JESUS, O FILHO DO VAMPIRO...
Autor: David da Costa Coelho
Indra foi um dos últimos discípulos de [1] Buda, o mestre hindu o aceitou porque viu nele uma [2] aura pura e iluminada, uma que só um mestre ascendido podia perceber num ser humano, e após décadas trilhando vários caminhos religiosos, Sidarta encontrou o seu. Gautama sabia que seus dias na terra estavam chegando ao fim, e que nenhum dos antigos discípulos que o acompanhavam há vários anos podia lhe suceder após desencarnar porque ainda estavam presos as coisas do mundo.
No entanto, Indira Indra, o mais jovem deles, foi escolhido como seu herdeiro, o que não agradou aos demais discípulos, mas como a palavra de Sidarta era lei, e nenhum dos discípulos podia se opor, após a escolha, ele dedicou ao rapaz toda atenção e o conhecimento que arrecadou nesta vida e em todas as outras que viveu ao se iluminar. A tarefa era árdua e esperava ter um pouco mais de tempo nesta vida para educá-lo, contudo, a morte veio para ele, mas não da forma natural que aguardava...
Meses após a morte do mestre, Indra ainda lamentava a falta de Buda, ele tinha sido envenenado, um velho homem era suspeito de ter lhe dado um alimento estragado, mas ele tinha suspeitos entre os discípulos do mestre, alguns que poderiam ter feito isso através do chá, coisa que ele bebia diariamente e que podia ser administrado veneno de forma lenta e gradual. E as suspeitas se confirmavam porque entre eles haviam muitas razões para isso porque estavam descontentes em não serem herdeiros do homem mais sagrado de seu tempo, ao qual foram fieis a vida toda, já que o mestre tinha escolhido um novato, ao invés de seus discípulos mais sábios e antigos.
Indra sabia também que seu mestre havia atingido a iluminação em vida, e que apesar de restar-lhe alguns anos pela frente, ao morrer envenenado, ele poderia retornar à vida em qualquer época, na forma de criança para viver o que restava, também podia escolher uma época especifica e se [3]transmigrar ao corpo de um homem adulto e viver o que restava, ensinando novamente, ou poderia simplesmente jamais retornar à 3ª dimensão porque não seria mais necessário a uma alma ascendida, podendo habitar com almas superiores na 4ª dimensão. Indra não tinha mais como saber essas coisas, e nem qual seria a opção de seu mestre, mas gostaria que ele transmigrasse e o reencontrasse em vida...
Em pouco mais de dois anos após a morte de Sidarta, seus discípulos se dividiram em três facções e não aceitaram o comando do escolhido de Buda, cada um com suas concepções pessoais, ditando novas regras religiosas, e sem terem como ser corrigidas pelo fundador do budismo, cada um passou a interpretar o budismo não mais com as palavras sagradas de Buda haviam-no descrito, e sim do que eles queriam que fosse. Aquela situação levou Indra a buscar seu próprio caminho de iluminação e esclarecimento, ele se torna um [4]asceta, vivendo isolado numa montanha, plantando sua própria comida, e passando a maior parte de suas noites sentado, meditando; tentando recriar em sua alma a iluminação que seu mestre havia obtido décadas atrás...
Por um tempo ele encontrou a paz e a tranquilidade para meditar, ver o sol nascer e se por, observar as estrelas, o cair da chuva, o cheiro de plantas molhadas e crescendo com a vida que vinha do céu em forma de luz ou chuva, mas isso durou pouco, pois ao dormir era assolado por sonhos nefastos e pesadelos terríveis, sentia-se perseguido por algo poderoso e selvagem, um ser que ia contra tudo aquilo que ele acreditava; uma espécie de mal muito antigo. Ao acordar no ultimo dia de vida como ser humano, ele percebeu a presença da morte o chamando, igual o que seu mestre pressentiu tempos atrás, sua vida estava no fim, em algumas horas ele morreria, sabendo disso, rezou e pediu a Buda que acolhesse sua alma na 4ª dimensão, e se possível, que reencarnassem juntos...
