo salários privilegiados, fóruns especiais para eventuais julgamentos e a quase certeza da impunidade, foi impulsionada com a idéia original do promotor de justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Leonardo Barbabela, sugerindo a criação da Niobrás nos moldes da Petrobrás.
Na sequência de suas preocupações com o assunto, o promotor Leonardo Barbabela já manteve um contato telefônico, informado por ele ao Novo jornal, com o procurador da República em Minas Gerais, Tarcísio Humberto Parreiras Henriques Filho, que a exemplo de seu pai, o ex-deputado estadual Tarcísio Henriques, igualmente foi prefeito da cidade mineira de Cataguases, na Zona da Mata mineira. Na opinião do promotor Leonardo Duque Barbabela, a magnitude da questão exige envolvimentos mais amplos para conferir maior eficiência ao projeto, aglutinando todos os setores possíveis das instituições que compõem o Estado brasileiro.
Audiência pública
Em Minas Gerais, o deputado estadual Rogério Correia, do PT, de acordo com a bancada de oposição na casa, principalmente o deputado estadual Sávio de Souza Cruz, já propôs a realização de uma Audiência Pública para debater a relação envolvendo a CBMM, a Codemig e o nióbio, o movimento, fazendo relembrar a histórica campanha “O Petróleo é Nosso”, com a participação de nacionalistas históricos a exemplo do ex-presidente Arthur Bernardes, criador do Batalhão de Fronteira da Amazônia, o escritor Monteiro Lobato, o professor Osório da Rocha Diniz, fundador da Faculdade de Ciências Econômicas de Minas Gerais, da Escola de Engenharia Kennedy e um dos responsáveis junto aos ex-deputados federais Jorge Ferraz, Gabriel Passos e Bento Gonçalves por trazer para Betim – região central de Belo Horizonte – a Refinaria Gabriel Passos, da Petrobrás, que hoje tem como joia da coroa o pré-sal, descoberto no atual governo petista. Rogério Corrêa quer debater a renovação, sem licitação, do contrato entre o governo de Minas Gerais e a CBMM que já vendeu parte de sua participação no empreendimento - 15% - ao Japão e à Coréia, arrecadando um lucro fabuloso de dois bilhões de dólares em detrimento do povo de Minas Gerais e gerando um desentendimento entre Oswaldo Borges da Costa, presidente da Codemig e o ex-governador e atual senador por Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) em torno do butim gerado com esta desnacionalização. O contrato, sem licitação, beneficia a CBMM por mais 30 anos.
A Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em sua primeira reunião deste ano, deverá decidir sobre o pedido de audiência pública formulada pelo deputado Rogério Correia.
A CBMM tem o capital dividido entre o Grupo Moreira Sales e a Molybdenium Corporation - Molycorp, subsidiária da Union Oil, por seu turno, empresa do grupo Occidental Petroleum – Oxxi. Mas é fácil perceber a prevalência de grupos estrangeiros através do banqueiro Walther Moreira Sales, conhecido testa de ferro, bastante ligado Nelson Aldridge Rockefeller.
Na audiência pública, está previsto o comparecimento dos maiores especialistas do setor principalmente os ligados as Forças Armadas que veem promovendo gestões para federalizar, a exemplo da Petrobras, a exploração de Nióbio, idéia lançada pelo promotor Leonardo Barbabela. Relatórios confidenciais da Abim e da área de inteligência do Exército demonstram como operou o esquema criminoso de subfaturamento montado pela Codemig / CBMM, através da Cia de Pirocloro de Araxá.
Em Brasília, o assunto encontra-se também em mãos do deputado federal delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz (PC do B/SP), conhecido militante nacionalista responsável pelas prisões do deputado federal Paulo Salim Maluf e seu filho Flávio Maluf e do banqueiro-condenado Daniel Dantas, ligado a diversos grupos internacionais e que recebeu do DNPM mais de 1.400 concessões de lavras em todo o território nacional, muitas delas em Minas Gerais.
O movimento pela criação da Niobrás começa a ganhar as mesmas dimensões da campanha nacional que tentou evitar a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, desnacionalizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o fraudador da dívida externa brasileira segundo o deputado federal Protógenes Queiroz, e que reuniu nas diversas manifestações ocorridas em todo o Brasil setores nacionalistas das Forças Armadas Brasileiras, na ocasião sob a liderança do brigadeiro do ar Ivan Frota e os setores de esquerda. Em Belo Horizontes, integrantes do movimento redigiram e assinaram um documento chamado os Novos Inconfidentes, idealizado pelo ex-secretário de Estado, Celso Brant.
FONTE: http://www.novojornal.com/politica/noticia/criacao-da-niobras-ganha-forcas-e-movimenta-nacionalistas-08-02-2013.html
.Coisas que todos os brasileiros devem ver...Super Condutores –
NIÓBIOhttp://br.youtube.com/watch?v=k8BrIy5a_CE*
As diversas utilizações do Nióbio no mundo.http://br.youtube.com/watch?v=RPrmh_a9vWA
*Produção e Exportação do Nióbio.http://br.youtube.com/watch?v=YxxD-Jg6Pc0
Nióbio - parte 1 - o minério que o mundo precisahttp://www.youtube.com/watch?v=1uSP9OHVOUM&NR=1
Nióbio - parte 2 - o minério que o mundo precisahttp://www.youtube.com/watch?v=Hg9gUX_Nci8&feature=related
FRAUDES NAS EXPORTAÇÕES D NIÓBIO - VIDEOShttp://br.youtube.com/watch?v=P_DTQZOeCkk
http://br.youtube.com/watch?v=u07C-q9Jr2Y&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=xeYT7IIaa8Y&feature=related
http://www.pesquisaapoiada.fapesp.br/pipe/index/base=pipe&action=show&lang=pt&keyword=156
http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=554&ordem=7
http://www.patentesonline.com.br/aplicacao-do-niobio-em-banhos-de-fosfatizacao-156221.html
Discurso do General Heleno na TV
TV Bandeirantes entrevista o comandante da Amazônia General Augusto Heleno:http://br.youtube.com/watch?v=XR-Zk0icSOQ&feature=related
Discurso do finado Jefferson Peres
A preocupação do senado em torno do problema da reserva Raposa Serra do Solhttp://br.youtube.com/watch?v=ViqX-AM08rI
A Profecia de Orlando Villas Boas
Indicado duas vezes ao Nobel da Paz explica elucidativamente a estratégia de divisão do nosso território:http://br.youtube.com/watch?v=dA2AcSNHR6U
A resposta em vídeo de Cristovam Buarque
Este vídeo traz o próprio Cristóvão Buarque respondendo sobre a internacionalização da amazônia e comentando sobre o seu famoso texto em resposta aos questionamentos nos USA.
http://br.youtube.com/watch?v=awniNjJ0eC0
Introdução à Supercondutividade, Suas Aplicações e a Mini-Revolução Provocada Pela Redescoberta do MgB2: Uma Abordagem Didática
Introduction to the superconductivity, its applications and the mini-revolution provoked by the rediscovered of the MgB2: a didactic approach
Paulo S. Branício Departamento de Física, Universidade Federal de São Carlos 13565-905, São Carlos, São Paulo
Recebido em 11 de Junho de 2001. Aceito em 29 de Outubro de 2001.
Neste artigo a descoberta da supercondutividade a 39K no MgB2 é discutida de forma didática e conceitual. Para salientar sua importância, a história dos supercondutores é descrita brevemente, desde sua descoberta em 1911 no Hg até os dias de hoje. São apontadas as principais características inerentes ao estado supercondutor e indicadas algumas das suas inúmeras aplicações, que estão representadas em ilustrações. O texto apresenta, então, as mudanças que a descoberta do MgB2 traz ao campo de pesquisa e às aplicações. Da maneira como está apresentado, o texto deve ser de interesse não só da comunidade científica em geral, não especializada em supercondutividade, mas em especial dos professores de física do ensino médio, que poderão se valer do texto em atividades envolvendo tópicos de física contemporânea.
In this article the discovery of the superconductivity at39K in MgB2 is discussed in a didactic and conceptual way. To point out its importance the history of the superconductors is discribed shortly, from its discovery in 1911 in Hg up to nowadays. The main inherent characteristics to the superconductor state are pointed out and some of its applications are indicated and represented in illustrations. The text present then the changes that the MgB2 discovery brings to research and applications. In the way it is written, it is believed the text is of interest not only to the general scientific community, not specialized in superconductivity, but especially to high school physics teachers, that could take advantage of the text in activities involving topics of contemporary physics.
I Introdução à supercondutividade
Supercondutores são materiais que perdem a resistência à corrente elétrica quando estão abaixo de uma certa temperatura. A compreensão dos complexos mecanismos que levam alguns materiais a se comportarem como supercondutores vem intrigando os cientistas há quase um século. Tudo começou com o trabalho de Heike Kamerlingh-Onnes[1], que em 1911 descobriu que o Hg podia transportar corrente elétrica sem nenhuma resistência aparente, como mostrado na Fig. 1. Além disso, esta corrente podia persistir por um tempo indefinido. Onnes conseguiu esse feito trabalhando em seu laboratório de baixas temperaturas em Leiden na Holanda, onde alguns anos antes tinha conseguido liquefazer o hélio pela primeira vez. Ele deu o nome de supercondutividade ao estranho fenômeno. A partir de então, o termo supercondutores vem sendo usado para denotar todos os materiais que, abaixo de uma certa temperatura crítica, Tc, perdem a resistência à passagem de corrente elétrica, além de apresentar outras propriedades. Dois anos após a descoberta, em 1913, Onnes é agraciado com o prêmio Nobel de Física. Em seu discurso, ele observa ainda que o estado supercondutor podia ser destruído aplicando-se um campo magnético suficientemente grande.
