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KARMA, ISSO EXISTE OU NÃO PASSA DE UMA GRANDE BOBAGEM?

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POR DAVID DA COSTA COELHO
Quando o homem descobriu a agricultura, pouco depois houve a necessidade da criação de classes sociais para poder organizar colheitas, defender a propriedade, pedir bênçãos aos deuses animistas, mais tarde elevados às características e dons de animais no totemismo; e finalizando essa fase, antes das cidades estados, transferem essas qualidades ‘magicas’ para os seres humanos, notadamente descendentes dos criadores destas religiões. Assim se originou inúmeros grupos sociais e uma pirâmide estamental que dividiu as pessoas em escalas de importância, e cada grupo só se casava exclusivamente com os de sua casta, aonde quer que venha surgir agrupamentos humanos, depois cidades, impérios e nações...
 Como sempre, aqueles que se encontravam no topo da pirâmide exploravam de forma vil o povo na escala mais abaixo socialmente falando, compostos de escravos, agricultores, e homens livres. Para manter os entes felizes e satisfeitos, havia duas coisas a se considerar, a religião – sistema de crenças e valores religiosos pelo qual o fiel orienta sua vida, seus filhos e familiares próximos - passada pelos pais através de gerações, afirmando que as coisas eram da forma como estavam devido à vontade dos deuses, e nós, sua criação, deveríamos nos ater a sua vontade, bem como a situação que nos encontrávamos dentro desta escala social. Para aqueles que ainda assim insistiam em questionar tais verdades religiosas, havia o fio da espada a cortar sua língua, partes do corpo, pois o mutilado era visto como criminoso herege, e exemplo a ser seguido caso outros também contestassem a tal verdade suprema. Em ultimo caso a morte também era um espetáculo à parte para esses descrentes e seus discípulos.
O sistema estamental perdurou por milênios nas principais civilizações do mundo, e em alguns lugares da Terra ainda existe, ao menos no sentido da realeza. Mas na Índia, uma das civilizações mais antigas do planeta, ele persiste intocável, a despeito do capitalismo e sua busca em dividir a pirâmide apenas entre os muito pobres, cobrindo 70% da pirâmide com o proletariado, e os 30% de ricos e super-ricos a explorar os abaixo dela. E foi exatamente neste país que surgiu o tema que ainda hoje muitas pessoas se entregam de corpo e alma, como se sua vida fosse uma pirâmide reencarnatória de milhares de anos, baseada no que tu come, bebe, faz ao próximo, ou a si mesmo, para que numa próxima vida venha a nascer num plano mais elevado da pirâmide.
Meu querido Pavlov se estivesse vivo e entendesse de biologia moderna, diria que foram condicionados a repetir tal cantilena, e muitos destes senhores ainda carregam o destino atávico de não ir contra tal coisa, mesmo não havendo mais pessoas com espadas para demolir os descrentes. Na própria Índia, um dos que se insurgiu contra tal manipulação foi o criador de uma religião chamada Jainismo, e seu nome era Mahavira. Segundo ele, não era preciso passar milhares de encarnações aqui na terra para se tornar um ascendido, um iluminado; o fiel deveria, no entanto, seguir oito caminhos que ele determinou a seus seguidores...
No credo por ele criado não havia castas e todos seriam iguais, mesmo seu criador sendo de uma casta superior e elitista, ele declinou sua herança e foi viver como mendigo, o que cabia aos inferiores e intocáveis, a ralé da pirâmide social indiana, sendo este um dos pilares de sua fé, ausência de apego a bens, emoções e tudo que o prendesse a este mundo.
Após sua morte, seus ensinamentos sofreram mais acréscimos e divisões religiosas seguiram-se, coisa mais do que natural a toda religião porque seus fundadores não são imortais, e mesmo que fossem deuses, sem crentes para acreditar, até mesmo divindades morrem, entretanto, uma das coisas fundamentais que os dogmatizados do karma ainda se prendem, também se encontra no Jainismo... O tal acumulo negativo que se leva em reencarnações segundo algumas cantilenas reencarnacionistas, até mesmo no espiritismo, criado por Hippolyte Léon Denizard Rivail, cujo nome ele mudou para publicar seus livros, e se tornou Allan Kardec... Em sua coletânea, ele se apega de forma acadêmica a todas as religiões anteriores, e codifica o que seria após sua morte a doutrina kardecista, mas também eivada da cantilena do Karma negativo, e pior ainda, o que escreveu da base espirita foi de origem de duas falsárias - ‘Kate e Maggie Fox’ - que se redimiram anos depois, mas Rivail já tinha morrido, e mortos não escrevem nada, e nem voltam na forma de espíritos para corrigir livros espiritas errados que eles escreveram em vida.