O vampiro estava feliz, após milhares de anos ele havia encontrado um ser humano digno de receber sua herança imortal. Em sua longa existência, mais de 20 mil anos de idade, Lamak jamais criou outro vampiro, pois não via com bons olhos a sua espécie... Frios, egoístas e dotados de uma fome sádica, onde se matava por fome ou prazer; a cura dessa sandice levava séculos, e muitos ainda assim persistiam como se estivessem nascido há pouco tempo porque gostavam de matar os humanos inferiores. Quando ele ainda era humano, vivia como um [5]Xamã, voltado à busca da cura e auxilio a outros seres humanos e também estar em comunhão com a natureza, os deuses e o universo...
Mas um dia foi mordido e transformado em vampiro. Seu criador, Sadrak, o ensinou e protegeu; afinal um vampiro que cria outro é em verdade o pai dele, estando ligados pela eternidade em fidelidade, mente e corpo astral. Por séculos ele havia esquecido a solidão, já que com seu filho havia muitas aventuras a compartilhar, contudo, assim como seu criador anterior, Sadrak também decidiu hibernar por alguns milênios, à humanidade estava ainda numa fase Bárbara, sabia que eles evoluiriam, e agora que tinha seu filho; as aventuras dele na terra podiam ser captadas em sua mente, ainda que hibernando...
E assim Indra, que um dia foi discípulo de Buda, um homem quase santo, ao se tornar vampiro, era obrigado a saciar sua fome fazendo o que mais odiava, matar pessoas e beber seu sangue, já que a fome era maior que seu valores de outrora. Como imortal e detentor de poderes imensos, seguiu as linhas budistas que foram para a Índia, a China, Japão e Tibet. Mesmo deturpados, muitos dos ensinamentos de seu mestre chegaram ao oriente médio e ao império romano, mas poucos seriam capazes de entender tais palavras, essas pessoas não tinham um mestre à altura do desafio para mudar seus corpos e mentes, presos ainda a deuses tribais e religiões primitivas; amparadas no conceito de bem e mal, coisa que ele sabia há séculos que não existia. Só havia o caminho do meio, e suas escolhas determinam sua reencarnação.
Embora se alimentasse de animais, às vezes ele se dava o luxo de beber sangue humano, e no império romano isso era coisa fácil de encontrar porque havia jogos e escravos em qualquer lugar, ou pessoas colocadas em cruzes nas estradas para morrer esmagadas pelo seu próprio peso em seus pulmões, sufocando... A crucificação, ao contrario do que acreditariam os mortais milênios após, não era para matar a pessoa em um dia ou dois, e sim que ele ficasse ali vivo e sofrendo até que a morte chegasse por asfixia, um exemplo a todos que contestassem o poder de Roma.
Ele não gostava dos romanos, na verdade odiava aqueles selvagens, inúmeras vez se entregou ao seu lado vampiresco e massacrou legiões inteiras, mas fazia isso apenas quando eles se excediam em suas maldades, como no dia que invadiram uma aldeia na Judeia e massacraram homens, mulheres e crianças. Aquele massacre covarde ficaria para sempre em sua lembrança, mas sua vingança também. Matou mais de mil homens em um só dia e se banqueteou do sangue deles. Os conflitos na Judéia e inúmeros salvadores religiosos, aqueles que libertariam os judeus dos romanos, faziam com que o povo sofresse muito nas mãos deles e dos líderes religiosos judaicos. A única coisa que o prendia naquele local era a crença na [6]reencarnação que os judeus mantinham; por isso é que lutavam com tanto vigor contra os romanos invasores.
Contudo, algo mais chamou sua atenção, dentre muitos judeus, um dia ele caminhava próximo a uma carpintaria e viu um jovem trabalhando ao lado do pai, o menino tinha uma aura pura e brilhante, assim como a sua ao ser escolhido por Buda. Aproximou-se do rapaz e viu que a aura dele tinha uma energia semelhante à de seu mestre, Sidarta, mas não sentiu que ele estava no rapaz. Os poderes de um vampiro estão muito além daqueles que Buda acumulou em vida, mas a essência de predadores os tolhia de usar. Conversou com o pai dele, um homem chamado Jose, e também com a mãe, que se chamava Maria. Sabia que o rapaz podia ser um novo Buda, mas vivendo e trabalhando ali jamais seria quem nasceu para ser. Ele dominou a mente dos pais e os fez entregar o jovem carpinteiro como seu discípulo. Seus pais não tinham como dizer não, além do mais, eles poderiam acompanhar o jovem se ele fosse para locais distantes.