A partir da descoberta inicial, a supercondutividade foi sendo procurada em vários materiais e, em especial, nos metais, que são naturalmente bons condutores de eletricidade. Em1929, o Tc recorde estava com o Nióbio em 9.25 K; em 1941 com a liga de Nióbio-Nitrogênio em 16 K; já em 1953 com a liga de Vanádio-Silício em 17.5 K; e daí por diante. Até 1986, o Tc recorde estava com a liga de Nióbio e Germânio em 23.2 K, quando então os supercondutores de alta temperatura foram descobertos. A supercondutividade a baixas temperaturas descrita em 1957 pela teoria BCS, desenvolvida pelos cientistas americanos John Bardeen, Leon Cooper e John Schrieér. Em 1972, eles foram agraciados com o prêmio Nobel de Física em reconhecimento à importância desta teoria. No entanto, mesmo sendo precisa na explicação da supercondutividade a baixas temperaturas em metais e ligas simples, a teoria BCS revelou-se ineficiente na descrição completa da supercondutividade a altas temperaturas, como nas cerâmicas supercondutoras descobertas na década de 80. A primeira delas, La2_xBaxCuO4 foi descoberta por Alex Müller e Georg Bednorz em 1986. Essa descoberta foi de tal importância que mudou notadamente os rumos da supercondutividade. O fato mais marcante foi que a supercondutividade foi descoberta em um material até então considerado isolante, ou seja, que normalmente é um péssimo condutor de eletricidade. Até então, os cientistas não tinham considerado seriamente a possibilidade de um material como este ser um supercondutor, muito menos de ter um Tc maior que o dos metais. No ano seguinte, Müller e Bednorz ganham o prêmio Nobel de Física pela descoberta. De 1987 até hoje, os cientistas passaram a procurar intensamente novas cerâmicas supercondutoras e dezenas delas foram descobertas elevando o valor recorde de Tc a incríveis 138 K para o composto Hg0.8Tl0.2Ba2Ca2Cu3O8.33, a pressão ambiente. Em contrapartida, a procura de novos compostos metálicos supercondutores foi deixada de lado devido ao entusiasmo gerado com as possibilidades abertas com a descoberta dos supercondutores de alto Tc. Em janeiro de 2001, a comunidade científica é sacudida novamente com a descoberta da supercondutividade no composto metálico MgB2, a 39.2 K. Nada menos que 16 K maior que qualquer composto metálico até então conhecido. Para melhor apreciar a importância desta descoberta e como ela está revolucionando o estudo da supercondutividade, vamos entender com mais detalhes algumas características dos supercondutores e algumas de suas aplicações.
A. Supercondutores Tipo 1 e Tipo 2
Os supercondutores são divididos em dois tipos, de acordo com suas propriedades específicas. Os supercondutores do Tipo 1 são formados principalmente pelos metais e por algumas ligas e, em geral, são condutores de eletricidade à temperatura ambiente. Eles possuem um Tc extremamente baixo, que, segundo a teoria BCS, seria necessário para diminuir as vibrações dos átomos do cristal e permitir o fluxo sem dificuldades dos elétrons pelo material, produzindo assim a supercondutividade. Os supercondutores desse tipo foram os primeiros a serem descobertos e os cientistas verificaram que a transição para o estado supercondutor a baixa temperatura tinha características peculiares: ela acontecia abruptamente, veja Fig. 2(a), e era acompanhada pelo efeito Meissner. Esse efeito, que talvez seja a característica mais famosa dos supercondutores, é a causa da levitação magnética de um ímã, por exemplo, quando é colocado sobre um pedaço de supercondutor. A explicação para o fenômeno está na repulsão total dos campos magnéticos externos pelos supercondutores do Tipo 1, o que faz com que o campo magnético interno seja nulo, desde que o campo externo aplicado não seja muito intenso. A maioria dos materiais, como vidro, madeira e água, também repele campos magnéticos externos, o que faz com que o campo no interior deles seja diferente do campo externo aplicado. Esse efeito é chamado de diamagnetismo e tem sua origem no movimento orbital dos elétrons ao redor dos átomos, que cria pequenos "loopings" de correntes. Elas, por sua vez, criam campos magnéticos, segundo as leis da eletricidade e magnetismo e, com a aplicação de campo magnético externo tendem a se alinhar de tal forma que se oponham ao campo aplicado. No caso dos condutores, além do alinhamento do movimento orbital dos elétrons, correntes de blindagem são induzidas no material e cancelam parte do campo magnético no seu interior. Se considerarmos um condutor ideal, ou seja, que não apresenta resistência à corrente elétrica, o cancelamento do campo é total, caracterizando o chamado "diamagnetismo perfeito". Nos supercondutores do Tipo 1, o cancelamento do campo magnético interno também é total, porém esse comportamento é distinto do diamagnetismo perfeito. Como podemos ver na Fig. 3, os supercondutores do Tipo 1, no estado supercondutor, possuem campo magnético nulo no seu interior, mesmo no caso de o campo magnético externo ser diferente de zero antes da transição supercondutora, diferente do comportamento de um condutor ideal.
Praticamente todos os metais são supercondutores do Tipo 1, a temperaturas suficientemente baixas. Entre eles, temos (Tc em Kelvinentre parênteses): Pb (7.2), Hg (4.15), Al (1.175), Ti (0.4), U (0.2), W(0.0154), Rh (0.000325). Curiosamente os melhores condutores disponíveis, que são o ouro (Au), a prata (Ag) e o Cobre (Cu) não são supercondutores.
Já os supercondutores do Tipo 2 são formados por ligas metálicas e outros compostos. As exceções são os metais puros, Vanádio (V), Tecnécio (Tc) e Nióbio (Nb). Em geral, as temperaturas críticas associadas a eles são muito mais altas que as dos supercondutores do Tipo 1, como é o caso das cerâmicas baseadas em óxidos de cobre. No entanto, o mecanismo atômico que leva à supercondutividade neste tipo de supercondutor, até hoje não está completamente desvendado. O primeiro material supercondutor do Tipo 2 descoberto foi uma liga de chumbo e bismuto fabricada em 1930 por W. de Haase J. Voogd. Eles perceberam que a liga apresentava características distintas dos supercondutores convencionais, Tipo 1. A transição para o estado supercondutor era gradual, com a presença de um estado intermediário, como está mostrado na Fig 2(b). Além disso, o efeito Meissner não era perfeito: o material permitia a penetração de algum campo magnético, de modo contrário aos supercondutores do Tipo 1. No estado intermediário, o supercondutor do Tipo 2 apresenta regiões no estado normal, cercada por regiões supercondutoras, como é mostrado na Fig. 4(a). Essas regiões mistas, chamadas de vórtices, permitem a penetração de campo magnético no material, através dos núcleos normais. Conforme a temperatura aumenta, dentro do estado intermediário, os núcleos vão superando as regiões supercondutoras, como é mostrado na Fig. 4(b). Isso acontece até a perda completa do estado supercondutor, quando os núcleos normais se sobrepõem.
Todos os supercondutores de alta temperatura pertencem ao Tipo 2, incluindo-se o recordista atual, que pertence à classe das cerâmicas baseadas em óxidos de cobre (cupretos). A seguir, enumeramos alguns destes compostos com seu respectivo Tc em Kelvin, entre parênteses: Hg0.8Tl0.2Ba2Ca2Cu3O8.33 (138), Bi2Sr2Ca2Cu3O10 (115), Ca1-xSrxCuO2 (110), TmBa2Cu3O7 (101), YBa2Cu3O7+ (93), La1.85Ba.15CuO4 (35), CsC60(40), MgB2 (39.2), Nb3Ge (23.2) e os metais Nb (9.25), Tc(7.8) e V (5.4).
B. Teoria BCS
A teoria que viria a explicar satisfatoriamente a supercondutividade abaixas temperaturas, presente nos supercondutores do Tipo 1, apareceu somente em 1957, graças ao trabalho de John Bardeen, Leon Cooper e Robert Schrieffer. Um ponto chave na teoria criada por eles é a formação de pares de elétrons, conhecidos como pares de Cooper, através de interações com oscilações da rede cristalina. Esta teoria é conhecida hoje como teoria BCS, nome formado com as iniciais dos sobrenomes dos autores, que podem ser vistos na Fig. 5. Os elétrons, assim como todas as partículas com spin fracionário, são chamados de férmions e obedecem ao princípio de exclusão de Pauli, o qual proíbe que duas partículas ocupem o mesmo nível de energia. No entanto, os pares de Cooper se comportam de maneira muito diferente do de elétrons isolados. Eles atuam como bósons, partículas de spin inteiro, podendo se condensar em um mesmo nível de energia. Os pares de Cooper podem ser comparados a duas bolas de boliche nas bordas de um colchão de água, como mostrado na Fig 6. Conforme alguém empurra uma das bolas, o colchão se deforma e a deformação atrai a segunda bola.
Em suma, na teoria BCS, a atração entre pares de elétrons mediada por oscilações da rede cristalina é a responsável pela supercondutividade. Os pares de Cooper formam um condensado que flui sem resistência pelo material e atua expelindo campos magnéticos externos fracos, ocasionando o efeito Meissner. Uma discussão mais detalhada da teoria BCS e dos supercondutores do Tipo 1 pode ser encontrada no artigo de Ostermann et al.[5]
C. Supercondutores a altas temperaturas
Mesmo tendo muito sucesso na explicação da supercondutividade a baixas temperaturas, a teoria BCS não explica satisfatoriamente o fenômeno a altas temperaturas. O primeiro material dessa classe foi descoberto 15 anos atrás e deixou a comunidade científica perplexa, pois a supercondutividade havia sido descoberta em cerâmicas, um material que geralmente é isolante, e o mais impressionante, em torno de 30 K. Os descobridores, George Bednorz e Alex Müller [6], podem ser vistos na Fig. 7. A descoberta se tornou ainda mais surpreendente quando, em novembro de 1986, Paul Chu da Universidade de Houston e Mang-Kang Wu da Universidade do Alabama, descobriram que o YBa2Cu3O7, simbolizado por YBCO e mostrado na Fig. 8, com sua estrutura de camadas, superconduzia a 93 K, ou seja, a temperaturas superiores à temperatura do nitrogênio líquido (77K). Ficou claro naquele ano que uma revolução na Física havia começado. No ano seguinte, em uma sessão especial da reunião de março da Sociedade Americana de Física em Nova Iorque, ocorreu a celebração do começo da nova era da supercondutividade. Este evento, que ficou conhecido como o "Woodstock" da Física, reuniu mais de 3000 pessoas na sala de apresentação principal, com outras 3000 pessoas assistindo em circuito de televisão fechado, do lado de fora. Nos anos seguintes, várias outras cerâmicas supercondutoras foram descobertas, todas baseadas em óxidos de cobre, incluindo aquelas com tálio e mercúrio que hoje apresentam as maiores temperaturas críticas.
II Aplicações de supercondutores
Os supercondutores são materiais muito interessantes para uso em várias aplicações devido às suas propriedades peculiares. A maioria das suas aplicações se vale da resistividade nula, que em alguns aparelhos elétricos é sinônimo de eficiência máxima, como é o caso dos geradores de eletricidade e dos cabos de transmissão, que não têm perda de energia elétrica por calor. Outras aplicações se valem dos altos campos magnéticos que podem ser obtidos e_cientemente com magnetos supercondutores. Os aparelhos de ressonância magnética, por exemplo, assim como os trens flutuantes (Maglev) e alguns aparelhos utilizados no estudo de materias utilizam estes campos. As outras aplicações mais comuns se valem do efeito Meissner.
