Autor: David da Costa Coelho
Ted Smith fazia parte de uma nova geração de seres humanos, ao nascer, assim como todas as demais crianças de sua época, ele recebeu um chip que podia localizá-lo em qualquer lugar do mundo, diziam que era para segurança das crianças e cidadãos ingleses, no entanto, o chip era não apenas um GPS... Quando ele fez dez anos, seu chip foi trocado por um que agregava inúmeras funções - [1]RFID - dentre elas, monitorar sua saúde, servir como cartão de credito, poder acessar qualquer veículo de sua propriedade sem chave, ou serviço público, comprar e ter o débito direto em sua conta bancaria, que seus pais tinham aberto em seu nome. Aos 20 anos o chip foi novamente trocado, ele agora permitia coisas que na época não se imaginava...
Além de cuidar da saúde de Ted, permitia enviar em tempo real todo seu estado de saúde, e acompanhar a evolução de doenças genéticas em seu DNA, bem como tudo que ele fazia no mundo real e virtual. Em 2035, as pessoas não podiam diferenciar uma coisa da outra porque tudo era integrado. Nenhum ser humano que vivesse em cidades poderia transitar sem ter um chip no seu corpo porque nada funcionava sem um, e não ter era conta à lei. Os antigos documentos pessoais, passaportes, cartões de créditos, dinheiro e demais tecnologias obsoletas do inicio do século agora eram história. Com o chip você tinha acesso a todos os serviços que desejava apenas indo ao local, ou pedindo virtualmente, pois tudo era cobrado diretamente em sua conta bancaria RFID, e o chip lhe dava a garantia plena como cidadão.
Mas a tecnologia também permitiu outra coisa, pessoas com doenças genéticas, depois de identificadas pelo chip, jamais seriam contratadas para nenhum serviço de qualquer corporação ou governo, em serviços de nível superior ou técnico e em empresas pequenas também não. Para sobreviver, sendo considerados deficientes físicos, recebiam do governo uma quantidade de dinheiro semelhante à meio salario mínimo, em sua condição genética inferior, estavam reservados a trabalhos braçais ou de manutenção da cidade, para poderem complementar sua renda e não passar fome, tornando-se um fardo social caso nada recebessem. Além disso, estavam proibidas de terem filhos, pois mesmo que se casassem, jamais os teriam porque ao ser identificada sua doença genética ou física, seu chip apresentaria uma ordem de atualização, e ao chegar no posto de troca, outro era implantado, e dentro do corpo, injetavam nanotecnologia que os tornava estéreis.
Quando as mulheres normais ficavam gravidas, podiam escolher as qualidades genéticas de seus filhos, tais como olhos da cor preferida, cabelo, corpo; e de contramedida genética, o chip escaneava o feto, e se fosse detectada alguma anomalia genética ou doenças de qualquer espécie, como autismo, ou demais ‘anomalias’, em poucos dias o chip as fazia abortar. Nesse novo mundo, as pessoas não estavam mais expostas à casualidade de nascimentos insustentáveis à natureza selvagem, não se tolerava doenças genéticas ou físicas; pois a tecnologia retomou o caminho da evolução, onde seres humanos geneticamente imperfeitos ou doentes jamais teria vez no mundo real, nele só os fortes, puros e perfeitos tinham direito a vida.
Contudo, muitos estudiosos, religiosos, personalidades globais e humanistas, eram críticos daquela situação evidentemente eugenista porque perceberam que em longo prazo não haveria mais aqueles páreas para servir aos perfeitos; contudo a robótica já permitia a elite global criar replicas de serviçais para coisas que os imperfeitos ainda faziam, mas em breve até mesmo estes serviços seriam executados por robôs ou androides mais capacitados. Para evitar futuras revoltas da ralé, o plano da elite global era aumentar o valor pago para o sustento deles e usá-los em projetos de reciclagem de peças e desejos contaminados, o que aumentaria a rapidez com que morreriam.
