AUTOR: DAVID DA COSTA COELHO
O professor Carlos Dias Gonzalez e sua esposa, Carmem, que também era professora de física quântica, estavam voltando de uma palestra na universidade de Nova York, ele era um dos físicos teóricos convidados pro evento, juntamente com outros, e que graças a este trabalho, em breve a humanidade entraria em uma nova era de descobertas fantásticas. Ele foi um dos palestrantes, bem como outros monstros sagrados da área, e a palestra foi sobre [1]universos paralelos e como a humanidade poderia interagir com eles dentro de 20 ou 30 anos. Muitos ali previram que em breve, com o avanço tecnológico, poderíamos construir aparelhos quânticos que possibilitasse ver o que ocorria naquele planeta terra, ou em vários, bastando mudar o canal da terra específica.
Embora teoricamente fosse uma ciência nova, um dos palestrantes levantou dados de livros religiosos [2]indianos em que há claramente indicação de universos paralelos nas escrituras, bem como aventuras daqueles deuses, o que segundo o estudioso que palestrava, assim como a teoria quântica afirmava que o simples olhar para uma realidade podia criar outras, o que justificava os mundos paralelos, os mesmos também poderiam influenciar o nosso mundo devido ao vazamento quântico da realidade, onde ações lá poderiam induzir ações inconscientes dos humanos de nosso plano; o que nos teria permitido não só criar nossos deuses e religiões, como também tecnologia.
Carlos saiu da palestra extremamente feliz e excitado, com a mente fervilhando de ideias, mas lembrou-se também que havia o mundo real para ele e a esposa, assim aproveitaram o resto do fim de semana para compras, passeios, jantar e um pouco de união física e amor envolvido porque a esposa estava no período fértil e planejavam um bebe para este ano. Ele tinha sido convidado para lecionar na universidade, com moradia no campus com todas as despesas pagas e um salário digno de seu conhecimento e fama, o que o casal aceitou na hora, e no retorno para o Chile, deixariam seus empregos, venderiam os bens e no mês seguinte estariam nos EUA, mas agora em definitivo. Mas voltariam ao seu país durante as férias ou em festas de final de ano para rever a família.
O voo seria de algumas horas, passando sobre a América Central até pousar no seu país, o tempo estava bom e nada indicava que seria uma aventura que teria um fim e um destino jamais imaginado nem mesmo por um cientista quântico, pois o avião seguia num céu límpido e sem nuvens de chuva ou furacões, comuns na América Central naquele período do ano. O que ele não sabia é que o desastre não viria da terra e sim do céu porque um meteorito tinha acabado de penetrar a atmosfera, e em rota de colisão com a aeronave, e nada na terra poderia impedir o que iria ocorrer. Mas faltando poucos metros para o impacto, o meteorito explode sobre o avião, e ele inicia a queda que destruirá tudo.
Os pilotos fazem o que podem para que a aeronave não caia de bico no oceano, e conseguem arremeter e forçar uma aterrizagem na água, mais ainda assim o choque faz o avião se espatifar e dividir-se em vários pedaços. Mas pouco antes da explosão do meteorito, Carlos tinha ido ao banheiro, ele ouve o barulho e sente que o avião começou a cair, contudo ficou preso lá, devido à pressão da queda. Quando o avião começou a afundar, aquela parte pequena da aeronave em que ele estava se soltou e começou a flutuar. Ele entra em pânico porque sua mulher estava na cadeira da janela, próximo aos pilotos e com certeza ela iria afundar rapidamente, ele força a porta e sai, mas o que vê o leva ao desespero, o avião inteiro afundou, não havia nenhum passageiro flutuando, apenas roupas, vasilhames e malas...
Lutando pela vida, ele agarra um colete salva vidas e veste, ao mesmo tempo em que se segura em partes da nave que flutuam, ele fica ali por horas, tremendo de frio e desmaia. Ao acordar ele esta numa praia. Os escombros de malas e objetos foram atirados ali também, mas nenhum corpo chegou com ele. Por mais que a dor e o desespero lhe assolem, ele sabe no seu íntimo que a sua mulher esta morta, e com isso os seus sonhos de ser pai com a mulher que conheceu ainda na escola, o seguiu em todas as escolhas, até mesmo na profissão, e agora já não mais faz parte de seu mundo. Por mais que aquela dor lhe venha à cabeça a cada instante, ele sabe que a coisas mais importantes a fazer, e sobreviver é superar a perda e aguardar o resgate.
