Quantcast
Channel: O PORTAL DO INFINITO
Viewing all articles
Browse latest Browse all 339

CONTOS DE TERROR: ALINE, A NETA VAMPIRA...

$
0
0

POR DAVID DA COSTA COELHO
Um navio [1]negreiro chegou à costa brasileira em 1801, nele vinha mais uma leva de escravos para suprir o mercado do Rio de Janeiro de mais mão de obra negra para as fazendas de cana de açúcar e de café, e em seu interior vinha também uma carga ainda mais valiosa, pois dentre os cativos estava à princesa de uma tribo [2]Massai que havia se separado dos demais há centenas de anos. Capturada, estuprada e subjugada, ainda assim sua imponência e majestade persistiam porque seu povo suportava as piores condições de vida na África, e ainda assim sobreviviam há milênios...
 Ao desembarcar os escravos no cais do porto para serem levados ao mercado comum onde seriam vendidos, apesar de estar magra e suja, ainda assim ela continuava magnânima e chamava atenção por sua altura e beleza física. Amarrada pelo pescoço com outros de sua tribo, e alguns de outras etnias, ela trazia dentro de si a mágoa não só por sido escravizada e violada, mas também por ter visto muitos de seu grupo morrer e apodrecerem durante dias, disputando o cheiro da morte com o de urina e fezes que infestava o porão onde ficaram até chegar ao Rio de Janeiro. 
Entretanto, ela não sabia que seu destino era diferente do que restava ao resto de seus companheiros, porque milhares de anos antes, uma vampira prometeu um favor a rainha da sua tribo, e como ela era a descendente direta daquele clã, a vampira agora teria como pagar a dívida porque o cheiro dos descendentes reais era inesquecível, e ela estava na colônia portuguesa nesta época, vivendo entre os humanos, em um quilombo...
Três mil anos antes, Ngala era uma princesa Massai, e a futura rainha de sua tribo. A riqueza de seu povo era o gado, e quanto mais cabeças d gado, maior o poder da família. Os Massai se alimentavam do sangue com leite e raramente da carne de seu gado, mas em ocasiões especiais, como festas e casamentos isso era feito. Ela estava na puberdade, tinha 17 anos, mas escapou da mutilação genital que era comum às mulheres de seu povo anterior. 
Eles eram de uma facção Massai que se separou por discordar de muitas coisas, a mutilação [3]feminina era uma delas. Em sua tribo, mesmo os membros da realeza deveriam aprender a cuidar do gado, e ela e seus irmãos e primos foram encarregados de levar o gado da família a um pasto distante, há vários dias de sua aldeia.
Foi uma jornada dura e perigosa, com leões e hienas e chacais a espreita para devorar o rebanho e seus filhotes, mas depois de milênios os Massai aprenderam a defender seus animais, e à noite eles faziam cercas de espinho em volta do rebanho com ramos de Acácia, e no interior dela uma fogueira com troncos grandes para dar aos predadores a certeza que humanos estavam por ali, no controle de suas presas.
No entanto, cerca alguma seria capaz de impedir o ser que se encaminhava para lá, um vampiro velho e faminto e com apetite especial pelo sangue daquela tribo. Ele havia saciado há muito tempo a sede de sangue que devora alguns vampiros jovens, mas dedicava uma vez a cada 100 anos uma volta à África para se alimentar de Massais...
 O hábito deles de se alimentar de sangue e leite, dava a esse povo um vigor físico e crescimento corpóreo maior que o de qualquer africano, e o sangue raro e adocicado deles, para um vampiro, era saboroso e viciante, mas para preservar o povo, ele deixava que se reproduzissem e voltava um século depois para uma orgia de sangue; e hoje era esse dia...
Ele voou até o acampamento e pegou o primeiro homem adormecido e sugou até a última gota daquele corpo, em seguida foi para o próximo, mas nenhum deles podia acordar porque o comando mental do vampiro os induzia ao sono profundo, e nesse caso, eterno... Após matar a todos, restava à futura rainha, contudo, ele achou-a muito linda e poderosa, algo para eternidade, e como não havia ainda criado um vampiro nesses milhares de anos, decidiu que ela deveria ser sua cria, talvez a única. Ele a sugou e levou ao estágio de quase morte, mas antes disso ele lambe a ferida do pescoço que cicatriza na hora, e lhe dá seu sangue com o poder da vida eterna da raça suprema, o ápice da evolução da vida na terra.
Ele coloca-a gentilmente no abrigo e vai aguardar o dia raiar. Ao raiar do dia ele cuida do gado enquanto ela está em transição com a mesma paixão que os mortais o fazem porque aquilo alimentava suas futuras vítimas, mas para ele era diferente porque nenhum predador se aproxima, pois instintivamente eles sabem que a morte pode levar qualquer um que se aproximar do gado, as vacas sentem isso e aproveitam para comerem sem medo algum das feras africanas.
Após três dias, Ngala desperta, ela não é mais humana, é um ser que supera todas as formas de vida da terra em força, inteligência, imortalidade e fome, muita fome. Mas seu criador já havia resolvido esse problema porque próximo de onde estava havia outros Massais da tribo dela cuidado do gado, e ele a levou voando até suas vítimas.
Ela conhecia todos eles, inclusive as crianças que ali estavam, mas eles agora eram apenas alimento e ela se entregou a sua nova realidade e sede de sangue, matou e sugou todos. no entanto, aquilo não era o bastante, mas seu mestre conteve sua fome com comando mental, afinal a cota de Massais deste século já estava terminada. Ao raiar do dia eles reúnem os dois rebanhos e levam até a tribo de Ngala. Os corpos dos que morreram eles cremaram na pradaria, mas os pertences foram levados para ser entregues aos parentes.
Eles chegam voando sobre os animais enfileirados que se dirigem a aldeia. Diferente da maioria dos povos, os Massai conheciam as lendas sobre vampiros e o que eles faziam ao seu povo ao longo de séculos, e que nada no mundo era capaz de pará-los. O Xamã da tribo recebeu o velho vampiro e a nova escolhida. Para os pais de Ngala a dor era imensa porque perderam não só inúmeros parentes, bem como a filha e futura rainha.
Eles recebem o gado, os pertences e vê o vampiro velho partir. Ngala olha para aqueles humanos com a vontade imensa de matar e sugar a todos, mas as ordens mentais de Umbata, seu criador e mentor a impedem. Ele lhe dá lampejos de humanidade e ela fala a seus pais.