Ted Smith não tinha nenhuma doença que o impedisse de ser pai nesse mundo utópico, ao contrario, era perfeito em todos os sentidos, além disso, era um gênio da computação, matemática e física quântica, foi um garoto precoce desde criança, e antes dos 20 anos já tinha pós-doutorado e uma vontade imensa de mostrar o que sabia fazer, além de ser vaidoso e soberbo porque nasceu para isso. Antevia o futuro em sua mente, tinha o dom da liderança em tudo que fazia; suas descobertas científicas revolucionavam o saber humano numa escala comparável as de [2]Isaac Newton ou Einstein. Contudo, após duas décadas de realizações magicas, ele não estava satisfeito com o rumo das coisas e de como a elite mundial estava literalmente varrendo o planeta, criando-o a sua imagem e semelhança no que entendia como perfeição humana.
Aos 42 anos de idade ele era não só a celebridade mundial como também o homem mais rico da terra. Mas sabia que da forma como a humanidade estava sendo comandada, dentro de mais algumas décadas só restaria algo em torno de um bilhão de pessoas porque só nasciam humanos perfeitos. As imperfeitas juntavam-se aos bilhões que morreram de velhice ou de uma doença ‘degenerativa’ já há algumas décadas, e que só afetava os geneticamente imperfeitos. Como professor e cientista, não precisava que lhe explicassem que a doença deles era uma manobra de [3]eugenia, para criar uma humanidade perfeita, excluindo bilhões de imperfeitos.
Isso não era só um crime em escala global, era genocídio em massa, e como tal, cabia a ele impedir, de uma forma ou de outra, pois se demorasse muito, talvez ocorresse uma guerra atômica em pequena escala já que algumas nações islâmicas, bem como a Índia e estados próximos não se adequaram às regras globais de morte e extermínio de incapazes. Os países em questão eram superpotências atômicas, sofreram bloqueios tecnológicos, econômicos e ataques a sua infraestrutura e tecnologia, mas não através de armas de destruição; e sim invasão hacker, com ataques a tudo que estava conectado eletronicamente, além disso, não podiam comprar alimentos, tecnologia ou combustível de nenhuma nação que usasse chip...
Ele sabia que só havia uma forma de impedir um futuro ainda mais terrível de prosseguir, deveria retornar ao passado, mas infelizmente isso também estava a séculos de seu tempo porque os inúmeros [4]paradoxos da viagem no tempo jamais permitiria enviar a si mesmo para sua realidade, décadas ou séculos atrás, e impedir o que já ocorria no seu próprio tempo. Mas de alguma forma ele tinha que descobrir como voltar no tempo, não em um universo paralelo, como indicava a física quântica, e sim ao seu, para impedir o que estava ocorrendo. Estava na hora de tirar umas férias no seu local favorito, seu laboratório secreto no Havaí...
Longe de compromissos, dos negócios de suas empresas ou de divulgar e aceitar convenções e palestras científicas, ele agora só pensava em uma coisa em seu laboratório de informática, como transpor o espaço tempo e voltar ao passado. A única coisa que ele sabia com certeza é que era possível voltar no tempo, pois as partículas [5]quânticas faziam isso o tempo todo. Mas atomizar um corpo humano, com trilhões de células vivas, e reconstituí-las no passado, era outra história, e no momento tecnológico atual, impossível. Contudo, algo não lhe saia da cabeça. Um ser humano não podia, mas a informação sim, mas como fazer essa informação chegar à pessoa certa, dando a mesma, as condições de mudar o futuro? E como poderia ter a certeza de que realmente mudou se não haveria como medir tal coisa?
Durante um ano ele se debruçou sobre a física, e a nanotecnologia, e finalmente percebeu que a resposta estava dentro dele e de bilhões de humanos em seu próprio tempo. Se fosse possível criar um programa quântico que interligasse a essência biológica e tecnológica que dividiam, haveria a possibilidade de construir uma espécie de alma energética de uma pessoa escolhida, e sendo ela de energia pura, uma frequência eletromagnética, poderiam enviar a mesma ao passado curto, onde seria atraída por sua essência carnal e espiritual. E tal como um esquizofrênico, somente a pessoa em questão veria o ente quântico, podendo interagir com ele, e assim sendo, mudar o futuro com as informações recebidas; porque sua alma do passado e a essência dela do futuro estariam na mesma frequência cósmica...