Ele saiu caminhando e vasculhou a praia e encontrou garrafões e garrafas de água intocadas, refeições e sanduíches ainda em embalagens à vácuo, e muitas outras coisas que pode comer, inclusive havia muitos cocos na praia e próximo dali também centenas de coqueiros. Ele não conhecia a América Central, mas acredita estar em alguma de suas ilhas próximas a Honduras e Cuba, e que em breve navios e aviões estarão ali para busca e resgate. Ele abre diversas malas e retira roupas que põe para secar e faz uso delas. Procura também por fósforos ou isqueiros, mas não acha, contudo, encontra diversos óculos de grau, celulares, binóculos, lunetas, câmeras, e uma mala com apetrechos para caça, contendo facão, facas, anzóis e iscas artificiais.
A água do mar molhou tudo e aqueles celulares e câmeras jamais funcionariam novamente, mas sabia que as baterias expostas e tocadas pelo metal da faca podia acender o fogo, coisa que também poderia fazer com os óculos, mas o tempo nublado não ajudava e a bateria era coisa certa. Ele acende o fogo, abre alguns cocos e consome a água. Faminto, abre as embalagens de comida e devora o que vê pela frente. Têm muitas coisas e dores na cabeça, mas o sono após o almoço farto o derruba e ele dorme. Mas ao anoitecer ele acorda embaixo de chuva, uma típica tempestade tropical esta caindo e o fogo se apagou. Ele procura abrigo nas copas das arvores, mesmo temendo relâmpagos, mas não há outra opção. Aquela foi uma de suas noites mais frias e sofridas na ilha, e ele achava que no dia seguinte seria melhor porque as buscas pelo avião e parentes já devia estar mobilizando um contingente imenso de socorro...
Mas ele não sabia se o socorro chegaria no dia seguinte ou em uma semana, contudo, decidiu se prevenir de mais uma chuva, pois analisou que primeiro eles tentariam encontrar sobreviventes no mar, e em segundo plano nas ilhas próximas seguindo a maré, assim calculou que poderia ficar naquela ilha mais um ou dois dias ou semanas, e a comida dos pacotes estragaria por falta de refrigeração, portanto tinha que usar aqueles alimentos o mais rápido possível, e o resto para alimentar peixes que mais tarde poderia pegar com o equipamento de uma das malas. Jogou tudo que iria se estragar numa enseada e viu peixes se fartando, além de caranguejos.
Ao terminar, ele percorreu a praia e encontrou mais utensílios que podia usar até o socorro chegar, eram centenas delas. Não achava certo abrir os pertences de outras pessoas, mas na situação em que se encontrava, não haveria questões a responder ao ser socorrido. Achou bebidas diversas, como vinho, champanhe, Whisky, chocolate, doces, açúcar mascavo, joias, documentos, dinheiro, sementes de café, arroz, feijão, milho; talvez fosse de algum biólogo em busca de novas plantas mais resistentes. Numa delas achou várias caixas de charutos e alguns isqueiros de ouro puro, com certeza era para presentear alguém importante.
O dia estava quase nas três horas pelo seu relógio e as nuvens de chuva estavam a caminho, ele não sabia se o resgate viria ou não, mas a chuva sim por isso decidiu cortar arvores e fazer um abrigo numa área menos exposta. Fez o abrigo, cobriu com diversas roupas das malas e no final colocou diversas folhas de coqueiro amarradas prendendo tudo. Restava agora o fogo, coisa que foi rápido com as baterias. Sabia que o abrigo não permitiria fogo em seu interior, mas podia esquentar pedras nele e colocar no chão, depois cobrir com areia e roupas, assim manteria o abrigo aquecido em meio à tormenta que quase o matou de frio no dia anterior.
No dia seguinte deixou vários sinais indicativos de que estava ali, pegou o binóculo para ver o litoral e tudo o mais e foi investigar o local onde estava. Munido de facão e uma lança que fez para espantar cobras e animais selvagem que encontrasse, ele descobre uma cachoeira, lago, frutas diversas como mangas, goiabas, bananas, laranjas, limões, o local é vasto em recursos, e se não estivesse perdido, ali seria um local lindo para se construir uma casa de praia. Próximo à cachoeira ele encontra uma caverna habitada por morcegos e andorinhas, mas ele gostou porque era ampla e próxima da praia, e num local alto, de onde ele podia ver todo o oceano e um horizonte muito mais amplo.
Decidiu que seria sua moradia até que fosse resgatado. Juntou lenha e muitas folhas verdes e fez um fogo, alimentou o mesmo para que ficasse imenso e deixou a fumaça expulsar os moradores indesejados, enquanto ia à praia em busca de matérias para tornar seu lar provisório habitado. Mas enquanto fazia isso, sua mente de cientista passou a fazer perguntas de como teria sido o acidente, ouviu uma explosão segundos antes do avião iniciar a queda.
