POR DAVID DA COSTA COELHO
Um dia um alemão chamado Wernher Magnus Maximilian von [1]Braun teve um sonho, construir foguetes e ir ao espaço para colonizar os planetas, séculos antes, os chineses já lançavam foguetes movidos a pólvora e tinham o mesmo sonho. Mas esse alemão teve mais sorte do que seus iguais de outras nações deste período porque viveu na Alemanha nazista, e Hitler patrocinava ideias mirabolantes que poderiam ajudá-lo a vencer a 2ª Guerra Mundial...
Wernher foi o responsável no desenvolvimento do foguete [2]V-2, uma maravilha tecnológica, mas ainda assim a Alemanha perdeu a guerra e a tecnologia de foguetes foi para a então URSS e EUA, onde seguiu seu aprimoramento para fazer de melhor o que os humanos fazem; armas para se destruírem, só que agora na forma de ICBMS, ou seja, foguetes que podiam ir de um continente ao outro levando bombas nucleares capazes de deflagrar a 3ª Guerra Mundial e exterminar a humanidade...
Mas nesta mesma época ocorreu uma coisa maravilhosa, a corrida espacial entre as duas superpotências atômicas para levar o homem ao espaço e a própria Lua. Na verdade existia um objetivo oculto, quem chegasse primeiro poderia bombardear o outro do espaço com mísseis nucleares...
Mas essa foi uma época realmente importante e é deste período as principais séries e filmes que assistimos até hoje e nos deleitamos, mas a corrida espacial acabou porque a guerra fria ficou muito cara e as nações desistiram de conquistar o espaço...
Mas como sempre aconteceu na história, a China, aquela nação que inventou quase tudo que temos hoje voltou a ser o fiel da balança e iniciou sua própria corrida espacial porque isso não só resolverá seus problemas internos como lhe dará muito dinheiro, tecnologia e parceiros globais. E não bastando isso, o seu arsenal de mais de três mil misseis nucleares a torna imbatível e inatacável pelos EUA, ou qualquer outra nação que queira levar a humanidade de volta a idade da pedra...
O feito mais notável desta nova corrida espacial foi o pouso no lado escuro da Lua por uma sonda chinesa, coisa que nenhuma nação do globo fez até então. A Lua esta logo ali, apenas a novecentos mil quilômetros da Terra, e se fosse possível fazer uma base lá, poderíamos usar de cabeça de ponte na colonização e exploração do sistema solar. Essa corrida espacial geraria emprego e renda e tiraria as nações de sua mesquinhes de produzir mais do mesmo num planeta de recursos finitos e população em expansão.
A Lua teria uma corrida imobiliária para implantar indústrias de mineração porque milhares de empresas iriam não só explorar seus [3]minerais como também o Hélio-3, ema Lua é rica também em recursos raros na Terra, como o titânio e o urânio.
Os trilhões de dólares que hoje viajam de paraísos fiscais em busca de lucro rápido serão com certeza investidos na construção de tecnologia que nos permitirá não só chegar à Lua como a Marte e ao cinturão de asteroide que se encontra entre Marte e Júpiter, com cometas e meteoros com metais raros e importantíssimos que fará a economia terrestre chegar a casa dos quatrilões de dólares e resolveria todos os problemas ambientais e de excesso de população...
Uma vez neste cinturão, bastará acoplar foguetes aos asteroides que são ricos em minérios interessantes e direcioná-los para a orbita de Marte ou da Lua, e ali explorá-los...
Nesse sentido, a China já prepara também sua chegada a marte com sondas e em segundo momento enviará astronautas, mas isso ainda falta muito, uns 30 anos para levar humanos, mas a robótica caminha a passos de gigantes e talvez os primeiros a chegar lá sejam nossos androides, e provavelmente de fábricas chinesas...
Sim, com humanos ou androides eles chegarão lá porque chineses veem a história pelas suas realizações e a deles como nação surgiu há mais de quatro mil anos, a China é a nação e o império mais antigo da terra, o único que sobreviveu a todos os demais, que seguirá produzindo mais coisas fantásticas para a raça humana...