Mas a parte ruim neste plano é que seria uma viagem sem volta porque para extrair a alma quântica, a pessoa real morreria. Ela seria mantida neste passado, e enquanto aquele futuro que existia e tentavam mudar perdurasse e mantivesse a ligação, pois estaria conectada aos chips das bilhões de pessoas de seu tempo; mantendo os dois tempos – passado e futuro igual - em junção... Tal qual o [6]cordão de prata que liga a alma ao corpo em vida, e ao morrer se desliga, uma vez que aquelas pessoas desse futuro deixassem de existir, a ligação quântica de sua essência em seu futuro teria o mesmo fim, e seu eu no passado saberia que estava livre de seu idêntico do futuro, e que o mesmo teria sido mudado. O plano era tão inteligente e a frente de qualquer cientista de seu mundo que se ele publicasse, ganharia mais um monte de prêmios científicos e mais uma legião de fãs para lhe adularem, pedirem autógrafos e segurem-no em redes sociais e científicas, coisa que ele detestava, pois não era mais o jovem vaidoso de 20 anos que gostava dessas coisas...
No entanto, não conhecia ninguém na terra capaz de mudar o futuro, exceto ele, já que pretendia reencontrar a si mesmo duas décadas no passado. Contudo, antes de iniciar a destruição de seu próprio corpo, precisava saber se realmente poderia transcender a ele e sobreviver, mantendo sua mente intelectual e personalidade, pois sem isso, seu retorno no tempo seria apenas uma perda de tempo e destruição de sua vida no futuro, pois não haveria como mudar nada, tornando-se uma [7]alça de moébios. Passou mais um ano longe de tudo, criando novamente uma tecnologia séculos à frente de sua época porque ele não era só um gênio, era uma alma extremamente evoluída, tal como [8]Nikola Tesla. Um ser que já teria passado por todas as fases de reencarnação, podendo viver na 4ª dimensão e depois ascender para as próximas, mas que ainda assim decide reencarnar e melhorar a existência humana na 3ª dimensão, com seu saber superior.
Sem mais duvidas sobre seu projeto, seu programa de computação quântica foi inserido no seu chip pessoal, e como um vírus – já que todos se conectavam numa rede global – todos os demais agora estavam ligados ao dele. Num segundo momento ele entra numa câmara de transmissão energética e seu corpo começa a vibrar numa frequência especifica. Ele descobriu que assim como uma taça de cristal ao ser molhada e ter o dedo passando em sua borda, acaba emitindo um som específico, o mesmo se dá com o corpo humano; pois nós temos uma frequência cósmica. E graças a isto, a construção do aparelho lhe permitiu criar a máquina; aos poucos ele percebeu que não percebia mais a sensação humana de calor, frio, respirar, sentia seu corpo, pois ele não era mais humano, apenas um invólucro de luz consciente em transição.
Tinha todo seu conhecimento e saber, não só isso, percebia o mundo a sua volta como ondas eletromagnéticas, afinal, os seres vivos eram apenas luz condensada na forma de matéria, animada por uma espécie de aura de energia que diversos credos religiosos chamavam de alma. Ficou ali por mais algumas horas até estar completamente livre dos resquícios atômicos do que um dia foi seu corpo. No momento seguinte que o programa o identificou como informação, os chips dos bilhões de pessoas codificaram sua frequência e um portal energético foi acionado, ganhando forma microscópica, mas perfeito para que a informação cruzasse o tempo e o espaço quântico; e assim ele foi enviado para a Inglaterra, no ano 2035, onde se encontrava a sua essência carnal e espiritual mais jovem...