Dos 25 aos 30 anos, Jesus aprendeu tudo que o vampiro sabia do mundo e de religião, os ensinamentos de Buda, como o mestre havia passado a Indira Indra séculos atrás, agora encontrava uma alma pura e evoluída para ser novamente fonte de salvação a outros. No dia do aniversário de 30 anos do rapaz, Indra decidiu deixar seu discípulo com os pais e tirar uns dias longe dos humanos, às vezes ele precisava disso. Sentou-se no topo do monte sinal e começou a meditar, no entanto, algo superior chamou sua atenção, uma forma energética que ele sabia muito bem quem era; seu sagrado mestre flutuava em sua frente, a energia o tocou e em sua mente as palavras do mestre ganharam vida.
- Antes de morrer você me pediu para estar junto a ti numa reencarnação, eu não tinha como aceitar porque meu tempo que resta neste plano é de apenas três anos, mas eu achei o modo de fazer isso, o discípulo que você adotou tem a idade e a alma certa para que eu use seu corpo e alma. Eu e ele seremos um só, não haverá dominador nem dominado, apenas duas almas compartilhando o mesmo destino. Em três anos eu o deixarei seguir sua vida, mas o que devo fazer implica que ele deve morrer por instantes para que eu possa compartilhar o corpo com ele. O que desejo de você Indra, meu único e fiel seguidor, é que sugue sua vida por esses instantes, dê a ele seu sangue, com parte de seus dons ele poderá estar à altura do que nos aguarda porque não será mais humano, nem tão pouco um vampiro, ele será um hibrido, contudo, terá grande parte de seus poderes, amplificado também pela minha alma em ascensão.
- Sim mestre, eu farei isso, estarei ao seu lado por todo o tempo que o senhor estiver no corpo de Jesus!
- Não Indira, essa jornada não é para você, pois embora tenha sido um dia meu discípulo, você não é mais um ser humano, na verdade os humanos hoje o servem como alimento. Vá e tire um tempo para meditar, com seus dons no corpo que habitarei, não precisarei de nenhuma proteção porque serei mais poderoso que qualquer ser humano, mas minha missão é usar o conhecimento que tenho, e o poder que você nos dará para iluminar a vida e a alma destes seres terrenos. Quando estiver terminada minha missão eu o chamarei e você terá novamente Jesus como discípulo, só que agora ele será o meu escolhido na terra, orientado o seu povo com o que lhe legarei.
Indira parte de volta à casa de Jesus, voa sem pressa, um pouco contrariado porque queria o contrário de que seu mestre pedia, mas ele era seu mestre em vida, e agora também como ser ascendido, um mestre ainda maior. Assim o pedido era uma ordem, além do mais, ao dar seu sangue a Jesus, mesmo que ele não se tornasse um vampiro, dali em diante estariam ligados em quanto ele estivesse vivo, e saberia passo a passo tudo que o corpo e a alma dele estariam fazendo aonde quer que fossem...
Ele chega em meio as comemorações, controla a mente de todos que estão ali, e nenhum deles daria a falta do rapaz porque em suas mentes ele estaria dormindo, bêbado após tanto vinho. O rapaz é levado ao monte [7]Sinai, e ali a energia de Sidarta espera o seu momento de ocupar novamente um corpo humano. Indra crava suas presas e suga o sangue tenro e jovem, é um sangue tão doce e poderoso que ele quase perde o controle e mata o rapaz. Foi necessário todo seu treinamento budista para não ir até o final...
Meio desfalecido, com sua alma quase deixando o corpo, Buda pôde se conectar ao [8]cordão de prata de Jesus porque as almas deles possuíam a mesma frequência, a alma de Sidarta transmigrou para o corpo dele, agora cabia a ele dar-lhe novamente a vida. Indra se corta e dá o sangue para que o rapaz sugue tudo que lhe foi tirado momentos antes, se cure e recebe seu enorme poder. Ao receber a alma de Buda e o sangue do vampiro, algo novo iria surgir daquela união, e daquele dia em diante o mundo nunca mais seria o mesmo porque um verdadeiro salvador havia retornado...