Qual teria sido a origem? Alguma turbina teria explodido? Por que só ele sobreviveu? Será que alguém mais teria tido a sorte que ele teve e estava em alguma parte da ilha que ele não tinha vasculhado ainda? E por que não via aviões voando sobre os céus? Sabia que pelo tempo de viagem estava na America central e o trânsito de aviões cortando as Américas era imenso, mas por que não viu e nem ouviu nenhum nesses dias?
Passou o resto do dia levando malas para sua caverna, elas teriam várias serventias, inclusive como cama, mesa assentos e armários. Não queria ficar naquele lugar, ansiava desesperadamente o resgate e ter notícias de Carmem, encontrar seu corpo e levar para o Chile, onde enterraria próximo ao pai dela. Os pensamentos de dor e lamúria voltaram com força total, fazendo com que ele se sentasse na praia de frente para o mar e se entregasse a dor da perda e ao choro. As horas transcorreram na mesma forma do pranto dele e a noite o despertou de suas dores. O vento frio e uma tempestade se formando o levaram de volta para seu novo lar. Seu jantar foram frutas e chocolate, e para afogar as mágoas do restante de suas dores, tomou uma garrafa inteira de Whisky, e desmaiou alcoolizado.
Acordou ao meio dia com uma dor de cabeça infernal, mas lembrou-se que em uma das malas havia remédios, analgésicos; foi sua salvação e decidiu se policiar até o resgate e não mais se entregar ao que viveu no dia anterior. Decidiu ocupar sua mente melhorando seu abrigo e depois pescar o jantar. Foi para a praia, recolheu mexilhões nas rochas e começou sua pescaria. Voltou para casa com peixes limpos e temperados na água do mar. Teve um verdadeiro banquete regado a frutas e água de coco.
No dia seguinte decidiu vascular outra parte da ilha em busca de algum sobrevivente. Novamente o que encontrou eram restos flutuantes do avião, e mais malas e garrafas diversas, achou até mesmo refrigerantes lacrados em latas ou garrafas plásticas. Durante horas ele caminhou e de novo nada encontrou, vasculhou o oceano com seu binóculo e nada de barcos. Subiu a montanha mais alta de sua ilha, e pode observar que não havia nada próximo, nem mesmo outra ilha, de um lado a outro dela só havia restos flutuando na praia que seriam do avião. E nos céus, nada, nem mesmo um único avião cortando o continente. E aquilo o intrigava e o levava ao desespero porque temia ficar na ilha mais tempo do que desejava, e o corpo de sua esposa perdido no oceano, devorado por peixes o levou novamente a dor anterior.
Não, ele precisava ser forte, lembrar que nem mesmo uma maquina do tempo poderia reverter esse passado porque já fazia parte da história deste universo. Decidiu honrar sua esposa fazendo o que ela mais gostava, catalogando tudo que havia em casa e deixando cada coisa em seu devido lugar. Como tinha comida suficiente em sua casa, decidiu levar todas as malas para lá, seria um trabalho monstruoso, mas ocuparia sua mente, pois assim não pensava no acidente, na esposa, ou por que não havia barcos ou aviões no céu. Essa virou sua rotina por dias a fio. Acordar, fazer sua higiene pessoal em local adequado, comer alguma coisa e recolher malas...
Ficou tão absorvido naquele trabalho que não percebeu que já havia se passado um mês, sua caverna estava organizada com tudo que podia ser útil, desde comida, bebidas e roupas a utensílios de metal e plástico. Os equipamentos eletrônicos completamente inúteis, mas as baterias lhe davam fogo, assim como os isqueiros e lentes dos aparelhos e óculos de grau. Sua sobrevivência estava garantida. Mas ao ver a data no relógio é que seu temor por um resgate longo ficou claro. De alguma forma sua ilha estava fora de rotas marítimas e comerciais, o que explicava a ausência de aviões ou barcos, e ele teria chegado a ela por correntes marinhas poderosas.
Não adiantava se entregar a sentimentos perdidos e esperanças no imaginável futuro, ou lutava para viver e se manter são, ou deixava a dor dominar sua mente. Decidiu fazer reformas em sua caverna construindo um forno redondo para fazer peixe assado e cozinhar ovos de tartaruga que coletou na praia. Decidiu também comer uma, afinal elas tinham aos montes e colocavam ovos lá quase todos os dias. Levou uma mochila. Matou uma, limpou e temperou e voltou a sua gruta onde fez um churrasco de tartaruga, regado a bom Whisky escocês de 12 anos. Descobriu que o óleo de tartaruga dava para fazer excelentes tochas, e com elas às vezes saia à noite para pescar lagostins ou iluminar a caverna; derretia a gordura delas nas carapaças que aquecia no fogão à lenha.
