por Sebastião Marques
A Europa está em extinção, o islamismo radical a devorará inteira. E será o início de uma nova era para o ocidente na qual a palavra “liberdade” adquirirá um sentido diverso do qual hoje se lhe atribui.
Há três causas principais: 1) o crescimento exponencial da população islâmica radical na Europa, 2) a opção dos europeus laicos por não terem filhos; 3) ingenuidade das pessoas sobre a verdadeira natureza dos ensinamentos islâmicos.
Se nada for feito, seremos a última geração a ver uma Europa livre na qual conceitos como a tolerância, a liberdade religiosa, a liberdade sexual e a igualdade entre homens e mulheres ainda fazem algum sentido.
O problema da islamização radical na Europa
Mas, que mal poderia haver numa Europa Islâmica? O Islamismo não é uma fé tão boa quanto qualquer outra? Não. Vejamos o por quê:
Atualmente, cristãos, budistas, judeus, ateus e pagãos não irão brigar com você, matar você ou te perseguir porque você não se importa com os mesmos valores que eles se importam. Para eles, tanto faz. Desde que as leis do país sejam respeitadas, o que você acredita ou deixa de acreditar, suas opções sexuais, sua vida privada e suas crenças não serão motivo para desencadear uma onda de violência contra você. No máximo, isso poderá ocasionar uma repreensão moral, mas eles não irão patrocinar um atentado terrorista contra você ou sua família só por isso. E por quê? Porque no momento histórico que vivemos são raras as ações radicais praticadas por religiosos não islâmicos por motivo religioso.
Centenas de membros do movimento Jihad Lashkar, ou combatentes da Guerra Santa. Eles acenam suas espadas durante uma manifestação em Jacarta em 10/04/2000 . O Jihad Lashkar é um grupo extremista na Indonésia muçulmana. Ele é culpado pelo massacre de milhares de cristãos nas ilhas Maluku. (AP Photo / Dita Alangkara)
Entretanto, o mesmo não acontece com o Islamismo. Vivemos um momento histórico em que é comum a prática de atentados terroristas e outros atos violentos por seguidores do islã por motivo religioso. Os islâmicos radicais não suportam a ideia de que alguém possa acreditar em princípios de fé diferente, ou mesmo não acreditar em nada (caso dos ateus) ou se reservar o direito de permanecer em dúvida metódica sobre o assunto (caso dos agnósticos).
Segundo a teologia islâmica, é dever do fiel matar (literalmente) todos os infiéis. Quem são os infiéis? Todos os povos não islâmicos, inclusive os islâmicos moderados que respeitam a opinião alheia. Logo abaixo há dois documentários completos sobre o Islamismo e a teologia islâmica. Eles demonstram com base nos ensinamentos islâmicos que matar infiéis é o caminho que Alá deseja para trazer a paz ao mundo. O islamismo é a única religião do planeta que traz em sua doutrina o incentivo a matança de infiéis. Tal comportamento é incompatível com o Estado Democrático de Direito e coloca em risco todas as liberdades fundamentais pela qual lutamos por muitos séculos para conquistar.
O ocidente possui uma visão ingênua da natureza violenta do Islã e o tolera como se fosse uma religião de paz, mas não é. Faz parte do cerne doutrinário do islã o extermínio em massa de quem se recuse a se submeter a essa fé. Não se trata de um problema de interpretação dos ensinamentos como ocorreu com o cristianismo na Idade Média.
A matança de infiéis faz parte da doutrina do Islã e está no Corão e nas Hadiths (tradição teológica islâmica, equivalente aos escritos de Santo Agostinho no Cristianismo e ao Talmud judaico). Essa barbárie é ensinada nas escolas da Palestina, Irã, Afeganistão e em todos os lugares onde os islâmicos radicais atuam. Isso não foi inventado, você pode ouvir da própria boca desses maníacos. Os documentários trazem imagens da televisão árabe e palestina onde os imãs dizem isso claramente. É por esse motivo que é impossível a paz entre Israel os radicais. Simples: para eles só haverá paz depois que todos os infiéis (não islâmicos e islâmicos moderados) estiverem literalmente mortos.
Boko Haram. Grupo extremista islâmico da Nigéria. Eles assassinam milhares de cristãos na África, especialmente missionários. A ONU ignora a intolerância religiosa islâmica na região.
Se acha que isso é uma brincadeira, um exagero, um preconceito contra o islamismo radical, convido-o a ver os documentários postados abaixo. Se isso não o ajudar a enxergar a barbárie que é o Islã radical, sinto muito, mas você é uma pessoa embrutecida que perdeu seu senso de humanidade e de Justiça e merece ser submetido à fé bárbara que é o Islamismo.
Os Islâmicos radicais se veem no dever de converter os infiéis à fé deles, e mais: eles entendem moralmente correto usar a força para obriga-lo a crer. E eles também consideram justo usar da violência contra você e sua família, sem misericórdia, nem piedade.