Indra se alimenta poucas horas depois de deixar Jesus em sua casa, tinha ido para a África atrás de bestas selvagens, mas algo abaixo mudou seu cardápio, navios romanos carregando escravos e feras. Ele desce e mata todos os romanos ali presentes. Bebe o sangue, rasga o corpo e arranca as cabeças daquelas pessoas e dá os restos mortais para as feras. Liberta os escravos e as feras e parte para seu exílio no local aonde foi transformado em vampiro. Decidiu hibernar por aquele curto espaço de tempo que seu mestre levaria neste mundo.
Nos três anos seguintes,com os poderes psíquicos e o sangue do vampiro, o corpo com duas almas arregimentou fieis e seguidores, flutuou sobre as águas, curou pessoas em coma, mas que muitos pensavam estar mortos, curou leprosos, e todos os demais milagres que um dia seria descrito nos livros sagrados em honra a seu nome e poder. Passou a mensagem do budismo, mas com outra roupagem para aquelas pessoas...
E assim como no tempo de Buda, nem todos ficaram felizes com o que ele dizia. O povo gostava, mas os governantes não. Ele foi pego, por opção própria, pois podia matar a todos se assim desejasse; mas seguiu com eles, sendo julgado e condenado à morte. Seu corpo foi chicoteado e o sangue escorria de seu corpo. Se ele fosse apenas um ser humano já estaria morto, mas ele tinha o treinamento budista e a energia de um vampiro. A dor era intensa, tanto física quanto mental, os romanos eram mestres naquele tema de destruir pessoas, flagelavam sua pele e alma, mas o que ele queria provar com seu suplicio é que este era o mundo da ilusão, e que o corpo nada mais era que uma casca descartável que se trocava a cada reencarnação. E os judeus desta época eram muito mais reencarnacionistas do que os de hoje, restando poucos que acreditam na verdadeira fé.
Buda estava completamente no controle do corpo naqueles instantes finais, jamais permitiria que o jovem Jesus padecesse as dores e o suplicio que os romanos infligiam a cada chicotada. Depois de tanto sofrimento ele é posto numa cruz e atado a ela. Ele ficaria ali por uma semana e morreria como qualquer infrator das regras romanas, mas o tempo de Buda na terra estava no fim. Contudo, ele sabia que Jesus não podia e nem devia morrer nesta época e lugar, na verdade ele escolheu o rapaz para passar a mensagem que em vida não terminou, e também para dar a Indra um companheiro para a eternidade.
Sabia que seu discípulo hibernava, podia chama-lo mentalmente, mas decidiu realizar a transformação de Jesus num ser eterno e poderoso, ao mesmo tempo em que retornava à 4ª dimensão para jamais voltar a este plano de seres primitivos e em transição, mas que se seguissem suas palavras, poderiam também ascender.
Um soldado romano estava próximo, ele ordenou mentalmente que se aproximasse, carregando sua lança. Sem poder pensar ou fazer outra coisa diferente, o soldado enfiou sua lança no homem que agonizava na cruz. Pouco tempo após o homem estava morto. Dali ele foi levado para uma gruta, seu corpo coberto com um manto, e por três dias ele ficou em animação suspensa, enquanto seu corpo humano morria e nascia mais um vampiro sedento de sangue, vingança e poder. Ciente de que o corpo de Jesus agora estava novamente pleno, Buda deixa o cordão de prata dele vibrar em sua forma pura e deixa a terra. Seu ultimo ato aqui é enviar uma mensagem a Indra:
- Seja pleno, não tenha receio do que se tornou e nem deixe seu filho sem um pai, cuide dele, e ele cuidará de você.
Ao anoitecer, com a força de vários homens, o vampiro empurra a imensa pedra que bloqueava sua caverna e deixa sua prisão de morte. A sede que sente é um tormento maior que qualquer conceito humano que um dia teve, e como tal só lhe resta aplacar sua gula. Ele voa em direção a um acampamento romano, e veloz como um raio, mata e suga o sangue de cada soldado que ali se encontra. Antes que a noite chegasse a sua metade, mais de cem homens estavam mortos. Mas antes dele prosseguir para nova matança, Indira Indra chega e doma sua mente insana. Indira coloca na mente das pessoas que vigiavam a gruta que Jesus havia ressuscitado em vida, e que eles deveriam espalhar seus ensinamentos por um mundo melhor. E que um dia ele voltaria para ver o progresso do que haviam feito, ou refazer tudo aquilo que em vida ele fez.