A. Produção e transmissão de eletricidade
Uma aplicação ideal para os supercondutores seria a transmissão de energia elétrica das estações geradoras para as cidades. Entretanto, isso está longe de ser economicamente viável devido ao alto custo e à dificuldade técnica de se refrigerar vários quilômetros de cabos supercondutores a temperaturas criogênicas, embora cabos de até 45 metros possam ser encontrados em utilização. Cabos de 120 metros, capazes de transportar 100 milhões de watts estão sendo construídos pela empresa americana Pirelli Wire e devem entrar em operação brevemente em uma subestação em Frisbie, Detroit. Na Fig. 9, podemos ver um cabo BSCCO (Bi2Sr2CaCu2O9) resfriado com nitrogênio líquido. Já a construção e utilização de geradores de eletricidade em usinas geradoras têm grande potencial. Como a e_ciência desses geradores é maior que 99% e seu tamanho é a metade daquele dos geradores convencionais feitos de cobre, eles são muito atrativos e várias empresas têm planos para construí-los. A empresa americana General Eletric é uma delas e está atualmente desenvolvendo um protótipo capaz de gerar 100 MVA (megawatt-ampere).
Além de produzir e transmitir eletricidade, os supercondutores podem também ser usados para armazená-la. Existem dois tipos principais de baterias que podem ser construídas. O primeiro tipo é o das SMES (super-conducting magnetic energy storage), veja Fig. 10(a), que podem ser descritas como bobinas gigantes, matendo uma alta corrente, que podem ser usadas quando desejado. O segundo tipo é chamado comumente de "flywheel" e consiste em um ímã permanente em formato cilíndrico, com grande massa, girando com alta velocidade sobre um supercondutor, veja Fig. 10(b). Esta bateria utiliza-se do efeito Meissner, que faz os supercondutores repelirem fortemente qualquer imã permanente.
As baterias supercondutoras são especialmente interessantes na estabilização de redes elétricas, em especial as SMES. Em março de 2000, por exemplo, foi encomendada a fabricação de um conjunto delas SMES para a estabilização da rede do estado de Winconsin - EUA. Um conjunto destas SMES é capaz de reservar mais de 3 milhões de watts para ser usado durante pequenos blecautes.
B. Trem magneticamente levitado (MAGLEV)
Como altas correntes elétricas podem ser mantidas nos supercondutores, altos campos magnéticos podem ser gerados, de acordo com as leis da eletricidade e magnetismo. Uma das aplicações é a levitação magnética que pode ser utilizada em veículos de transporte, como trens, eliminando a fricção com os trilhos. Trens desse tipo podem ser feitos com magnetos convencionais, pois utilizam basicamente atração e repulsão magnéticas na levitação. Entretanto, os magnetos convencionais desperdiçam energia elétrica na forma de calor e precisam ser bem maiores que os magnetos supercondutores para fornecerem os campos magnéticos necessários à levitação. Na década de 90, trens comerciais começaram a ser desenvolvidos principalmente no Japão, onde o desenvolvimento da tecnologia MA-GLEV ganhou apoio maciço do governo. Recentemente o último protótipo desenvolvido, MLX01 (veja Fig. 11), chegou a 552 Km/h em uma composição tripulada, de 5 vagões. Outros trens estão sendo desenvolvidos e devem entrar em operação nos próximos anos na Alemanha e nos Estados Unidos.
C. Ressonância magnética nuclear
Outra aplicação para os altos campos magnéticos obtidos dos supercondutores é a fabricação e utilização de aparelhos de ressonância magnética nuclear (RMN). O princípio de funcionamento desses aparelhos é baseado na ressonância que os átomos de hidrogênio entram na aplicação de campo magnético forte. Os átomos de H presentes nas moléculas de água e de gordura absorvem a energia magnética e a emitem numa freqüencia, que é, detectada e analisada graficamente em um computador. A Fig. 12 mostra uma imagem por RMN. O diagnóstico através de imagens deste tipo tornou-se atualmente um procedimento médico indispensável devido, principalmente, ao desenvolvimento da capacidade de processamento dos computadores, necessária na análise da grande quantidade de dados que é gerada durante os exames.
III Supercondutividade no MgB2
Desde a descoberta da supercondutividade a altas temperaturas em cerâmicas 15, anos atrás, os pesquisadores praticamente ignoraram compostos metálicos simples porque, em geral, superconduzem a temperaturas muito baixas. Assim, foi um choque quando nos primeiros meses de 2001, a comunidade científica tomou conhecimento da descoberta de Akimitsu e seus colaboradores[10]. Um composto intermetálico com Tc = 39K acima de qualquer outra liga metálica, tinha sido descoberto. Segundo Cav[11], o que torna a descoberta ainda mais fantástica é que ela foi feita praticamente ao acaso, por um grupo de cientistas que não estavam interessados em supercondutividade. Akimitsu e seu grupo estavam procurando um material semicondutor similar ao CaB6. Eles tentaram substituir o Ca por Mg, que está logo acima na tabela periódica. Como liga inicial, eles sintetizam o MgB2, um composto simples com o processo de fabricação conhecido desde 1954[12, 13] e vendido por fornecedores de materiais inorgânicos por aproximadamente 3 dólares o grama[14]. Tamanho deve ter sido o susto quando eles descobriram o valor da temperatura crítica do composto.
Segundo o artigo original de Akimitsu et al., as amostras de MgB2 foram preparadas na maneira usual, misturando-se Magnésio em pó (99.9% Mg) e Boro amorfo, também em pó, (99% B) na razão apropriada (Mg:B = 1:2). As amostras foram, então, prensadas e aquecidas a 973 K sob alta pressão de argônio (196 MPa), por 10 horas. Exames da amostra resultante por difração de raio X revelaram a formação da estrutura hexagonal do MgB2, como mostra a Fig. 13. O estado supercondutor foi, então, demonstrado, medindo a resistividade e a magnetização da amostra na presença de campo magnético. Na Fig. 14 podemos ver a susceptibilidade no MgB2. Devido ao efeito Meissner, a amostra se magnetiza na direção oposta ao campo magnético, e portanto a susceptibilidade, que é a razão da magnetização pelo campo magnético, é negativa. Quando o efeito Meissner não é perfeito, os valores da susceptibilidade ficam entre -1 e 0, como é o caso. Na Fig. 15 podemos ver a perda da resistividade a 39 K.
A. Fabricação de MgB2 em pó e dependência isotópica de Tc
Logo após a divulgação da descoberta de Akimitsu et al., vários grupos ao redor do mundo começaram seus estudos para reproduzir e confirmar a descoberta dos japoneses. Entre eles, um grupo de cientistas do laboratório Ames, incluindo Paul Canfield, Doug Finnemore e Sergey Bud'ko[15, 16, 17], conseguiu sistematizar a produção de MgB2 em pó com alta pureza em um processo de duas horas. O processo consistia em misturar Mg (99.9% puro) e B (99.5%) na razão estequiométrica correta em um tubo de Ta, que era então selado em uma ampola de quartzo e colocado em um forno a 950-C. Após duas horas, a ampola era retirada e o material resfriado à temperatura ambiente. Como o ponto de fusão do Mg é de 922 K e o do B é de 2573 K, o processo de fabricação do MgB2 feito a 1222 K (950 -C) acontece com Mg na fase líquida e B ainda na fase sólida. Isso, aliado ao fato de que quando pedaços grandes de B são utilizados a amostra resultante não é homogênea, levou os cientistas a perceberem que a reação se dá pela difusão dos átomos de Mg pelas partículas de B.
Após a sistematização da produção, eles zeram substituições isotópicas. Trocando o isótopo 11B, que forma 80% do Boro presente na natureza, por 10B, eles descobriram que o Tc aumentava em 1.0 K, veja Fig. 16. Essa dependência isotópica de Tc verificada é consistente com a prevista na teoria BCS, ou seja, proporcional a M1/2. Assim, mesmo tendo um Tc incrivelmente grande, o MgB2 é um supercondutor convencional, com os fônons gerados pelos átomos de B mediando a interação entre elétrons na formação dos pares de Cooper.
B. Fabricação de fios
Dados o alto Tc do MgB2 e a abundância dos elementos Mg e B na crosta terrestre, (o magnésio é o oitavo elemento mais abundante na Terra), a questão imediata que fica é se o processo de fabricação de fios é simples e barato, e o principal, se os fios são capazes de transportar altas correntes elétricas. Este, de fato, é o problema principal enfrentando na utilização das cerâmicas supercondutoras em aplicações do dia a dia. Em um trabalho recente, Canfield[15] e colaboradores descrevem um processo de fabricação de fios bem simples e barato, utilizando fibras de Boro e Magnésio fundido, veja Fig.17. Como o ponto de fusão do Mg é de 922 K e o do B é de 2573 K (950-C) leva em conta a alta difusão do Mg pelas fibras de B. As fibras de B são seladas juntamente com Mg em pó, em um tubo de Ta, na razão estequiométrica correta, o tubo é, então, lacrado em uma ampola de quartzo e levado ao forno. Após aproximadamente duas horas de reação, a ampola é removida do forno e resfriada à temperatura ambiente. A aparência deformada dos fios, logo após a retirada do tubo de Ta, pode ser observada na Fig. 18. As fibras flexíveis e retas de B mostram-se deformadas e quebradiças após a reação. Segundo Canfield, os fios eram 80% densos e mostraram resistividade de 9.6 mWcm à temperatura ambiente. Isso quer dizer que, mesmo no estado normal, os fios de MgB2 são bons condutores de eletricidade, melhores até que o chumbo, cuja resistividade é 21mWcm. Os fios podiam ainda transportar correntes de até Jc = 60kA/cm2. O comprimento máximo alcançado foi 5cm, mas fios maiores poderiam ser construídos, considerando-se a proteção externa com revestimento.
C. Vantagens e aplicações em potencial
O entusiasmo com a redescoberta do MgB2 justifica-se por duas razões principais. Primeiro, porque a liga, como vimos anteriormente, superconduz seguindo a teoria BCS[4]. Assim, diferentemente das cerâmicas supercondutoras, a liga parece ser um supercondutor convencional, como a maioria dos metais, mas com uma temperatura surpreendentemente alta. Segundo, porque, sendo uma liga metálica, é grande a expectativa de que ela se torne o material preferido na manufatura de os que são a base para as aplicações do dia-a-dia. Com Tc de 39K, é bem possível que não seja necessária a refrigeração com hélio líquido, o que reduz significativamente os custos das aplicações.