Para entender o tamanho desta idiotice denominado herança de uma encarnação anterior, gosto sempre de citar o conceito de acender uma lâmpada. Há o polo negativo e o positivo, ao se encontrarem, eles geram a luz. E ela é a essência da vida, pois sem essa energia, que não é boa e nem má, e não se importa com besteiras inventadas por elitistas religiosos há milhares de anos, sem luz do sol não existiria vida na terra. Portanto vamos desmontando de forma intelectual esse sofismo que alguns ainda insistem em levar em frente, bem como o tal do karma, e mais tarde outro, derivado da influencia indiana com o ocidente e povos do oriente médio; o pecado que muito se usa para manipular crianças em  escolas e seminários religiosos com orações como o pai nosso, bem como outras mais cabrestantes de mentes...
Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda, também passou pelas mesmas coisas que o criador do Jainismo, mas diferente deste, Buda era um príncipe, depois de ser excluído de ver o mundo como era, disfarçou-se e abandonou o palácio onde tudo era lindo e perfeito. Acompanhado de um serviçal, ele contemplou a doença, velhice, morte e a desigualdade social. A explicação recebida era o sistema de castas do Hinduísmo, do qual ele fazia parte do topo por ser da elite da pirâmide. No entanto, após aquela experiência, ele não era mais o mesmo homem, e decidiu descobrir a verdade, ou morrer tentando. Abandona a vida de riqueza e luxuria inerente à sua condição, sua mulher e filho, partindo para viver entre os gentios inferiores. Virou um mendigo pedindo esmola, depois se entregou como discípulo de vários ascetas que supostamente teriam encontrado uma forma de escapar das mazelas da reencarnação. No entanto, aqueles caminhos não o levaram a seu destino, e depois de muito sofrimento, e dele mesmo embarcar num ascetismo próprio, deixando de seguir outros, quase as portas da morte, foi salvo por uma mulher que o alimenta, ganha forças se ilumina, e depois disso arregimenta um mundo de discípulos.
Resume sua iluminação em quatro caminhos, após sua morte, também seu credo é dividido, acrescenta – se mais coisas que a fazem descendente direto do hinduísmo e Jainismo, e temos de novo o tal do karma de vidas passadas, como se nós, pudéssemos viver uma vida de rico nesta encarnação, e numa próxima, com corpo e diferente geografia, retornar ao antigo pais e pedir aos descendentes daquela família a parte da própria herança, já que seria o mesmo reencarnado...
Não é preciso dizer o que se receberia dos familiares por tal idiotice... E a resposta é simples, reencarnamos não porque cometemos este ou aquele pecado, matamos bilhões ou salvamos milhões de seres, não comemos este ou aquele alimento; ou fomos este ou aquele animal numa reencarnação anterior- outra idiotice de facções budistas, jainistas e hindus - por isso jamais se deveria comer carne; de novo outro sofisma piramidal imposto.
O objetivo da reencarnação é a evolução da alma, e isso se dá não se excluindo de nada, alimentando um passado cheio de conceitos mortos. Reencarnar significa que sua jornada em dimensões onde existam planetas como a terra ainda não terminou, portanto, para seguir adiante, lembre-se que sua vida aqui é apenas um personagem, não deixe ser dominado pela cultura que lhe impuseram. Absorva aquilo que o fará melhor como ser humano, sem, no entanto deixar de entender como funciona a própria humanidade.
Não há karmas de vidas passadas, não existe o tal do bem e do mal, uma luta fratricida entre um criador e sua criatura, muito em voga em religiões originarias do judaísmo, e que também receberam influencia de religiões indianas. Cada vida que aqui temos, é para aprender, e para isso devemos passar por todas as fazes dela, e a dor inerente a cada idade. Só cresceremos quando nada mais a nossa volta for capaz de nos abalar ou tirar de nossa missão de vida.
Há inúmeras formulas magicas para ir ao céu, não reencarnar mais, ou planejar uma reencarnação mais a nossa altura e dignidade. Bom, eu só conheço uma que funciona, pois foi o que todos que vieram antes buscaram, encontraram, e após suas mortes foi modificado; não é o ascetismo, evitar alimentos, ou praticar isso ou aquilo, e sim buscar do dia que nasce até a hora de ir novamente a seu paraíso celestial religioso...
Esse caminho é o conhecimento, ele é a real motivação de reencarnar, o conhecedor jamais se aquieta, e sempre buscará mais e mais, e como o mesmo é infinito, sua busca o fará retornar aqui o numero de vezes que for necessário. Quando sua alma comportar uma quantia adequada, aí sim, talvez ela esteja satisfeita e não mais voltaremos aqui, salvo como professores, para dar aos obscurecidos não uma formula magica, e sim conhecimento para que estes também sejam quem sabe um dia mestres em ascensão... 

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