- Não sou mais de seu mundo, mas vocês um dia foram algo para mim, assim sendo, eu farei um favor a alguém dessa tribo em algum momento no futuro, até lá vivam em paz e esqueça-se de mim porque nunca mais os verei ou beberei o sangue de vocês.

Passaram se milhares de anos em que Ngala aprendeu o que era ser realmente parte da raça mais poderosa desse planeta, imunes ao tempo, doenças, guerras e religiões tribais criadas por humanos para dominar sua própria espécie. Ao contrário, eles – os vampiros - eram a espécie superior, e como membra de uma antiga realeza humana, ela não entendia porque os vampiros não dominavam os humanos e mostravam a eles a real raça suprema. Mas ela foi informada ao longo dos séculos por seu criador que os vampiros tinham leis e regras de conduta, e que era assim porque os mais velhos ordenaram dessa forma. E a regra primária de sua espécie era obedecer aos vampiros mais velhos devido sua sabedoria e poder sobre todos os demais.
No entanto, essa regra um dia iria mudar porque milhares de anos após os vampiros teriam uma imperatriz, [4]Yula, e ela pretendia revelar à humanidade a verdade, de que em nenhum momento eles foram à espécie suprema, e sim alimento e diversão para os milhões de vampiros que ela comandava. Com sua força e poder mental, no comando de todos os vampiros, ela podia dominar a mente de sete bilhões de humanos e obrigar todos a fazer o que ela quisesse, ou apenas seus líderes, já que na realidade, os bilhões de pessoas eram comandadas por apenas um milhão de humanos.
Ao longo dos séculos ela passou a odiar ainda mais essa espécie inferior porque eles eram piores do que qualquer predador africano, muito pior do que hienas ou lobos, animais que se alimentam ainda do animal vivo em meio à pradaria. Muitas vezes ficou próxima, observando os olhos de zebras e Gnus sendo devorados vivos por eles, mas entendia aquilo como força da natureza equilibrando o excesso dos mais fracos e doentes...
 Já os humanos matavam outros humanos por diferenças religiosas de seus contos de fadas religiosos, por comércio, guerras, por territórios e mulheres, e também para escravizar quem perdia as guerras ou não podia pagar as dívidas. Matando essas pessoas pelo simples prazer de impor poder físico ou religioso.
Acompanhou esse padrão em todos os impérios que surgiram no planeta ao longo dos séculos, pois como vampira, o dom de voar lhe dava uma liberdade de ir e vir que o homem só terá após inventar o avião milhares de anos após. Nunca ficava muito tempo em um só lugar, e de todos que conhecia, gostava da China e de seus mosteiros, e também os da Índia, pois além de seu criador, ela teve um grande mentor e vampiro, chamava-se [5]Indira Indra, o criador do vampiro Jesus, a quem os humanos adoravam como sua divindade.
Indira ensinou-lhe muita coisa que ela aplicou ao longo de séculos, inclusive a compaixão vampírica pelos inferiores, e o momento certo de escolher criar outro vampiro. Ele previu corretamente a época porque em termos de imortalidade, ela ainda era muito criança nesta escala, mas no século XIX, ela teria sua cria...
Nsala de certa forma era sua parenta, descendente direta de sua irmã que a substituiu como rainha de seu povo. Depois de presa e capturada pelos portugueses ela estava a caminho de uma fazenda de cana de açúcar, estava magra, ferida por dentro devido aos inúmeros estupros, mas ainda assim ainda uma Massai, com todo seu esplendor.