D. Conclusão
Os estudos iniciais do MgB2 indicam que o material tem grande chance de se tornar o supercondutor preferido para aplicações, substituindo as até agora preferidas ligas de Nióbio. Assim, magnetos de alto campo, usados em máquinas de ressonância magnética, trens MAGLEVs, etc; cabos de transmissão; SMES e várias outras aplicações poderão ter seu custo reduzido com o uso do MgB2. Talvez em alguns anos um exame de ressonância magnética, por exemplo, saia pela metade do preço com o uso do MgB2 em vez das ligas de Nióbio.
Além das aplicações imediatas, a descoberta deste novo supercondutor intermetálico, com Tc tão alto, reacendeu a esperança na procura de um supercondutor à temperatura ambiente. Se tomarmos a tendência mostrada na Fig. 19, este sonho não parece estar tão distante. A descoberta da supercondutividade a 39 K no MgB2 é, então, mais uma esperança de que novos supercondutores intermetálicos com Tc recorde sejam descobertos.
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Histórico: Pesquisa no DEMAR
O Projeto Nióbio
A história do Departamento de Engenharia de Materiais - DEMAR da Escola de Engenharia de Lorena - EEL da Universidade de São Paulo - USP Lorena, iniciou-se em 1975-1976 com uma visão do Dr. José Walter Bautista Vidal, secretário de tecnologia industrial (STI) do então Ministério da Indústria e do Comércio do Brasil - MIC, sobre um programa que aumentasse o valor agregado de produtos originados de minérios dos quais o Brasil possuísse extensas reservas, uma vocação natural do Brasil além da produção de produtos agrícolas e de energia alternativa (energia de biomassa - Programa do Álcool). Para isso, foi buscar competências no País que pudessem propor uma linha de trabalho e montar um programa nacional, mas com alcance mundial, na área de metais especiais.
Suas buscas o levaram, em 1976, a um jovem pesquisador, Dr. Daltro Garcia Pinatti, que vinha desenvolvendo um trabalho pioneiro no Instituto de Física da UNICAMP, em Campinas, SP, cujo foco ia além do aspecto acadêmico: envolvia criar rotas tecnológicas e preparar empreendimentos de porte industrial em metais especiais como o nióbio, tântalo e molibdênio.
A partir do decidido apoio do Dr. Bautista Vidal, foi feita a escolha do Dr. PInatti para coordenar e implantar em Lorena o chamado Projeto Nióbio, cujo objetivo foi desenvolver uma rota tecnológica revolucionária para produzir metais especiais de alto valor agregado, com um custo muito mais baixo do que os então praticados mundialmente, abrindo assim novas possibilidades de aplicações desses metais pela sua disponibilidade em grande escala e por sua viabilidade econômica.
Após o aporte de recursos federais para instalar no atual campus II da EEL USP a planta de fusão e refino de metais refratários em 1978, o desenvolvimento posterior da tecnologia de processamento de metais refratários em escala piloto (capacidade de produção nominal: 40 ton/ano), foi feito dentro de um contrato de prestação de serviços com a maior empresa mineradora de nióbio, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM - detentora da maior mina de minério de nióbio do planeta. Este contrato de prestação de serviços durou cerca de 10 anos, até que a CBMM implantasse a produção industrial de nióbio metálico.
O Projeto Nióbio não se restringia apenas à obtenção do metal. O desenvolvimento tecnológico proposto abrangia as diversas fases do processamento e das aplicações dos metais especiais como um todo, suas ligas e cerâmicas associadas, com especial atenção para a supercondutividade metálica e cerâmica e suas aplicações. O enfoque dos trabalhos era multidisciplinar e integrado, abrangendo desde o tratamento dos minérios, a metalurgia extrativa, até o desenvolvimento de produtos finais e de componentes e equipamentos que requeriam o emprego destes materiais. Os produtos finais, de considerável valor agregado, destinavam-se geralmente a aplicações críticas nas áreas de supercondutividade, geração e transmissão de energia elétrica, transporte e mineração, sendo amplamente empregados na construção de equipamentos para as indústrias química, mecânica, aeronáutica, biomédica e nuclear.
O Projeto Nióbio tinha um caráter supra-institucional e por isso mesmo, a adesão de empresas e institutos de pesquisa nacionais e estrangeiros era incentivada. Foi formada uma rede de ciência e tecnologia em metais especiais e suas aplicações, num período de 3 a 4 anos, com participação do Grupo Peixoto de Castro, que doou à Prefeitura de Lorena uma área de 117.000 m2 no Pólo Urbo-Industrial, em Lorena, para instalação do Projeto Nióbio, que atualmente abriga os edifícios do Campus II da Escola de Engenharia de Lorena - EEL.
No âmbito internacional, menção tem de ser feita para o Acordo Especial em Metais celebrado entre a STI e Ministério da Pesquisa e da Tecnologia da Alemanha (BMFT), coordenado pelo Dr. Klaus Schulze, outro cientista brilhante, que colocou o Projeto em contato com os melhores grupos da Europa em Ciência e Tecnologia em materiais especiais. Os doutores Pinatti e Schulze foram insuperáveis na elaboração das linhas de pesquisa a serem desenvolvidas dentro do Projeto. Em Supercondutividade, de grande importância foi o Acordo Bilateral Brasil - Japão, conduzido pelo Electrotechnical Laboratory, do Ministério de Tecnologia Industrial do Japão - MITI. Todas as linhas de pesquisa criadas dentro desses acordos ainda estão sendo desenvolvidas pelos pesquisadores que atuam no Departamento de Engenharia de Materiais da EEL - USP.
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais
Em 1988, um marco importante na diversificação das pesquisas do DEMAR foi a criação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais, PPG-EM, em nível de mestrado e doutorado. A finalidade era criar e renovar o corpo de pesquisadores do Projeto, preparando recursos humanos qualificados para cumprir a fase de desenvolvimento das aplicações dos produtos de metais e ligas especiais. Atualmente o PPG-EM tem 20 anos de existência e possui áreas de concentração em Materiais Metálicos, Cerâmicos e Poliméricos; Supercondutividade Aplicada e Materiais Aplicados ao Meio Ambiente. O PPG-EM é o programa de pós-graduação com melhor avaliação (conceito 5) dentre os congêneres na região do Vale do Paraíba.
O DEMAR, originado do Projeto Nióbio e depois do Centro de Materiais Refratários, conta atualmente com 50 funcionários técnicos e administrativos e 25 docentes doutores, sendo 23 em regime de trabalho de 40 horas e dois docentes em regime de trabalho de 24 horas. Os grupos de pesquisa têm forte interação com instituições de pesquisa no Brasil e no Exterior. As linhas de pesquisa desenvolvidas no DEMAR abrangem Metais e Ligas Especiais, Supercondutividade e Materiais Supercondutores, Cerâmicas Estruturais, Polímeros e Materiais Aplicados ao Meio Ambiente.
O Curso de Graduação de Engenharia de Materiais
Em 1998 foi o ano da criação do curso de graduação em Engenharia de Materiais. A primeira turma se graduou em 2003 e como parâmetro da qualidade alcançada, em 2006 o curso de graduação em Engenharia de Materiais do DEMAR recebeu a nota máxima na avaliação anual que o Governo Federal faz dos cursos oferecidos no País, em todas as áreas do conhecimento. Também nesta avaliação, o aluno da EEL-USP recebeu a maior nota individual dentre todos os cursos de Engenharia de Materiais avaliados.
A graduação e a pós-graduação seguem a mesma filosofia de trabalho originado no Projeto Nióbio: oferecer uma formação profissional pautada na ética e numa visão multidisciplinar da questão dos materiais, aliando Ciência e Tecnologia e fazendo com que os profissionais formados sejam altamente capacitados para atuar em todas frentes acadêmicas e industriais que envolvem a extração, produção, transformação, uso e descarte final dos materiais na natureza.
http://www.demar.eel.usp.br/historico.html
O Nióbio e a "Open"
12.12.2008
Source:
URL: http://port.pravda.ru/science/25569-niobioopen-0
O nióbio (Nb), elemento metálico de filiação magmática, é uma das substâncias de mais baixa concentração na crosta terrestre, pois aparece apenas na proporção de 24 partes por milhão.
Seu número atômico é 41, traduzindo o total de elétrons que orbitam em torno do núcleo, sendo a massa atômica igual a 92.
Aparece, normalmente, em associação com o tântalo (Ta), eis que ambos exibem propriedades químicas bem semelhantes, devido ao fato de terem os respectivos raios iônicos muito próximos (RNb5+= 0,69 angstron e RTa5+= 0,68 angstron), também pela afinidade com o oxigênio (aparecem sempre como óxidos) e, ainda, por se concentrarem em depósitos vulcogênicos ou plutogênicos alcalino-carbonatíticos.
Há dois minérios tradicionais, tanto para o nióbio, quanto para o tântalo. O primeiro deles é a "columbita" ou "niobita", de fórmula geral (Fe,Mn) ( Nb,Ta)2 O6 . A distinção básica entre as variedades ricas em nióbio, daquelas ricas em tântalo, é a densidade. A columbita apresenta uma densidade igual a 5,2, ao passo que a tantalita atinge o valor de 7,95. Ambos são minérios pesados, duros, praticamente inalteráveis e explorados em aluviões. O outro minério de nióbio é o "pirocloro", que também aparece junto com a "microlita", minério de tântalo.
A fórmula geral dos dois minérios pode ser expressa como: A2B2O6 (O,OH,F). No caso, o termo A poderá ser o sódio (Na), o cálcio (Ca), o bário (Ba), o bismuto (Bi), o urânio (U), o tório (Th), o zircônio (Zr), o chumbo (Pb), o antimônio (Sb), o ítrio (Y) e os demais elementos metálicos da série dos lantanídeos, conhecidos como "terras raras" (TR).
O termo B, por seu turno, poderá ser o nióbio ou o tântalo, podendo incluir, também, o titânio (Ti) e o ferro (Fe3+ ). Na sua manifestação menos complexa o pirocloro tem a densidade igual a 4,2 e identifica-se pela fórmula NaCaNb2O6(F,OH). Note-se, por importante, que tanto o pirocloro quanto a microlita podem conter quantidades apreciáveis de minérios de titânio (ilmenita-FeTi O3 e rutilo-Ti O2), de urânio (uraninita - UO2 e, ainda, o cátion U4+ combinado com o anion Nb ou Ta), de tório (uma série de minérios complexos como a betafita, a somarskita, a fergunsonita e a euxenita), além das terras raras.