Mas e quanto aos EUA? Evidente que os americanos não ficarão quietinhos no seu quintal vendo a China passear pela Lua e sistema solar, como dito, é uma corrida espacial e os EUA já tem experiência no ramo e parcerias estratégicas com a Europa e a estação espacial que fizeram em parceria...
Neste exato momento estrategistas da CIA, NSA e inúmeras agencias xenofóbicas e conspiratórias estão enchendo a cabeça dos deputados e senadores americanos, e do próprio presidente para conter esse novo abuso chinês, pois se em terra eles já são perigosos, imagina se colocarem ogivas nucleares na estação espacial que farão ou em satélites? Quem garantirá a segurança do povo americano se nada for feito?
E com esses argumentos é claro que começará sobrar um dinheirinho pra NASA, e ela voltará sua primazia de tecnologia espacial, fora é claro os empreendedores como Elon Musk, o fundador e CEO da [4]SpaceX, que estão nesta corrida no sentido privado, captando recursos de investidores globais para seus projetos.
Mas a China sai com uma vantagem que nenhum de seus concorrentes possui, ela pode produzir em escala melhor e mais rápido do que qualquer nação, ela forma mais engenheiros e matemáticos do que qualquer país da terra, e sua tecnologia esta avançando tão rápido que em breve irá suplantar as grandes empresas europeias e americanas. Além disso, terá como aliados nesta aventura as nações do BRICS, e nesta aliança tudo que ela precisa inclusive metais raros que existem nestes locais, sem os quais a corrida espacial seria impossível...
Os EUA vêm trabalhando nos famosos golpes de estado nas nações que possuem esses minérios, impondo barreiras econômicas e alfandegarias, ou confiscando suas reservas de minério e energia, mas os chineses sabem ir devagarinho aos seus objetivos e sempre chegam aonde querem ir, e para isso tem um ditado:
- Não importa a cor do gato, o tamanho do gato e nem sua ideologia, e sim que no final ele pegue e coma o rato...
[1] Wernher von Braun foi um engenheiro alemão e uma das principais figuras no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha Nazista e do foguete Saturno V nos Estados Unidos. Ele foi uma das principais figuras no desenvolvimento de tecnologias de foguetes para a Alemanha. Pioneiro e visionário das viagens espaciais, ele é mundialmente conhecido por sua liderança do projeto aerospacial americano durante a Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos EUA à Lua, em julho de 1969.
[2] O foguete V2 foi o primeiro míssil balístico, tendo sido usado pela Alemanha durante as últimas fases da Segunda Guerra Mundial principalmente contra alvos britânicos e belgas. Recebeu este nome porque era uma arma alemã que se seguiu ao V-1, uma bomba que voava como avião a jato. O engenheiro mecânico alemão Wernher von Braun foi, ao lado de Arthur Rudolph, Kurt H. Debus e outros, um de seus principais desenvolvedores na estação experimental do exército alemão de Peenemünde.
[3] O hélio-3 é uma forma isotópica não radioativa do hélio com dois prótons e um nêutron no núcleo atômico. Ele é muito raro na Terra e é procurado para atividades de pesquisas sobre fusão nuclear. Acredita-se que o gás exista em abundância na Lua e nos grandes planetas gasosos do Sistema Solar. Olhando para o potencial do hélio-3, especialistas acreditam que 5000 toneladas de carvão possam ser substituídas por apenas 40 gramas de hélio-3. E apenas 8 toneladas de hélio-3 nos reatores nucleares teria o potencial energético de 1 bilhão de toneladas de carvão, reduzindo dramaticamente os custo de transporte e protegendo o meio ambiente.
[4] Space Exploration Technologies Corp., cujo nome comercial é SpaceX, é uma empresa estadunidense de sistemas aeroespaciais e de serviços de transporte espacial sediada em Hawthorne, Califórnia. Foi fundada em 2002 pelo empresário Elon Musk com o objetivo de reduzir os custos de transporte espacial e permitir a colonização de Marte. A SpaceX desenvolveu desde então a família de veículos de lançamento Falcon e a família de nave espacial Dragon, que atualmente entregam cargas úteis na órbita terrestre.