Ted Smith estava feliz, aos 20 anos, pois terminava outro pós-doutorado... Havia convites das principais universidades inglesas para lecionar ou ser o titular de uma das cadeiras que pertencerá a algum nome famoso do passado, no entanto, ele estava mais interessado em ser o próximo gênio que iria mudar a história e ser o homem mais rico do mundo porque sua mente fervilhava de ideias. Sabia que seria assim porque ninguém havia feito nada realmente novo no campo da tecnologia. O chip que ele e demais ingleses e europeus, além de americanos e chineses usavam estava totalmente ultrapassado, pois sua mente descobriu milhares de coisas que eles podiam fazer. Evidente que algumas delas ele sabia que os governantes iriam usar para projetos nada humanos, como controle do cidadão, espionagem, decidir quem viveria ou morreria, ou até mesmo nascer. Contudo, isso não cabia a ele decidir e sim aos lideres globais, para isso pagavam impostos e podiam xingar os governantes, pessoalmente ele detestava politica... Depois de comemorar bastante com seus amigos, beber até quase cair, foi de taxi para casa. Recebeu um abraço dos pais, e depois uma bronca por beber tanto e depois foi dormir feliz da vida...
Ao acordar no dia seguinte algo o incomodava, sentiu os pelos de seus braços eriçarem devido umaestranha energia estática em seu quarto. Como era fim de semana, pretendia dormir até mais tarde porque estava frio e nevando muito em Londres, mas às 5 da manhã já não conseguia mais dormir e sua ressaca do dia anterior havia passado. As poucas horas de sono que teve o curaram completamente é o deixaram cheio de vida e elétrico. Ainda assim decidiu ficar na cama após voltar do banheiro. Pegou um livro de um [9]inglês maluco, um escritor chamado Lobsang Rampa que se dizia um monge, e que teria morrido no século XX, mas que seu avô havia lido toda coleção, depois deu ao pai, e agora era dever dele ler também. Achava uma bobagem aquilo, mas com o pai que tinha, sendo filho único, amado e idolatrado, não custava nada ler e ter o que debater com ele mais tarde. Como fazia leitura dinâmica, antes das 9 da manha já tinha lido os 20 livros do autor. Achou algumas coisas interessantes outras não. Talvez repetisse a tradição quando tivesse um filho. Mas a sensação na pele não terminava, foi ficando mais intensa até que ele viu uma forma energética se materializar em sua frente, tinha a sua aparência, só que muito mais velho. Não estava assustado com aquilo e sim curioso, e de repente ele começa a ouvir a coisa em sua mente.
- Olá Ted, como pode ver somos a mesma pessoa, no caso em questão eu sou o que você será daqui a 22 anos, e sim eu sou você do futuro, pois como previu, é possível voltar no tempo. Tudo que você imaginou que será, suplantará ainda mais tais coisas numa escala que nessa idade não sonhou ainda, e será mais gênio do que qualquer outro humano que já viveu porque a tecnologia que descobriu daqui a 5 anos aumentará suas capacidades celebrais em escala geométrica. Quanto aos livros que leu agora, entenderá que o escritor maluco tinha razão em muitas coisas, principalmente com relação à física e dimensões superiores. O chip que usa em seu braço, um protótipo inferior, em breve será trocado por outro que você inventará daqui a um ano, e com ele irá revolucionar o mundo de uma forma que não ajudará a humanidade, e sim os ricos e políticos mesquinhos de nosso mundo. Graças a isso, bilhões irão morrer, e viveremos num mundo teoricamente perfeito, mas reservado a poucos e a uma elite global canalha e psicopata. Eu destruí meu corpo no futuro para voltar e lhe dar o vislumbre do que seremos se você não mudar isso agora, pois caso contrario, estaremos numa alça de moébios, coisa que você conhece muito bem...
Ted ouviu os pensamentos do que ele seria no futuro, e de imediato não gostou nada de saber que daqui algumas décadas se mataria para poder voltar ao passado em forma energética, para mudar um futuro que ele mesmo iria criar em pouco tempo. Sabia que voltar no tempo em forma física era impossível com a tecnologia atual, mas que de alguma forma, foi possível ele fazer isso ao se destruir. Sem sombra de duvidas, morrer daquela forma não era uma opção. E achava que se chegou a esse extremo, com certeza tinha que mudar esse futuro.