O nióbio, enfim, é um dos chamados "metais novos", no sentido de que teve a sua utilização realçada pelas tecnologias de ponta surgidas nos últimos anos. A grosso modo, oitenta por cento da produção do nióbio destina-se ao preparo de ligas ferro-nióbio, dotadas de elevados índices de elasticidade e alta resistência a choques, como devem ser os materiais usados em pontes, dutos, locomotivas, etc. Em função das propriedades refratárias e da resistência à corrosão, o nióbio é ainda solicitado para o preparo de superligas, à base de níquel (Ni ) e, algumas vezes, de cobalto (Co), usadas na indústria aeroespacial (turbinas a gás, canalizações etc.), bem como na construção de reatores nucleares e respectivos aparelhos de troca de calor. O nióbio ainda entra na composição das ligas supracondutoras de eletricidade e, mais recentemente, no processo de produção de lentes óticas.
A despeito do baixo índice de concentração na camada externa do planeta, por mais uma generosidade do Criador em relação ao Brasil, quase todo o nióbio existente acha-se armazenado no subsolo pátrio. Das reservas mundiais, medidas e indicadas, que totalizam 5,7 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido, 5,2 milhões concentram-se no território brasileiro.
Os primeiros depósitos nacionais foram detectados em Araxá (MG), Catalão (GO) e Ouvidor (GO). O "Complexo de Araxá", a maior reserva de nióbio, medida e indicada do planeta, foi avaliado em 1982 como um jazimento de 462 milhões de toneladas de pirocloro, com teor médio de 2,5% de óxido de nióbio (Nb2O5). Além do mineral principal, portava ele, na ocasião, 560 milhões de toneladas de fosfato, com teor de 11,8% de pentóxido de fósforo (P2O5), e 800 mil toneladas de terras raras, com 13,5% de óxidos dos elementos metálicos denominados terras raras (fórmula geral: O3TR2).
Em Goiás, os depósitos de Catalão/Ouvidor apresentavam-se, na mesma época, mais modestos em nióbio, com 35 milhões de toneladas de pirocloro, a 1,2% de óxido de nióbio, todavia mais diversificados, pois continham 79 milhões de toneladas de terras raras, a 2% de óxidos de terras raras, 200 milhões de toneladas de anatásio, a 10% de óxido de titânio, 120 milhões de toneladas de fosfatos, a 10% de pentóxido de fósforo e, ainda, 6 milhões de toneladas de vermiculita, a 14%.
Bem mais tarde, na mina de Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo (AM), onde se achou a maior concentração de estanho (cassiterita) do planeta, foi medida uma reserva de 170 mil toneladas de columbita, portando 351 toneladas de nióbio metálico.
Note-se, todavia, que a dupla columbita-tantalita desponta em numerosas áreas do pré-cambriano amazônico, sempre em aluviões, das quais as mais conhecidas, pela freqüência de garimpeiros, são as do rio Cupixi (Amapá), do Carecuru (afluente do Jarí, Pará), do Uraricoera e do Mucajai, ambos em Roraima. Tanto as reservas, quanto a produção, nesses garimpos, são incógnitas que precisam ser reveladas. Segundo os últimos dados do "Sumário Mineral", edição 2002, publicação oficial do "Departamento Nacional de Produção Mineral", o Brasil detém hoje, 91,1% das reservas mundiais de nióbio, reservas essas medidas e indicadas, como já se mencionou anteriormente.
Seguem-se, na lista de países com reservas expressivas, o Canadá, com 7% do total, a Nigéria, com 1,6%, e a Austrália, com 0,3%. O total mundial foi considerado igual a 5,706 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido nos minérios.
As reservas oficiais brasileiras, segundo a mesma publicação, distribuem-se entre Minas Gerais (Araxá), com 96,3%, Goiás (Catalão e Ouvidor), com 1,0%, e Amazonas (Presidente Figueiredo), com 2,7%. As minas de Araxá, Catalão e Ouvidor (minas são jazidas em fase de lavra) são exploradas a céu aberto, por serem depósitos de caráter secundário ou residual, resultantes que são da concentração do minério principal em decorrência da lixiviação das rochas matrizes, pelos agentes intempéricos. A columbita da mina de Pitinga também pode ser explorada a céu aberto. O mesmo não acontece com a mina de Saint Honoré, no Canadá, que por ser um depósito primário, exige para a lavra, o concurso de elevadores, que chegam à profundidade de 400 metros. A mina de Saint Honoré pertence à empresa "Cambior", de capital totalmente canadense.
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As minas de Araxá têm a titularidade dividida entre a "Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM" e a "Companhia de Mineração de Minas Gerais - COMIG", esta última estatal. As duas empresas, todavia, criaram uma terceira empresa, a "Companhia Mineradora de Pirocloro da Araxá - COMIPA", para lavrar, com exclusividade, os minérios de nióbio existentes no município de Araxá, que são destinados ao estabelecimento metalúrgico da primeira empresa.
A "CBMM" tem o capital dividido entre o "Grupo Moreira Sales" e a "Molybdenium Corporation - Molycorp", subsidiária da "Union Oil", por seu turno empresa do grupo "Occidental Petroleum - Oxxi", muito embora seja fácil deduzir a prevalência do grupo alienígena, pelo histórico do banqueiro Walther Moreira Sales, tradicional "homem de palha" de capitalistas estrangeiros, inclusive de Nelson Aldridge Rockefeller, que tanto se intrometeu na política do Brasil.
As minas de Catalão e Ouvidor são exploradas pela "Anglo American of South Africa", estrangeira cem por cento.
Destarte, das três áreas onde se lavra o nióbio, apenas uma, a do Amazonas, está sob controle de empresa nacional. A exploração da columbita da mina de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo (AM) está a cargo da "Mineração Taboca", empresa do "Grupo Paranapanema'.
Há, no entanto, um outro jazimento de nióbio, de suma importância, descoberto pelos geólogos do "RADAMBRASIL", no início da década de 70, e posteriormente submetido à pesquisa básica pela "Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM", empresa pública subordinada ao "Ministério de Minas e Energia", que mantém, até hoje, os direitos minerários do ambiente geológico em pauta.
Trata-se do "Carbonatito dos Seis Lagos", chaminé vulcânica localizada a 64 quilômetros a nordeste de São Gabriel da Cachoeira, antiga Vaupés, no alto rio Negro, Amazonas.
Em meio às rochas do "Complexo Guianense" destacam-se, na superfície pediplanada, três estruturas de forma aproximadamente circular, situadas nas proximidades do igarapé Iazinho, afluente do rio Cauaburi. A maior delas, denominada "Seis Lagos", eleva-se a uns 300 metros, exibindo um diâmetro da ordem de 6 quilômetros. As outras duas, situadas ao norte da primeira e dela separadas por distancia pouco superior a 1 quilômetro, medem respectivamente 750 metros e 500 metros de diâmetro.
Carbonatito dos Seis Lagos. As três estruturas circulares destacadas na superfície pediplanada.
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O interesse inicial pelas três estruturas circulares surgiu devido às anomalias radioativas, de fortíssima intensidade, detectadas logo no início do reconhecimento, ocasião em que chegaram a atingir 15.000 cps, limite máximo do cintilômetro em uso (SPP-ZNF). Trabalhos posteriores demonstraram que tais anomalias ultrapassavam a casa dos 35.000 cps, enquanto a média regional era da ordem de 1.300 cps. O emprego de um gama-espectômetro DI-SA-400A permitiu que se concluísse que as anomalias eram causadas pela presença dominante do tório (Th), uma vez que as medições da relação tório-urânio mostraram-se sempre superiores a 4:1.
As pesquisas da "CPRM", outrossim, foram suficientes para revelar que a combinação perfeita do clima, das rochas matrizes e da topografia geraram um depósito excepcional de minérios, notadamente de nióbio, de titânio e de substâncias metálicas do grupo dos lantanídeos (terras raras). Um intenso processo de lixiviação ocorreu nas chaminés, causando um enriquecimento notável das três substâncias citadas, até uma profundidade de 250 metros, a partir dos topos das elevações.
Morro dos Seis Lagos. Um dos lagos, de água preta. Morro dos Seis Lagos. Um dos lagos, de cor castanho-claro, devido aos afloramentos de canga ferruginosa. Infelizmente, as pesquisas no "Carbonatito dos Seis Lagos" só chegaram a medir 38,4 milhões de toneladas de minério de nióbio, com 2,85 de óxido de nióbio contido.
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Todavia, os responsáveis pela pesquisa concluíram que o depósito indicava mais 200,6 milhões de toneladas de minérios, a 2,40% de óxido de nióbio, e permitia inferir outros 2,66 bilhões de toneladas, a 2,84% de óxido de nióbio. Considerando-se válidas as estimativas da "CPRM", o Brasil seria dono de um superdepósito de nióbio, com 2,9 bilhões de toneladas de minérios, a 2,81% de óxido de nióbio, o que representaria 81,4 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido, nada menos do que 14 vezes as atuais reservas existentes no planeta Terra, incluindo aquelas já conhecidas no subsolo do país.
Os minérios de nióbio acumulados no "Carbonatito dos Seis Lagos", somados às reservas medidas e indicadas de Goiás, Minas Gerais e do próprio estado do Amazonas, passariam a representar 99,4% das reservas mundiais.
O nióbio, portanto, é um minério essencialmente nacional, essencialmente brasileiro! Importante assinalar que as mineralizações de nióbio no "Complexo Carbonatítico dos Seis Lagos" são absolutamente incomuns. Lá não está presente o pirocloro, decomposto no intenso processo de lixiviação, mas prevalece uma combina são do óxido de nióbio com o rutilo (óxido de titânio, TiO2) e com os metais denominados "terras raras", notadamente o ítrio (Y) e o cério (Ce). Além disso, o óxido de nióbio ainda aparece na estrutura da hematita ( Fe2O3) e da goethita ( FeO OH) presentes no ambiente geológico.
Note-se que a associação com o rutilo pode resultar em reservas de óxido de titânio tão expressivas quanto às de nióbio, o que poderá tornar a exploração do depósito muito mais atraente. Ademais, avaliações técnicas já confirmaram que o aproveitamento dos minérios dos "Seis Lagos" é perfeitamente viável.