 Ela foi comprada por um fazendeiro chamado João Alfredo dias, ela recebeu um nome cristão em seus documentos de escrava, se chamaria agora de Aline. Ao chegar à fazenda, ela foi entregue à negra Maria, ela era uma espécie de negra responsável pela criadagem e foi amante do pai dele e ama de leite do patrão quando ele era criança e ela uma jovem e bela escrava. Deu leite a ele até os sete anos, como costume entre as donas de casa, preservando seu corpo e seios.
Agora João Alfredo dias era casado e tinha uma esposa muito beata e três meninos. Eles já estavam entrando na puberdade, e assim como ocorreu com ele neste período, antes de ir ao meretrício no Rio de Janeiro, sua iniciação sexual era com as escravas da fazenda, as melhores e mais bonitas. A negra foi comprada para isso, iniciar os filhos e cuidar dos afazeres da casa. Nos primeiros dias após chegar, ela quase morreu de fraqueza e infecção, mas graças ao conhecimento de plantas medicinais de sua tutora ela foi salva.
Aos poucos ela foi recuperando seu vigor físico e beleza, aprendendo o nome e as regras da casa, mas em seu íntimo, sabia que seu destino não estava ali. Na primeira noite em que estava de volta a sua forma, após o jantar farto e saboroso, ela foi limpa e depois foi posta nua e amarra pelos braços e pernas, ficando deitada de costas na sua cama e possuída pelo seu dono por horas, mas sem nada sentir a não ser dor e desejo de vingança contra aquele ser asqueroso.
 A esposa [6]beata não estava disposta para o marido muitas vezes, raras vezes faziam sexo, e só na mesma posição sem tirar a roupae era com as escravas que ele saciava sua fome de sexo, e quando elas engravidavam a negra Maria as fazia abortar com chá de ervas.
Após ele a deixar, dolorida e sentindo-se suja pelo sêmen dele dentro dela, em sua vagina e seu ânus, a negra chegou e a libertou e aconselhou que ela o aceitasse sem chorar porque no fundo era um homem bom, e se assim fizesse, a vida dela seria melhor que a de outras negras da fazenda porque ela era linda e jovem. Mas ‘Aline’ não estaria mais disponível depois daquela noite. Afinal, ela era uma Massai, e o sangue de seu povo ainda era um néctar divino. Ngala sentiu o odor deles e pousou na fazenda, ela escolheu os negros Massai e matou todos, mas ao chegar a Aline ela sentiu o gene de seus ancestrais nela, era hora de cumprir uma promessa de séculos e criar sua primeira filha...
A menina é sugada e posta em transição, a vampira a leva dali até uma montanha, e no 3º dia ela desperta como a sua ancestral, com todos os poderes de um vampiro e com uma fome de humanos que só centenas deles podiam suprir, somando se a isto estava um desejo insano e humano de vingança. Ela vai até a fazenda à noite e invade a casa do ‘patrão’. Ele e seus filhos estavam jantando, acompanhado de serviçais negros a lhe servir, e ver uma escrava jovem e nua, recém-comprada, invadindo o espaço sagrado de sua família, era uma afronta que nenhum senhor de engenho poderia aturar. No entanto, ela não era mais sua escrava e sim sua predadora.
Ela parte para cima da esposa dele e a ergue pelo pescoço e crava as presas, ninguém pode fazer nada porque seu poder de vampira os congelou nas cadeiras ou em pé, mas tinham consciência de tudo que se passava. Ver sua esposa rasgada por aquele demônio de ébano era a suprema dor, mas ainda não era tudo. Ela foi jogada sobre a mesa, com a cabeça pendurada à pele, e em seguida ele viu a vampira matar seus filhos e filhas. A vontade de gritar e fazer algo era imensa, mas seu corpo não respondia. Depois ela trouxe todos os serviçais até o patrão e lhes falou:

- Esse homem branco e seus familiares tiraram tudo de vocês sua humanidade, dignidade, honra e família, mas vocês sempre foram em maior número, no entanto, se escravizaram a essa vida de servidão por uma existência medíocre, vocês não são gente, e sim parasitas presos a esta existência vazia. Não vou matar e nem beber o sangue de vocês, prefiro não conspurcar meu corpo com a covardia que vocês carregam, ao contrário, quero que tragam toda lenha, sebo e velas que encontrarem, e toda bebida alcoólica, porque só há uma forma de libertar todos...

Os escravos encheram a casa do patrão de materiais combustíveis, em seguida deitaram sobre a madeira, e ela, olhando para aquele homem desesperado de medo, ateou fogo em todas aquelas pessoas vivas. A dor era indescritível, mas nenhum deles podia se mexer, nem mesmo Maria, a negra que cuidou dela, e que a vampira também decidiu fazer o mesmo porque ela achava-se importante por ter cuidado do jovem patrão e aceitado seu destino, dando a ela a mesma escolha. Mesmo se não tivesse virado vampira, jamais faria isso e tão logo fosse sua vez de estar próxima, ela o teria matado.
Ao raiar do dia, não havia um único ser humano vivo naquela fazenda. Negros e brancos estavam expostos ao sol aguardando os carniceiros, e da fazenda só restava às telhas e restos de barro e ossos calcinados. Homens brancos e negros agora eram iguais na morte, com seus ossos da mesma cor. Vingada e satisfeita, Aline observava ao longe os carniceiros fazerem seu trabalho de manutenção e repor os nutrientes da terra. Ela alça voo e segue sua criadora, não é mais humana, e nada mais deste mundo humano a interessaria nunca mais, exceto tê-los como gado.
Como todo vampiro recém-criado, sua genitora teve que lhe educar para conter sua fome e vontade de matar indiscriminadamente. Não só isso, como também não revelar a existência vampira a humanos, e se alimentar de forma a não deixar rastros da espécie suprema. Por ser jovem, ela não entendia porque seres poderosos como eles não dominavam todo o planeta. Mas após dois séculos, ela aprendeu a razão das coisas ser como eram. Voltou à África várias vezes, mas preferia viver num local mais tranquilo, a tundra siberiana, o frio de 40 a 50 graus abaixo de zero não trazia problema para ela ou qualquer vampiro, além do mais, o sangue dos nativos que ali viviam era muito saboroso, e a cada 50 anos ela matava uns 10.
No século XXI ela foi uma das vampiras a ouvir mentalmente as ordens de Yula, a Imperatriz dos vampiros, novamente a questão de séculos atrás voltou a sua mente; por que eles não dominavam toda a humanidade? Embora fosse jovem na escala de milhares de anos de sua criadora, ou do criador dela, ou de vampiros anciões, ainda corria nela a essência da realeza, e como tal, o desejo de comando era inerente a sua alma. Mas como não podia fazer nada quanto a isso, após matar seus algozes, decidiu escolher uma área ainda oculta da sanha destrutiva humana. Uma [7]ilha, com um povo digno de sua ferocidade e horror ao resto dos humanos, ela não os teria como alimento e sim como seus comandados, ela seria a rainha daqueles seres, os defenderia de quaisquer conquistadores que ousassem se aproximar, e como recompensa, ela deixaria que eles vivessem em paz e bem alimentados com animais que ela traria para as ilhas.
Ao longo do século XIX e XX, nenhum homem branco chegou à ilha, e os que conseguiram entrar, após terem os pescoços rasgados e o sangue retirado até a última gota, foram pendurados em árvores ou espetados em lanças na praia como aviso a outros aventureiros desavisados, ela tinha seu reino, e seus súditos não a temiam, e sim idolatravam pelo que ela era, uma rainha vampira.
 No século XXI muitos navios e iates de ricaços se aproximavam da costa mas poucos tinham a coragem de enfrentar as lanças da tribo. Num dado dia muitos homens armados de fuzis se atreveram e atiraram nos nativos que fugiram para a mata.
Eles desceram da embarcação em botes com motor e foram atrás deles em busca de aventuras, mas assim que entraram na parte densa, gritos eram ouvidos, e os da frente foram surpreendidos com partes dos corpos caído do céu sobre eles. Naquele dia ‘Aline’ fez algo que gostava muito, massacrou um grupo de seres humanos desprezíveis, mas não bebeu do sangue deles, apenas adubou sua ilha com o resto daqueles cadáveres. Depois voou até o Iate e ligou os motores dele para que seguisse sem rumo até o mar desconhecido. Mas em sua mente ouviu um chamado, sua mãe a invocava, e com ela seu avó vampiro que viu poucas vezes ao longo da vida, os Massai estavam agora em grande número e uma tradição milenar estava fazendo 100 anos e era a semana de comemorar com fartura de alimento...