Livre de sua missão com seu mestre, e com um filho para educar e cuidar, dentro de uma comunidade restrita e poderosa como a dos vampiros, restava ao velho vampiro doutrinar seu filho, e a primeira coisa que faria seria não matar tantos em uma só noite, afinal, eles eram imortais, invulneráveis, indestrutíveis, e a carreira de Jesus salvador da humanidade ficava a cargo de seus mitos em vida, mas a de Jesus, vampiro poderoso e eterno, esse não iria mais voltar porque ele jamais partiu...
[1] Buda, que em hindu significa “Iluminado”, foi o título dado ao líder religioso Siddhartha Gautama, que viveu na Índia entre os séculos VI e V a. C. É o fundador do budismo.
[2] A aura é, segundo várias religiões e tradições esotéricas, um elemento etéreo, imaterial, que emana e envolve seres ou objetos. É por vezes também considerada como um atributo inerente aos seres vivos.
[3] Transmigração das almas, às vezes chamado de metempsicose, é baseado na ideia de que uma alma pode passar de um corpo e residir em outro ser humano. A doutrina mais plenamente articulada de transmigração é encontrada no Hinduísmo. Almas são consideradas como emanações do espírito divino. Cada alma passa de um corpo para outro em um ciclo contínuo de nascimentos e mortes, a sua condição em cada existência que está sendo determinado por suas ações em nascimentos anteriores.
[4] Pessoa que busca se afastar dos prazeres, dedicando-se a orações, privações e flagelações, levam uma vida regrada, rumo a perfeição espiritual.
[5] Xamã é um sacerdote tradicional do xamanismo que possui contato com o mundo dos espíritos, demonstrando particular capacidade de profecia ou cura. Mago, feiticeiro, curandeiro, bruxo, pajé e médico são outros nomes correspondentes.
[6] Uma alma desce a este mundo vinda de "sob o trono da glória" - um local muito mais elevado que o anjo mais elevado - para cumprir sua missão neste mundo físico. Esta missão é constituída tanto de uma missão geral - o cumprimento de todos Mandamentos Divinos - como também de uma missão específica para esta alma. Após o tempo que lhe foi designado, a alma retorna para ser julgada. Pode precisar purificar-se no Guehinom (Purgatório), mas ao final, estará apta a colher sua recompensa temporária, que é vivenciar no Gan Éden (Paraíso), o Mundo das Almas, a luz Divina que gerou com todas suas boas ações. Porém, em muitos casos a missão toda da alma não foi completada nesta vida. Pode ainda existir algum problema que necessite de correção, herdado ou não de uma encarnação anterior. Portanto, aquele aspecto da alma que ainda necessita ser completado deve retornar. Por este motivo as almas voltam uma e outra vez, até que sua obra esteja completa. Este conceito é conhecido na Cabalá como Guilgul.
[7] O Monte Sinai está situado no sul da península do Sinai, no Egito. Esta região é considerada sagrada por três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo. É um pico de granito com uma altitude de 2285 metros onde, segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés recebeu as Tábuas da Lei. Ao longo dos séculos foram sendo construídos sobre o monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros da cultura religiosa.
[8] O cordão de prata é um termo que se refere à conexão (ligação) bioenergética dos dois corpos mais básicos do ser humano: o corpo físico e o corpo astral. Pode ser também chamado de cordão astral, cordão fluídico, cabo astral, cordão de luz, laço vital, fio de prata, cordão períspirito, teia de prata, cordão luminoso, cordão vital, cordão energético, laço aeriforme, etc. Como ele é energético não há perigo de se romper numa projeção (experiência fora do corpo), e possui extensibilidade infinita, ou seja, pode se “esticar” a distâncias inimagináveis. É chamado de cordão prata devido a sua cor prateada. É citado claramente na Bíblia em Eclesiastes Capítulo 12 Versículo 6.