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Afora essa incomparável riqueza, o "Carbonatito dos Seis Lagos" ainda contém a fluorita (CaF2), a apatita [Ca5(PO4)3Cl ou Ca5(PO4)3F], a barita (BaSO4), óxidos e carbonatos de ferro e minerais radioativos, principalmente o tório. Também digno de registro é o fato de que ocorrências de manganês, a noroeste e a nordeste da borda do morro dos "Seis Lagos", permitiram à "CPRM" inferir um volume de 480 mil toneladas de minérios de manganês, a 27% Mn. Os minérios encontrados foram o psilomelano (mMnO. MnO2.nH2O) e a pirolusita (MnO2, quadrático). Nos aluviões dos igarapés que drenam os Carbonatitos é certa a presença de tantalita, columbita, ilmenita, rutilo, wolframita e, possivelmente, diamantes.
A despeito de toda essa fartura de minerais, desde o segundo semestre de 1997 a "Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM" vem demonstrando a intenção de leiloar esse ambiente geológico pelo preço vil de 600 mil reais! No final de agosto de 97, por exemplo, o então Presidente da empresa pública anunciou a medida, com o devido alarde, não sem antes proclamar que o fazia por não ser "xenófobo", nem tampouco "militarista". Faltou, apenas, definir-se como "vendilhão da pátria"!
Na ocasião, tive a oportunidade de fulminar a argumentação do "mundano" com uma seqüência de três artigos publicados nos dias 1º, 2 e 3 de setembro, no jornal "Tribuna da Imprensa", sob o título "A Internacionalização da Amazônia". O processo de licitação foi, provisoriamente, suspenso.
Há pouco, no apagar das luzes do governo neoliberal passado, a "C-PRM" voltou à carga, oferecendo a área pelos mesmos 600 mil reais! Por trás dessa decisão antinacional, parece óbvio que paira o interesse do "Grupo Moreira Sales", na ânsia de adquirir os direitos minerários sobre a provável maior jazida de nióbio do planeta, apenas para "sentar-se em cima" da mesma, uma vez que as minas de Araxá, exploradas pela CBMM, sozinhas, têm capacidade para sustentar o atual consumo mundial pelo prazo de 270 anos.
A operação criminosa só não foi consumada, ao que tudo indica, devido ao fato da área em questão achar-se encravada numa dessas reservas fantásticas, separadas para que os silvícolas flanem livremente pela Amazônia brasileira.
Por sinal, esta ocorrência, embora tenha revertido agora em favor do país, demonstra claramente o empirismo, amadorismo e emotividade que imperam no equacionamento dos problemas relacionados com os habitantes primitivos da região. Se a racionalidade e o pragmatismo imperassem na demarcação das reservas para os silvícolas, o "Carbonatito dos Seis Lagos" jamais seria incluído numa delas, tanto pelo fato de não existirem aldeamentos nas suas vizinhanças, quanto pelo valor dos minerais que ele encerra, já conhecido antes da fixação dos limites da reserva. Está faltando competência na condução dos problemas ligados aos brasileiros mais primitivos!
Aliás, é, no mínimo estranho, que a "CPRM" esteja tão apressada em alienar as jazidas dos "Seis Lagos", mesmo tendo consciência das gritantes anomalias radioativas detectadas logo no início das pesquisas. Será que o último governo neoliberal, na calada da noite, revogou os dispositivos legais que vedavam aos particulares a exploração de minerais radioativos?
Esperava-se que a nova equipe governamental, recém-empossada, desse um basta na alienação graciosa dos bens que pertencem a todos os brasileiros. Preocupação extraordinária, entretanto, aflorou às mentes dos patriotas, segmento maior da população, ao tomarem eles conhecimento de que o novo Chefe do Poder Executivo, antes da posse, passara um fim de semana exatamente na casa de hóspedes da "CBMM", em Araxá, empresa que está "de olho grande" nos "Seis Lagos" e que, talvez, por esse motivo, se tenha prontificado a financiar projetos do "Instituto da Cidadania" e do "Programa Fome Zero". As notícias dessa hospedagem apareceram na edição de 5 de novembro de 2002, do prestigioso jornal "Folha de São Paulo".
Afinal, os verdadeiros nacionalistas, isto é, aqueles que não são destros, nem tampouco sinistros, mas apenas brasileiros, já estão integrados no projeto "Tolerância Zero", cujo propósito é o de combater, com todos os meios disponíveis, a desnacionalização do nosso Brasil.
Por isso a preocupação de evitar que o nióbio, minério brasileiro, caia todo nas mãos de grupos estrangeiros, a exemplo do que vem acontecendo com a economia nacional!
Ora, se a disputa pela maior reserva de nióbio da Terra tem como objetivo estabelecer uma "reserva estratégica" para uma empresa vinculada a estrangeiros, que pretende, com tal aquisição, dominar o mercado mundial às custas e à revelia do povo brasileiro, por que então não transformar a área em "Reserva Nacional de nióbio e associados", como previsto no "Código de Mineração" em vigor?
Caso fosse adotado esse caminho, estritamente nacionalista, a própria "CPRM" poderia ser designada para controlar a nova "Reserva Nacional", inclusive com o encargo de concluir o trabalho de pesquisa e, também, de opinar a respeito da oportunidade do aproveitamento dos minérios concentrados no "Carbonatito dos Seios Lagos".
No futuro, quando chegada a hora, então tais jazidas poderiam ser transferidas para grupos privados, todavia nacionais de fato. Em simultaneidade com tal medida, um governo realmente atento aos interesses nacionais, cuidaria de promover a criação da "Organização dos Produtores e Exportadores de Nióbio - OPEN", nos moldes da "OPEP", a fim de retirar da "London Metal Exchange - LME" o privilégio descabido de terminar os preços de comercialização detodos os produtos que contenham o nióbio. Evidente que as posições do Brasil, no novo organismo, seriam preenchidas com agentes governamentais que, não só batalhariam para elevar os preços dos produtos que contém o nióbio, mas, ainda, fixariam as quotas desses materiais destinadas à exportação.
É, realmente, inaceitável que o Brasil se submeta à situação de vassalagem, quando dispõe, em seu próprio território, de mais de 99% das reservas mundiais do mineral em pauta.
Uma atitude corajosa, como a que se está propondo, poderá abrir caminho para uma valorização de todos os minerais que, à exceção dos hidro-carbonetos, depois da criação da "OPEP", são depreciados pelos principais compradores, os países ricos. O valor dos minerais não energéticos, incluindo as substâncias metálicas e não metálicas, em estado bruto, representa apenas 0,7% do "Produto Mundial Bruto", enquanto que os produtos finais, deles derivados, valem cerca de 40% do mesmo indicador.
Há, ainda, dois outros pontos a esclarecer, o primeiro relativo ao valor das jazidas do "Carbonatito dos Seis Lagos" e o segundo a respeito do descaminho de minérios de nióbio.
Circula por aí versão segundo a qual só as jazidas de nióbio dos "Seis Lagos" valem em torno de 1 trilhão de dólares. Difícil descobrir como se pode chegar a tal número, uma vez que a CPRM estima que o "Carbonatito dos Seis Lagos" contenha 81,4 X 106 toneladas de óxido de nióbio, cuja cotação média, em 2001, foi igual a US$15,448.
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O resultado da multiplicação, como é fácil verificar, é igual a US$ 1.257.467.2 00, número quase mil vezes menor do que o propalado valor. Todavia, o valor de uma jazida, para alienação, não se calcula por uma simples operação aritmética, por vários motivos.
O primeiro deles é o investimento necessário para transformar a jazida em mina. O segundo é outro investimento, exigido para montar a usina de beneficiamento dos minérios.
A seguir, há que se levar em conta um determinado prazo para o retorno do capital investido. Ora, sendo o nióbio um metal de liga, seu emprego é deveras limitado, em termos volumétricos. O consumo mundial, em 2002, atingiu o montante de 44.302 toneladas de óxido de nióbio contido nos minérios, tendo sido de 3.000 toneladas/ano a média de crescimento do consumo nos últimos 10 anos. A estimativa para os "Seis Lagos", como já foi visto, é de uma reserva de 81,4 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido nos minérios, quantidade essa suficiente para sustentar o atual consumo mundial por 1.837 anos.
Nenhuma empresa estará disposta a bancar um retorno do capital investido em 1.837 anos.
Detalhe importante: o preço justo, para a alienação dos "Seis Lagos" só poderá ser estabelecido depois da conclusão da pesquisa, uma vez que há grande possibilidade de aproveitamento do rutilo, minério de titânio, e de outros minérios disponíveis na chaminé vulcânica, inclusive os radioativos, tório e urânio. Por todas as razões expostas, chega a ser grotesco o preço estipulado pela CPRM, para transferências dos direitos minerários da área.
Num outro devaneio aritmético, fez-se uma mistura de dados e valores absolutamente irreais. O Brasil não é o único produtor de nióbio, como afirma o trabalho que sugeriu um valor estratosférico para os depósitos minerais dos "Seis Lagos". O Canadá, a Nigéria e a Austrália também o são, embora em escala modesta. A seguir, o mundo já consome hoje mais de 40.000 toneladas de óxido de nióbio contido, e não 37.000 toneladas de minério, como consta do mesmo trabalho. Finalmente, as exportações do Brasil, e as dos outros produtores, são restritas a dois produtos: óxido de nióbio e liga ferro-nióbio. As cotações respectivas, no ano de 2001, foram US$15,488 e US$13,197, a tonelada.
Tudo indica que toda a confusão aritmética tenha sido causada pela falta de diferenciação entre "minério", "metal contido" e "substância contida". Minério é a substância natural acumulada nas jazidas, que além do mineral principal, ainda contém outras substâncias não desejadas, inclusive impurezas. A substância contida, no caso o óxido de nióbio, é produto que se obtém depois do primeiro processo de beneficiamento. Em outro estágio de beneficiamento, caso necessário, obter-se-á o metal puro. Cada um tem o seu próprio valor de comercialização, sendo o preço mais baixo o do concentrado de minério e o mais elevado o do metal.
Com relação ao descaminho (e não contrabando, que é a introdução ilegal de bens no interior do país) dos minérios de nióbio poder-se-ia compor um outro trabalho só para levantar todas as possibilidades. Entre 1977 e 1984, enquanto servia na minha região de origem, acompanhei atentamente essas atividades ilegais, mantendo o Poder Executivo bem informado sobre o assunto.
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No período, ao mesmo tempo em que os órgãos oficiais informavam uma produção de ouro compreendida entre 30 e 40 toneladas anuais, avaliou-se, com pequena margem de erro, em 1.250 toneladas a quantidade de ouro descaminhada no período de oito anos que, aos preços praticados na época, teriam carreado para o país uns 20 bilhões de dólares.