- Se posso te ouvir, significa que pode parar de gastar meu tempo com palavras inúteis de um futuro nefasto e deixar que minha mente vislumbre tudo que me tornarei e que você deseja destruir, já que se destruiu para isso; deixe me ver o que me diz.
Seu outro eu do futuro sabia que era possível conectar sua essência energética com o corpo dele neste passado, não pretendia fazer isso antes de atualizá-lo por conversas telepáticas, mas se estava ali para mudar a realidade futura, porque perder tempo com cuidados excessivos? Pediu a Ted que se deitasse na cama, e assim que fez, o eu energético flutuou olhando para cima e se deixou penetrar no corpo que era o seu e experimentar novamente ser de carne e osso. Unidos numa só alma e entidade, o garoto pôde ver e viver a realidade que ele criou...
Os prêmios internacionais, os inventos que faria em cada detalhe, a legião de fãs, seguidores e bajuladoras, o orgulho sem limites dos pais pelo que ele se tornaria, e a sua dor pessoal ao saber que seus inventos estavam sendo usados por políticos canalhas para criar um estado humano de perfeição, e neste processo, excluindo bilhões que eles entendiam indignos para o futuro. Levaria décadas para ele deixar o seu mundo de orgulho e vaidade, tornando-se o oposto do que era agora, sem filhos ou esposa para compartilhar a utopia que havia criado, só havia a culpa e o desgosto, motivo mais do que suficiente pra retornar ao passado e mudar tudo.
Irritado consigo mesmo, pegou seu carro em busca de paz e privacidade para pensar no que faria daquele dia em diante, mas isso agora era impossível porque seu eu quântico o seguia em qualquer lugar, como um fantasma. Sabia que enquanto seu futuro não fosse mudado, ele não deixaria de existir. Como já tinha todas as informações do futuro, bem como todo conhecimento e tecnologia que compartilharam na união corpórea, não precisava mais de um irmão gêmeo mais velho no seu pé, embora fosse ele mesmo. Lembrou-se então da [10]teoria da borboleta, e de uma coisa que leu no livro de Rampa, sobre planos dimensionais superiores e o que fazemos na 3ª dimensão que nos modifica ao aprendermos que esse é o mundo da ilusão, e que não devemos nos apegar as coisas, afinal aqui é uma escola, e a duras penas, temos que aprender para evoluir para as próximas, vendo as pessoas como passageiros em estágios diferentes dos nossos. Embora tenha lido os mesmos livros, o eu dele era mais emocional e sofredor, e o fato dele se importar demais o fez se destruir, e como o seu eu ainda estava aqui era porque ele ainda não tinha batido suas asas, mas sabia o que fazer nos dias seguintes para mudar o futuro e se livrar dele.
Sua primeira atitude foi abandonar seus projetos científicos e aceitar a cadeira acadêmica em[11]Cambridge, passou a ser exclusivamente um acadêmico e desenvolver teorias cientificas no âmbito de colonização espacial e viagens a outros planetas. Claro que em poucos dias que foi aceito e publicar sua primeira equação revolucionaria, seu prestigio mundial foi imediato, assim como a universidade por tê-lo em seu quadro, deixando sua eterna rival, Oxford, a ver navios, pois apesar dos inúmeros convites dela para Ted, ele escolheu Cambridge. Aquela pequena mudança de cenário fez com que seu duplo perdesse 50% de sua coesão energética, o que significava um abalo no espaço tempo, assim Ted decidiu bater de novo as asas da borboleta. Ao contraio de seu eu futuro que odiava politica, declarou em rede nacional que se candidataria ao parlamento porque já estava mais do que na hora de cientistas também fazerem parte da politica e lutar por um mundo melhor. Ao fazer isso ele implodiu todo futuro de seu algoz temporal, e como aquele tempo não existia mais, a linha temporal agora tinha sido mudada.