Os meses se seguiam e ele não estava mais ansioso de ser resgatado ou não. Isso já não mais importava. Perdera sua companheira de vida, sua amiga e futura mãe de seus filhos. De que adiantaria agora voltar para o mundo moderno? Como poderia encarar a mãe dela? A solidão ali era devastadora, mas a alma de sua mulher era sua eterna companheira. Assim como o famoso pai da teoria dos jogos, [3]John Nash, ele adquiriu uma forma de esquizofrenia, mas imposta por ele mesmo, e não no sentido da doença do cientista e sim como uma fórmula de se comunicar com a esposa e perguntar a ela se tal arrumação estava correta e o que ele deveria fazer sobre esse ou aquele assunto.
Ao dormir, mesmo solitário, sentia sua presença junto a ele, seu hálito, seu calor, ou mesmo os sonhos onde faziam amor e ele realmente tinha orgasmos de prazer com ela em sonhos, o que percebia no dia seguinte ao ver suas roupas intimas. Graças a isso, ele passou a fazer daquela ilha o reduto do casal, sempre construindo algo, inventando uma decoração, e mantendo seu rosto limpo porque sua esposa sempre odiou barba. Aprendeu a fazer jarros de barro, panelas, e num dado dia ouviu a esposa dizer:
- Querido, por que você não faz uma plantação? Podemos colher nosso próprio arroz e parar de comprar aquele sem gosto do mercado; temos várias sementes aqui, eu quero comer feijoada e há feijões, milho e muito mais para plantar, vá cultivar nosso próprio alimento orgânico, chega dessas coisas sem vida e industrializada. Como já demarcamos a ilha, sabemos bem onde podemos plantar cada coisa. Inclusive o café ficará ótimo naquela encosta logo acima da nossa casa. Vá lá e plante diversas mudas. Pode demorar, mas teremos nossa plantação orgânica e saudável. Faça também um arco porque se vier um animal grande, traga para casa para fazermos um assado e comemorarmos com o vinho tinto chileno que esta na mala do Chile.
De posse das ordens mentais de sua esposa, ele cortou bambus e fez um excelente arco e flechas, não havia armas de fogo nas malas, mas não precisava delas já que tinha ótimas armas tradicionais. Iniciou sua plantação, e se entregou a sua herança de homem agricultor que inventou a agricultura milênios atrás. Com erros e acertos ele colhia tudo que plantava, comia carnes e peixes variados, bebia suco de diversas frutas da ilha.
Em termos de saúde, nem mesmo quando vivia na civilização seu corpo estava tão bem. De vez em quando esquecia por horas de sua esposa e trabalhava em teorias quânticas, e foi num sonho que ele teve uma visão ou presságio do que havia ocorrido. Talvez uma réplica sua num mundo paralelo tenha passado pela mesma coisa, mas sobrevivido ao acidente, e agora ele estava captando aquilo devido ao [4]entrelaçamento quântico de ambos; afinal era uma boa teoria, e sua esposa ouvia-a por horas concordou com ela ainda há pouco...
No sonho, e na teoria que se seguiu, o meteorito que explodiu, era composto de um material raro, e ao detonar, abriu uma passagem quântica num local que tinha essa tendência natural por ser um local onde as barreiras que impedem a união de realidades paralelas eram fracas, bastando apenas um elemento único que abrisse uma barreira temporária entre os mundos paralelos; algo que chamamos triangulo das bermudas, do Alasca, e tantos outros na terra em que pessoas, navios, aviões, ou mesmo cidades e populações inteiras desapareciam sem deixar vestígio.
O avião teria caído por milésimos de segundo nesta terra paralela, mas não completamente, apenas partes pequenas deles teriam interagido, algo como as malas e a cabine onde ele estava, assim só ele tinha vindo a esta realidade, já a esposa e demais passageiros teriam sim caído no mar das bermudas e poderiam já terem sido resgatados do oceano. Mas só havia uma forma de saber se seu sonho quase real era verdade, olhando as estrelas. Em todo esse tempo ali ele nunca parou para olhar as estrelas, sua visão sempre foi para o mar e busca de pessoas. Mas agora ele olhou...