Ao mesmo tempo, foi emitido um alerta para o fato do mercado mundial de pedras coradas apresentar um movimento anual de 4 bilhões de dólares. Como era fato conhecido, no mundo inteiro, que 60% das gemas coloridas comercializadas no planeta provinham do Brasil, lógico seria que as exportações oficiais do país superassem, no mínimo, a casa de 1 bilhão de dólares. Isso, depois de efetuar um substancial desconto referente à lapidação do material bruto. No entanto, na ocasião, não chegavam a ultrapassar 100 mil dólares!
Embutidas no "pacote do descaminho" figuravam, com certeza, a columbita e a tantalita, tal a abundância dos dois minérios nas áreas cratônicas da Amazônia brasileira. O descaminho, na época, era tão "risonho e franco" que o "Grupo Ludwig", do Projeto Jarí, chegou a desviar do país, entre 67 e 80, mais de 1,2 bilhão de dólares, em madeiras serradas e em toras, segundo inventário feito por técnicos do "GEBAM" e de acordo com informações colhidas junto aos práticos do rio Jarí, que conduziam os navios do próprio Ludwig, desde Monte Dourado até a confluência com o rio Amazonas. Note-se que o armador norte-americano mantinha bons contatos com altas autoridades governamentais, além de ter dado emprego a outras.
O conhecimento dessas irregularidades obrigou-me a elaborar diversos trabalhos, todos submetidos ao Poder Executivo, propondo medidas para saná-las. A principal sugestão encaminhada, vale relembrar, foi aquela de revigorar a velha estratégia portuguesa aplicada à Amazônia, de tamponamento das vias de acesso à região. Enfatizou-se, então, o "buraco" existente no espaço aéreo, por onde se escoavam os bens mais preciosos, e outros locais de "vazamentos" representados pelas passagens sensíveis existentes nos rios da região, com destaque para a verdadeira foz do rio Amazonas, então denominada "braço norte do rio", e para o rio Içá, por onde transitavam livremente embarcações colombianas.
Vinte anos já decorridos e a situação continua a mesma! Urge, portanto, que se acelerem as providências para impedir que os argumentos lançados por antigo responsável pela "CPRM", "antimilitarismo" e "anti-xenofobismo", sejam novamente usados para que se entregue, de mão beijada, os bens preciosos que o Criador resolveu colocar à disposição dos brasileiros, não para serem repassados aos estrangeiros, mas para que com eles seja edificado um país próspero e feliz, povoado por raça cósmica, modelo de civilização fraterna!
ROBERTO GAMA e SILVA
Contra-Almirante Reformado
Presidente do "Partido Nacionalista Democrático-PND"
Nióbio: A riqueza desprezada pelo Brasil19/02/2008
Países ricos gostariam de tê-lo extraído do seu solo, enquanto o Brasil dispensa pouca importância e esse mineral com tão vastas qualidades e de incontáveis aplicações.
O nióbio, símbolo químico Nb, é muito empregado na produção de ligas de aço destinadas ao fabrico de tubos para condução de líquidos. Como curiosidade, o nome nióbio deriva da deusa grega Níobe que era filha de Tântalo que foi responsável pelo nome de outro elemento químico, tântalo.
O nióbio é dotado de elasticidade e flexibilidade que permitem ser moldável. Estas características oferecem inúmeras aplicações em alguns tipos de aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos destinados a fabricação de tubulações para o transporte de água e petróleo a longas distâncias por ser um poderoso agente anti-corrosivo, resistente aos ácidos mais agressivos, como os naftênicos.
Inúmeras são as aplicações do nióbio, indo desde as envolvidas com artigos de beleza, como as destinadas à produção de jóias, até o emprego em indústrias nucleares. Na indústria aeronáutica, é empregado na produção de motores de aviões a jato, e equipamentos de foguetes, devido a sua alta resistência a combustão. São tantas as potencialidades do nióbio que a baixas temperaturas se converte em supercondutor.
O elemento nióbio recebeu inicialmente o nome de "colúmbio", dado por seu descobridor Charles Hatchett, em 1801. Não é encontrado livre no ambiente, mas, como niobita (columbita). O Brasil com reserva de mais de 97%, em Catalão e Araxá, é o maior produtor mundial de nióbio e o consumo mundial é de aproximadamente 37.000 toneladas anuais do minério totalmente brasileiro.
As pressões externas que subjugam o povo brasileiro
Ronaldo Schlichting, administrador de empresas e membro da Liga da Defesa Nacional, em seu excelente artigo, que jamais deveria ser do desconhecimento do povo brasileiro, chama a atenção sobre a "Questão do Nióbio" e convoca todos os brasileiros para que digam não à doutrina da subjugação nacional. Menciona que a história do Brasil foi pautada pela escravidão das sucessivas gerações de cidadãos submetidos à vergonhosa doutrina de servidão.
Schlichting, de forma oportunista, desperta na consciência de todos que "qualquer tipo de riqueza nacional, pública ou privada, de natureza tecnológica, científica, humana, industrial, mineral, agrícola, energética, de comunicação, de transporte, biológica, assim que desponta e se torna importante, é imediatamente destruída, passa por um inexorável processo de transferência para outras mãos ou para seus 'testas de ferro' locais".
Identificam-se, nos dizeres do membro da Liga de Defesa Nacional, as estratégias atualmente aplicadas contra o Brasil nesta guerra dissimulada com ataques transversais, característicos dos combates desfechados durante a assimetria de "4ª Geração". Os brasileiros têm que ser convencidos de que o Brasil está em guerra e que de nada adianta ser um país pacífico. Os inimigos são implacáveis e passivamente o povo brasileiro está assistindo a desmontagem do país. Na guerra assimétrica, de quarta geração de influências sutis, não há inicialmente uso de armas e bombardeios com grande mortandade. O processo ocorre de forma sub-reptícia, com a participação ativa de colaboracionistas, entreguistas, corruptos, lobistas e traidores. O povo na sua esmagadora maioria desconhece o que de gravíssimo está ocorrendo na sua frente e não esboça nenhum tipo de reação. Por trás, os países hegemônicos, mais ricos, colonizadores, injetam volumosas fortunas em suas organizações nacionais e internacionais (ONGs, religiosas, científicas, diplomáticas) para corromperem e corroerem as instituições e autoridades nacionais para conseqüentemente solaparem a moral do povo e esvaziar a vontade popular. Este tipo de acontecimento é presenciado no momento no Brasil.
As ações objetivas efetuadas
A sobretaxação do álcool brasileiro nos EUA; as calúnias internacionais sobre o biodiesel; a não aceitação da lista de fazendas para a venda de carne bovina para a União Européia (UE); a acusação do jornal inglês "The Guardian" de que a avicultura brasileira estaria avançando sobre a Amazônia; as insistentes tentativas pra a internacionalização da Amazônia; a possível transformação da Reserva Indígena Ianomâmi (RII), 96.649Km2, e Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (RIRSS), 160.000Km2, em dois países e o conseqüente desmembramento do norte do Estado de Roraima e incontáveis outras tentativas, algumas ostensivas, outras insidiosas. Elas deixam claro que estamos no meio de uma guerra assimétrica de quarta geração, que o desfecho poderá ser o ataque de forças armadas coligadas (OTAN), lideradas pelos Estados Unidos da América do Norte.
É importante chamar a atenção dos brasileiros para o fato de que a RII é para 5.000 indígenas e que a RIRSS é para 15.000 indígenas. Somando as duas reservas indígenas dão 256.649Km2 para 20.000 silvícolas de etnias diferentes, que na maioria nunca viveram nas áreas, muitos aculturados e não reivindicaram nada. Enquanto as duas reservas indígenas somam 256.649Km2 para 20 mil almas, a Inglaterra com 258.256Km2 abriga uma população de aproximadamente 60 milhões de habitantes.
Esta subserviência do Brasil vem de longa data conforme pontifica Ronaldo Schlichting. Ela vem desde "o Império", sendo adotada já no alvorecer da "República" e pode ser exemplificada por "ONGs, fundações, igrejas, empresas, sociedades, partidos políticos, fóruns, centro de estudos e outras arapucas".
As diversas aplicações do Nióbio
Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensáveis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida moderna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fabricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.
O descaso nas negociações internacionais
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior exploradora mundial, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp, em Araxá, exporta 95% do nióbio extraído de Minas Gerais.
Segundo o artigo de Schlichting, que menciona o citado no jornal Folha de São Paulo, 5 de novembro de 2003: "Lula passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp..." E, complementa que "uma ONG financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Luiz Inácio da Silva, inclusive o 'Fome Zero', que integra o programa de governo do presidente eleito".
O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a US$ 90 o quilo na Bolsa de Metais de Londres, enquanto que totalmente bruto, no garimpo o quilo custa 400 reais. Na cotação do dólar de hoje (R$ 1,75), R$ 400,00 = $ 228,57. Portanto, $ 228,57 - $ 90,00 = $ 138,57. Como conclusão, o sucesso do governo atual nas exportações é "sucesso de enganação". O brasileiro é totalmente ludibriado com propagandas falsas de progressos nas exportações, mas, em relação aos negócios internacionais, de verdadeiro é a concretização de maus negócios.
Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a população do país? É muito descaso com as questões do país e o desinteresse com o bem-estar do povo brasileiro. Como os EUA, a Europa e o Japão são totalmente dependentes do nióbio e o Brasil é o único fornecedor mundial, era para todos os problemas econômicos, a liquidação total da dívida externa e de subdesenvolvimento serem totalmente resolvidos.
Deve ser frisada a grande importância do nióbio e a questão do desmembramento de gigantescas fatias de territórios da Amazônia, ricas deste metal e de outras jazidas minerais já divulgadas. As pressões externas são demasiadas e visam à desmoralização das instituições brasileiras das mais diversas formas, conforme pode ser comprovado nas políticas educacionais e nos critérios de admissão de candidatos às universidades. Métodos que corrompem autoridades destituídas de valores morais são procedimentos que contribuem para a desmontagem do país. Uma gama extensa de processos que permitam os traidores obterem vantagens faz parte para ampliar a divulgação da descrença, anestesiando o povo, dando a certeza de que o Brasil não tem mais jeito.
A questão do nióbio é tão vergonhosa que na realidade o mundo todo consome l00% do nióbio brasileiro, sendo que os dados oficiais registram como exportação somente 40%. Anos e anos de subfaturamento tem acumulado um prejuízo para o país de bilhões e bilhões de dólares anuais.