Ao retornar para casa, Ted estava feliz porque nada mais guiava sua vida, nem mesmo o fantasma de um tempo futuro. Poucos meses após seu outro eu desaparecer, ele conhece uma parlamentar da Alemanha, em visita a Londres, tinham a mesma idade e sonhos compartilhados de mudar o mundo. Ela achava que a superpopulação, bem como o excesso de gente, acabaria por destruiria o meio ambiente terrestre e os oceanos; já estava acontecendo, pois ela se apoiava em dados estatísticos para isso. A terra já tinha mais de 10 bilhões de pessoas, que estavam consumindo o ecossistema do planeta, tal qual um enxame de gafanhotos numa plantação de trigo.
Começaram a namorar no mesmo dia, e com tais ideais, ao mesmo tempo planejar politicas para evitar isso. Sem nada para impedi-lo, ele reinventa toda a tecnologia do seu futuro e inicia sua fama e fortuna mundial. Casa-se com Elga, e com a fama do marido e de sua luta pelo controle da população e preservação do meio ambiente, ela recebe apoio da elite mundial eugenista e é eleita chanceler da Alemanha; a ancora da união europeia. Ao longo dos anos ela será reeleita por décadas. E assim o futuro segue quase a mesma linha anterior, pois Ted agora tinha esposa e filhos, todos lindos e perfeitos, e queria um mundo em que a elite politica e intelectual mandasse no planeta.
Para evitar o contra ataque dos países com tecnologia nuclear, como no tempo que ele mudou, descobriu mais uma arma que a elite suprema que comandava tudo com chip poderia usar, era baseado nas pesquisas e patentes de Nikola Tesla; reveladas secretamente a elite global, mas que até então nenhum gênio da terra tinha como decodificar e fazer; mas Ted era o Tesla e o Einstein do século XXI. Ele descobriu como fazer uma arma de pulso magnético em escala de continente, e com ela, todas as nações que ainda resistiam as politicas eugenista e tinham armas nucleares, logo descobririam que elas eram inúteis. Foi dado um ultimato a elas, e a resposta foi que se insistissem, uma guerra atômica ocorreria. No dia seguinte a índia, e outras nações de religião islâmica, que tinham armas nucleares acordaram na idade da pedra. Nada que tinha eletricidade funcionava mais... Aviões despencavam do céu, carros em movimento colidiam, nações inteiras se apagaram e o caos, crime e desordem, bem como a lei do mais forte se impôs. De uma hora para outra essas nações não tinham mais tecnologia alguma para combater seus inimigos. Que ao contrario deles, possuíam a sua intacta e pronta para uso a qualquer instante...
Com o poder total consolidado, Ted se torna não só o homem mais rico e poderoso da terra, como também lidera os projetos políticos que seu outro eu veio impedir. Diferente de seu duplo, ele acreditava que era certo a elite global comandar e redefinir a humanidade porque da forma como o mundo estava, sem esse controle genético e populacional, uma hora seriam destruídos por uma guerra atômica global ou uma pandemia de vírus. Quando ele completou 60 anos, era um homem feliz da vida em seu novo mundo. Era o pai orgulhoso de cinco filhos e tinha mais de vinte netos, que ele observava e se comunicava com eles em tempo real por implante, apesar de viver na estação espacial que projetara e construíra, e ali morava com Elga. Lembrou tristemente do viajante do tempo, sem amor, família e uma mulher magica e especial para compartilhar a vida. Se tivesse seguido o mesmo destino, talvez tivesse feito o mesmo...
Dali o casal observava a terra se recompor em sua beleza verde e azul. Havia um bilhão de humanos, perfeitos e unidos por uma rede global de chips, graças a ele e a esposa, não havia fome, doenças, desemprego. Agora a humanidade tinha outros projetos, em breve naves espaciais semelhantes às de filmes de ficção, plenamente funcionais estariam levando androides e humanos pelo espaço. Primeiro conquistariam todo seu sistema solar, e depois, quem sabe, a final o universo era infinito e os sonhos da humanidade também...