[1] Navio negreiro (também conhecido como "navio tumbeiro") é o nome dado aos navios de carga para o transporte de escravos, especialmente os escravos africanos, até o século XIX. Aprisionados no interior da África subsaariana, os escravos eram trazidos em marcha forçada até o litoral do continente, onde os sobreviventes, que não haviam sido comercializados localmente eram despojados de suas roupas e eventuais pequenos pertences que ainda carregassem consigo, para serem vendidos aos comerciantes europeus, que os embarcavam nos navios negreiros. Neles, os escravos eram destinados aos porões da embarcação, onde ficavam presos em grupos às correntes. Cada navio levava em média quatrocentos africanos amontoados. O mau-cheiro imperava, e o espaço para movimentação era mínimo, porque embora navios deste tipo fossem geralmente grandes, se aperfeiçoava o espaço do mesmo para caber o maior numero possível de escravos.

[2] Os Massai, famosos como pastores e guerreiros, vivem nas planícies da África Oriental. Preservam seus costumes, e estão entre os grupos étnicos mais conhecidos da África, preservando muitas de suas tradições culturais. A vida deles gira em torno do gado, que prove a base da sua dieta: leite com sangue. É uma sociedade patriarcal em que o homem pode ter quantas mulheres conseguir sustentar. Suas vidas são marcadas pela passagem de diversos rituais, sendo o mais importante o da circuncisão, quando o garoto passa a ser considerado um homem. As meninas também vivenciam um ritual semelhante, em que seu clitóris é “retirado”, para serem consideradas mulheres.

[3] A mutilação genital feminina (FGM, na sigla em inglês) é uma prática em que parte ou todo o órgão sexual de mulheres e crianças é removido. A chamada infibulação consiste na costura dos lábios vaginais ou do clitóris, feita com pontos ou espinhos; nestes casos, é deixada apenas uma abertura pequena para urina e menstruação.

[4] Os humanos usam apenas uma quantidade mínima do poder de seu cérebro, um vampiro usava 100% dele. E isso implicava não só força, agilidade e inteligência suprema, mas também podiam captar espectros de energia dos quais a humanidade só descobriria milhares de anos após, ao inventar a tecnologia. Assim, quando se alimentavam da força vital das pessoas presente no sangue, a alma de suas vítimas apenas trocava de corpo, e podiam ver tal coisa ao leva-los a morte.

[5] Indra foi um dos últimos discípulos de [1] Buda, o mestre hindu o aceitou porque viu nele uma [2] aura pura e iluminada, uma que só um mestre ascendido podia perceber num ser humano, e após décadas trilhando vários caminhos religiosos, Sidarta encontrou o seu. Gautama sabia que seus dias na terra estavam chegando ao fim, e que nenhum dos antigos discípulos que o acompanhavam há vários anos podia lhe suceder após desencarnar porque ainda estavam presos as coisas do mundo.

[6] Mulher que se dedica excessivamente à oração e às práticas religiosas.

[7] A ilha mais isolada do mundo, se chama North Sentinel Island, sendo parte de um grupo de 572 ilhas na Baía de Bengala entre Mianmar e Indonésia. A ilha é habitada por tribos de origem indiana Onge Jarawa, que tem adquirido uma identidade diferente devido sua vivência isolada do mundo há milhares de anos, fazendo com que percam contato com as demais e principais tribos. O comportamento muito hostil faz com que ninguém consiga se aproximar, gerando também quase um total desconhecimento sobre sua história, costumes e registro de imagens. Os corajosos que já tentaram criar algum contato, como pescadores, jornalistas, antropólogos e representantes do governo, foram devidamente expulsos de uma maneira nada amigável, mortos ou ameaçados com lanças e flechas, o que nos parece um comportamento tribal comum e de defesa, tendo em vista suas condições de vida sem contato algum com a civilização moderna.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 339