Ronaldo Schlichting, no seu artigo publicado, ressalta que "no cassino das finanças internacionais o jogo da moda é chamado de 'mico preto', cujo perdedor será aquele que ao fim do carteado ficar com a carta do mico, denominada dólar". É, devido à incompetência do governo brasileiro e do ministro da Fazenda, quem ficou com o mico preto foi o povo brasileiro, o papel pintado, falso, sem valor, chamado de dólar.
O que está ocorrendo é que o Brasil está vendendo todas as suas riquezas de qualquer jeito e recebendo o pagamento em moeda podre, sem qualquer valor, ficando caracterizada uma traição ao país e ao povo brasileiro.
Edvaldo Tavares -
Tenente-Coronel Médico do Exército Brasileiro e especialista e Perito em Medicina de Tráfego (ABRAMET). Autor do livro "Sucesso na vida é para qualquer um. Inclusive para você!".
Nióbio é do Brasil
NIÓBIO na CPI Comercialização de metais não-ferrosos no governo do PT: Na CPI dos Correios, o Sr. Marcos Valério deixou escapar "que levou o pessoal do BMG ao Sr. José Dirceu para negociarem nióbio". O nióbio é um mineral também utilizado na construção de foguetes, armas e equipamentos cirúrgicos. Pois saibam que 90% do nióbio comercializado no mundo é brasileiro, mas oficialmente exportamos só 40% do produzido. CADÊ a DIFERENÇA? Subfaturamento e prejuízo de bilhões de dólares aos cofres brasileiros. Logo após o assento do PT no governo nacional, o Presidente Lula decreta a criação da Reserva "Indígena" Raposa Serra do Sol. Localização: Nordeste do Estado de Roraima (RR), na fronteira com a Guiana e a Venezuela. Com extensão de 1.678.800 hectares, habitada por 15 mil indígenas pertencentes aos povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Tauirepang e Patamona e organizados num total de 170 aldeias. E é de se estranhar mais ainda que os índios se rebelaram, pegaram em armas e fizeram policiais federais como reféns, EXIGINDO o cancelamento do decreto que criaria tal reserva. Perguntinha ingênua: Mas não seriam os índios que estariam exigindo a criação da reserva? Ganha uma das maiores reservas do mundo de urânio e nióbio quem souber responder... Em entrevista, o Secretário de Turismo da cidade de Araxá relatou a importância do nióbio: "Para que vocês tenham uma idéia, os requintados hotéis da cidade vivem abarrotados, não só pelos turistas que visitam a cidade em razão do balneário, da lama medicinal. Os hotéis ficam lotados de americanos, japonezes, europeus, canadenses, árabes e endinheirados do mundo inteiro atrás desse tal de nióbio... eles precisam dele para mil e uma utilidades... principalmente para a fabricação de turbinas de aviões". Abóboda no Hotel Tropical de Araxá A maior reserva do mundo de nióbio está na cidade mineira de Araxá. Seu prefeito atual foi eleito pela interessante e inusitada coligação de 14 partidos políticos. NIÓBIO, palavra proibida aos brasileiros! O nióbio é um metal prateado claro, brilhante, dúctil, resistente à corrosão e temperaturas elevadas. Grupo 5 da Tabela Periódica. Da mitologia grega: Níobe, filha de Tântalo. Foi descoberto por Charles Hatchett em 1801. Hatchett na foto acima, encontrou o elemento no mineral columbita enviado para a Inglaterra em torno de 1750 por John Winthrop , que foi o primeiro governador de Connecticut. Devido a semelhança, havia uma grande confusão entre os elementos nióbio e tantálio que só foi resolvido em 1846 por Heinrich Rose e Jean Charles Galissard de Marignac que redescobriram o elemento. Desconhecendo o trabalho de Hatchett Since denominou o elemento de nióbio. Em 1864 , Christian Blomstrand foi o primeiro a preparar o elemento pela redução do cloreto de nióbio , por aquecimento, numa atmosfera de hidrogênio. . “Columbium” foi o nome dado originalmente ao elemento nióbio por Hatchet, porém, a IUPAC adotou oficialmente o nome “niobium" em 1950, após 100 anos de controvérsias. Muitas sociedades químicas e organizações governamentais referem-se ao elemento 41 pelo nome IUPAC. Entretanto, a maioria dos metalurgicos e produtores comerciais do metal, principalmente americanos , adotam o seu nome original colúmbio. a CBMM e Araxá A CBMM - Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, fundada em 1955, é uma empresa privada dedicada à extração, processamento, fabricação e comercialização de produtos a base de niobium. Cidade de Araxá/ BR. Uma conta de participação nos lucros entre a estatal CODEMIG e a CBMM garante a exploração racional do depósito de nióbio próximo à cidade de Araxá/ MG. O contrato concede 25% de participação nos lucros operacionais da CBMM ao governo do estado de Minas Gerais. Desde 1961, a CBMM extraiu 15,5 milhões de toneladas de minério destas reservas, com uma taxa média anual de 800.000 toneladas. A CBMM é a única produtora de nióbio com presença em todos os segmentos de mercado. Com subsidiárias na Alemanha, a Niobium Products Company Gmbh, em Dusseldorf; na América do Norte, a Reference Metals Company Inc, em Pittsburgh e na Ásia, a CBMM Ásia Co. Ltd. em Tóquio.
Utilização do NIÓBIO
O nióbio é empregado na fabricação de: * Ligas e super ligas que operam a altas temperaturas em turbinas de aeronaves a jato, supercondutores e magneto-permanentes; * Fundição de ferro e em ferramentas de aço, conferindo maior dureza e resistência; * Tubulações de grande porte para gás e óleo; * Eletroldo e solda elétrica; * Aço inoxidável; * Na construção naval, reduz o peso da embarcação mantendo a mesma capacidade de carga; * Em sistemas avançados de fornecimento de ar, como os utilizados no programa espacial "Gemini"; * Na indústria automobilística, em peças de aço estrutural de alta resistência; * Quando adicionado ao aço inoxidável é utilizado em sistema de escapamento dos automóveis; * Na produção de ligas superondutoras de nióbio-titânio usadas na fabricação de magnetos para tomógrafos e ressonância magnética; * Em cerâmicas eletrônicas e em lentes de câmeras; A aplicação mais importante do nióbio é como elemento de liga para conferir melhoria de propriedades em produtos de aço, especialmente nos aços de alta resistência e baixa liga. Brasil, um país mal amado! O nióbio é vendido no mercado mundial a R$400,00 o kg, enquanto que um metro linear de chapa para ser utilizada em aeronaves é comercializada a US$ 50.000,00, sem falar quanto à sua utilização nas missões espaciais em todo o mundo. Face à gravidade dos fatos apresentados a cerca do futuro da NOSSA AMAZÔNIA e da suposta evasão de divisas decorrentes da exploração do NIÓBIO, encaminhei e-mail à Corregedoria Geral da Polícia Federal/DF, Promotoria de Justiça do Estado de São Paulo, ao Depto. de Jornalismo da TV Senado e rádio CBN. Minha geração nasceu para trabalhar para não conseguir pagar se quer os juros da nossa dívida externa, enquanto que as nossas riquezas estão sendo saqueadas bem debaixo dos nossos olhos e os impostos se multiplicando. Quem se lembra da Serra Pelada? Onde foi parar todo aquele ouro suficiente para pagar TODA a dívida externa do Brasil? E para onde vai TODO o MINÉRIO de FERRO do Pará? Será que não seria conveniente montar uma siderúrgica para fazer ao menos um pouco chapa de aço, gerando renda e emprego aos brasileiros, ao invéz de se mandar todo o minério em estado bruto para o exterior? Ou esta é mais uma história do saudoso Páu-brasil? Até quando este país mal amado, continuará sendo saqueado?
criado por palma.honorio
Nióbio: exportar commodities até quando?
http://www.youtube.com/watch?v=IJ6hkZ-SFFo
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veja se acorda o povo daí, depois manda os dividendos... sabe como é né, ganho por hora aula...
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se tiver uma fazendinha aí a preço módico, me avisa, vai que encontro um poço a mais e nióbio....
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Dependência de nióbio é causa de preocupação de Washington
Brasil é responsável por 87% das importações americanas do minério - usado até mesmo em projetos espaciais
A grande dependência do nióbio brasileiro deve explicar, segundo especialistas, a preocupação do governo dos Estados Unidos com relação à segurança das minas do País. O Brasil detém 98% das reservas e 91% da produção mundial do minério, usado para a fabricação de aços especiais.
Os Estados Unidos não produzem o minério.
Relatório anual do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) aponta que o Brasil tem reservas de 2,9 milhões de toneladas de nióbio, com uma produção acumulada de 57 mil toneladas em 2009. O País foi responsável, no ano passado, por 87% das importações americanas do mineral.
O documento indica que a maior economia do mundo continuará dependente do nióbio brasileiro. "As reservas domésticas (dos Estados Unidos) de nióbio têm baixa qualidade, algumas complexas do ponto de vista geológico, e muitas não são comercialmente recuperáveis", diz o texto, publicado em janeiro. Segunda maior reserva, o Canadá é responsável por apenas 7% da produção mundial.
Procuradas pelo Estado, as empresas responsáveis pelas minas citadas no documento divulgado pela WikiLeaks não se pronunciaram sobre o assunto. A CBMM, do grupo Moreira Salles, e a Anglo American são as duas grandes produtoras de nióbio no País, operadoras das minas de Araxá e de Goiás, respectivamente.
O Brasil é também um grande produtor de manganês, o que explica a inclusão do produto na lista dos ativos brasileiros importantes. Segundo documento da USGS referente a esse mineral, o Brasil teve a quarta maior produção em 2009, ano em que foi responsável por 5% das importações americanas da commodity. Os Estados Unidos não produzem manganês desde a década de 70, também por causa da baixa qualidade das jazidas domésticas.
A lista divulgada pela WikiLeaks inclui a produção de minério de ferro pela "mina Rio Tinto", que não tem mais ativos brasileiros nesse segmento. A companhia operava uma mina em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que foi vendida à Vale do Rio Doce do ano passado. Nenhuma das empresas comentou a inclusão do projeto na lista.
PARA ENTENDER
O nióbio, um metal nobre descoberto em 1801, é usado para a fabricação de peças inoxidáveis e em outras ligas de metais não-ferrosos, como as utilizadas em oleodutos e gasodutos. Por suas propriedades, também é largamente utilizado em indústrias nucleares. Grande quantidade de nióbio é utilizada em superligas para a fabricação de motores de jatos e subconjuntos de foguetes - equipamentos que necessitam de alta resistência à combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini, da Nasa.