[1] Identificação por radiofrequência ou RFID (do inglês "Radio-Frequency IDentification") é um método de identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados remotamente através de dispositivos denominados etiquetas RFID. Uma etiqueta ou tag RFID é um transponder, pequeno objeto que pode ser colocado em uma pessoa, animal, equipamento, embalagem ou produto, dentre outros. Contém chips de silício e antenas que lhe permite responder aos sinais de rádio enviados por uma base transmissora. Além das etiquetas passivas, que respondem ao sinal enviado pela base transmissora, existem ainda as etiquetas semipassivas e as ativas, dotadas de bateria, que lhes permite enviar o próprio sinal. São bem mais caras que do que as etiquetas passivas. RFID: utiliza transponders (os quais podem ser apenas lidos ou lidos e escritos) nos produtos, como uma alternativa aos códigos de barras, de modo a permitir a identificação do produto de alguma distância do scanner ou independente, fora de posicionamento. Tecnologia que viabiliza a comunicação de dados através de etiquetas com chips ou transponders que transmitem a informação a partir da passagem por um campo de indução. (ex: muito usado em pedágio "sem parar").
[2] Isaac Newton foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo... Albert Einstein foi um físico teórico alemão, posteriormente radicado nos Estados Unidos, que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da física moderna (ao lado da mecânica quântica).
[3] Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido". Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente". O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de "pureza racial", a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana. Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não aptas para a reprodução.
[4] Como funcionará a viagem no tempo: Pode ser que não haja nenhum outro conceito que atraia tanto a imaginação quanto a ideia de viagem no tempo - a capacidade de viajar para qualquer ponto no passado ou no futuro.
[5] Cientistas de ponta disseram que a descoberta de partículas subatômicas que viajam mais rápido que a velocidade da luz poderia obrigar uma ampla reavaliação das teorias sobre a composição do cosmos, caso seja independentemente confirmada.
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/particula-mais-veloz-que-a-luz-pode-ser-revolucao-na-fisica/n1597225450981.html
[6] O cordão de prata é um termo da metafísica que se refere à conexão vital da consciência com o corpo físico. Durante a projeção astral - ou experiência fora do corpo - algumas pessoas alegam ter visto e descrevem o cordão de prata como sendo a ligação com o corpo astral ou duplo etérico. Entende-se que essa expressão refere-se à força Divina que mantém o corpo ligado ao espírito.
[7] Alça de moébios é um termo de ficção cientifica em que o personagem volta no tempo para mudar algo, mas não consegue, e o mesmo futuro volta a se repetir com ele voltando ao passado para mudar o mesmo. Também é chamado de luping temporal
[8] Nikola Tesla, o homem que revolucionou e ajudou a moldar nosso padrão de vida confortável. Atualmente vivemos num mundo que é dependente da eletricidade, sem ela, mesmo que por uma semana, serio o caos, e isso devemos a Tesla. Visionário, é geralmente alguém que antecipa o futuro, com ideias a frente de seu tempo. Isso é Tesla - “Meu cérebro é apenas um receptor. No universo há uma fonte de onde obtemos conhecimento, força e inspiração. O que fiz foi acessar os segredos desta fonte, mas sei que ela existe”.
[9] Lobsang Rampa, (1910-1981) era o pseudónimo de Cyril Hoskins, escritor que alegava ter sido um Lama Tibetano; com 20 livros publicados. Muitas polêmicas cercam o autor. Viveu a primeira parte da sua vida no Tibete, onde, segundo dizia, "adquiriu conhecimento suficiente" para poder transmitir-nos nas suas obras, que relatam toda a sua trajetória de vida, passando por ensinamentos milenares, tendo anos depois praticado a "Transmigração" (a alma de um Lama se apossara do seu corpo físico, quando adulto, tomando a sua individualidade).Seus livros popularizaram assuntos relacionados ao Lamaísmo Tibetano, viagem astral e o poder da mente….
[10] Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.
[11] A Universidade de Cambridge é uma tradicional instituição de ensino superior do Reino Unido considerada uma das mais prestigiadas e importantes do mundo. É a segunda universidade mais antiga ainda em funcionamento do país. Cambridge e a Universidade de Oxford são rivais na aspiração a serem a melhor universidade do Reino Unido. Ambas produziram uma grande proporção dos mais proeminentes cientistas, escritores e políticos do mundo ocidental.