A lua ainda era a mesma lua, mas as estrelas eram diferentes. Era um céu completamente distinto. Observou por dias para não ter duvidas, mas era exatamente isso, ele não estava na sua terra, era outra realidade paralela, um mundo que podia ser habitado ou não, mas que com certeza tinha um novo dono, seu nome era Carlos Dias Gonzalez e sua esposa, Carmem; estava com ele até que a morte os juntasse novamente, nesta ou em qualquer realidade.
Feliz com sua descoberta, não tendo mais a esperança de ser levado dali, ele se entregou completamente ao seu mundo e a sua esposa, caçava, plantava, colhia, fazia amor todas as noites com ela, viam juntos o por do sol, a lua nascer por trás das ondas, caminhava de mãos dadas pela praia, brigavam horas por discordar de alguma teoria quântica, mas depois sentavam juntos para escrever nas roupas as formulas do que previram, e assim por toda eternidade eles seriam felizes porque naquele mundo quântico original, nada morria tudo era eterno, até mesmo o amor esquizofrênico...
[1] Universo paralelo ou realidade alternativa em ficção científica e fantasia é uma realidade autocontida em separado, coexistindo com a nossa própria. Esta realidade em separado pode variar em tamanho de uma pequena região geográfica até um novo e completo universo, ou vários universos, formando um multiverso. Embora os termos "universo paralelo" e "realidade alternativa" sejam geralmente sinônimos e possam ser intercambiáveis na maioria dos casos, há por vezes uma conotação implícita no termo "realidade alternativa" que implica que a realidade é uma variação da nossa própria.
[2] Uma vez um grande rei levou sua filha à casa do Criador, Brahma, que vivia numa outra dimensão.
O grande rei estava muito preocupado porque sua filha tinha chegado a uma idade casadoura e ainda não tinha encontrado um pretendente aceitável.
O grande rei estava ansioso por encontrar um bom marido para sua filha. Ao chegar à casa de Brahma, teve de esperar uns momentos, antes de ser conduzido à Presença para fazer seu pedido. Para seu imenso espanto, Brahma respondeu:
— Oh rei, quando voltar à Terra não verá mais nenhum dos seus amigos ou parentes, suas cidades ou seus palácios, porque apesar de parecer que chegou da Terra que conheceu há apenas alguns momentos, esses poucos momentos do nosso tempo são equivalentes a vários milhares de anos do seu tempo.
Quando regressar à Terra, encontrará uma nova Era, e sua filha, que você aqui trouxe, casará com o irmão de Lord Krishna, Balarama. Assim, ela que nasceu há milhares de anos atrás, casar-se-á com Balarama, depois de mais alguns milhares de anos, porque somente no tempo que levará para deixar a minha presença, e viajar através do Tempo para a Terra, outros milhares de anos terrenos terão passado.
E, assim, o perplexo rei e sua filha regressaram à Terra, que, de acordo com a sua estimativa do tempo, tinham deixado há poucos minutos. Encontraram o que parecia ser um novo mundo, uma nova civilização — um tipo diferente de gente, uma cultura diferente, uma religião diferente. Assim como lhe tinha sido dito, alguns milhares de anos tinham passado no tempo da Terra, embora ele e sua filha, viajando para uma dimensão diferente, tivessem visto passar apenas alguns minutos. Esta é uma lenda, escrita nos livros sagrados da crença hindu há milhares de anos atrás. Não se pode deixar de pensar se isto não seria, provavelmente, a base de algumas coisas que o Dr. Einstein produziu, tal como a "Teoria da Relatividade". http://oportaldoinfinito.blogspot.com.br/2011/08/teoria-da-relatividade-milhares-de-anos.html
[3] John Forbes Nash Jr foi um matemático norte-americano que trabalhou com teoria dos jogos, geometria diferencial e equações diferenciais parciais, servindo como Matemático Sénior de Investigação na Universidade de Princeton. Nash também foi conhecido por ter tido sua vida retratada no filme Uma Mente Brilhante, vencedor de quatro Óscares (indicado para oito), baseado no livro-biográfico homônimo, que apresentou seu gênio para a matemática e sua luta contra a esquizofrenia.
[4] O entrelaçamento quântico é um fenômeno da mecânica quântica que permite que dois ou mais objetos estejam de alguma forma tão ligados que um objeto não possa ser corretamente descrito sem que a sua contraparte seja mencionada - mesmo que os objetos possam estar espacialmente separados por milhões de anos-luz. Isso leva a correlações muito fortes entre as propriedades físicas observáveis das diversas partículas subatômicas ou na teoria dos universos paralelos, com réplicas de nós vivendo vidas semelhantes, mas com escolhas e futuros oposto. Num desses mundos tu pode ser um médico, em outro um ladrão, um cientista e assim por diante.