Além disso, os islâmicos radicais querem obriga-lo a adotar um estilo de vida diferente que inclui a completa interferência em como você conduz sua vida privada. Enfim: eles desejam tirar a sua liberdade e tornar você totalmente submisso. E isso não é coincidência. O termo islam deriva do verbo aslama que significa literalmente submissão. A palavra muslin de onde vem o termo muçulmano significa submisso. Ou seja: o islâmico é literalmente um submisso. Segundo eles, às leis de Deus. Mas, na prática: às idiotices que um imã radical apoia como corretas, o que inclui espancamento de mulheres, assassinato de infiéis e atentados terroristas.
Islamismo radical: um perigo para a Democracia
O islamismo radical e a apologia ao islã radical é um perigo para todos os regimes democráticos do planeta e deveria ser criminalizado da mesma forma que a apologia ao nazismo.
No entanto, argumenta-se que a criminalização do islã radical seria uma forma de racismo e de intolerância religiosa por parte dos seguidores de outros credos. Nada mais falso. O objetivo não é impedir a crença no Islã. Acredite nisso quem quiser. O Objetivo é impedir que se use a fé (seja qual for) para disseminar a intolerância e o ódio cego contra as outras fés.
Tanto faz se o atentado terrorista é feito em nome de Alá, Jesus Cristo ou Buda. O que está em jogo é a democracia. E ela só existe onde há: a) respeito às liberdades fundamentais, às minorias e às diferenças; b) soberania popular; c) Limites ao poder do Estado.
O que Islã radical propõe é que o Estado seja o seu braço direito com o fito de perseguir minorias religiosas, políticas e outras; além da suspensão das liberdades fundamentais e o fim da soberania popular, já que todas as leis devem ser as que estão no livro do Corão e nas Hadiths. O islã radical propõe a formação de Estados Teocráticos que passem por cima do indivíduo como um rolo compressor e imponha o Islã como obrigação a todos sob pena de morte.
Desafio o leitor a apontar pelo menos uma nação islâmica que respeite às minorias! Em todos os cantos do planeta onde o islã vigora há perseguição contra elas e incitação de ódio. No Egito, por exemplo, cristãos coptas são perseguidos diariamente e seus templos são queimados. Os Judeus são retratados na TV como monstros que usam sangue de crianças para fazer o pão do Shabat. Também é considerado crime casar-se com um judeu. E o mais incrível: o Conselho de Direitos Humanos da ONU faz vista grossa contra essas barbaridades. Preferem caluniar Israel, a única nação democrática do Oriente Médio.
Experimente ser gay, seguir outra fé ou expressar um pensamento diferente em qualquer país islâmico do Oriente Médio. Você será morto!
Israel é o único país do Oriente que não persegue minorias, que mantém uma imprensa livre (inclusive para criticar o governo), e que não tolhe direitos de uma pessoa só por ser mulher. Israel é um Estado Laico onde o povo faz a Lei, às minorias são respeitadas e há limites ao poder do Estado.
Mas se é assim tão evidente, por que tantos criticam Israel e ninguém faz nada contra o islamismo radical?
Simples: a islamização da Europa, também é a Islamização da ONU.
Os islâmicos odeiam os judeus por um motivo simples: judeus não acreditam no falso messias Maomé. Para os judeus, o messias ainda não veio. E não veio mesmo. Se tivesse vindo, não haveria guerra, nem violência no mundo, muito menos uma violência em “nome do messias”.
Os cristãos também não acreditam em Maomé. Eis o que São Tomás de Aquino diz sobre o assunto desde o Séc. XIII:
“Aqueles que aceitam pela fé as verdades que estão fora da experiência humana não creem levianamente, como aqueles que, segundo São Pedro, seguem fábulas engenhosas (2 Pd 1, 16).
Os segredos da sabedoria divina, ela mesma – que conhece tudo perfeitamente – dignou-se revelar aos homens, mostrando-lhes as sua presença, a verdade da sua doutrina, e inspirando-os, com testemunhos condizentes. Ademais, para confirmar as verdades que excedem o conhecimento natural, realizou ações visíveis que superam a capacidade de toda a natureza, como sejam a cura de doenças, ressurreição dos mortos e maravilhosas mudanças nos corpos celestes. Mais maravilhoso ainda é, inspirando as mentes humanas, ter feito que homens ignorantes e rudes, enriquecidos pelos dons do Espírito Santo, adquirissem instantaneamente tão elevada sabedoria e eloquência.
São Tomás de Aquino: Doutor Angélico da Igreja Católica Apostólica Romana. Foi grande estudioso das doutrinas do filósofo grego Aristóteles. Ele escreveu a Suma Teológica e a Suma Contra os Gentios. Duas obras primas da teologia cristã.
Depois de termos considerado tais fatos, acrescente-se agora, para confirmação da eficácia dos mesmos, que uma enorme multidão de homens, não só os rudes como também os sábios, acorreu para fé cristã. Assim o fizeram, não premidos pela violência das armas, nem pela promessa de prazer, mas também – o que é maravilhoso – sofrendo a perseguição de tiranos. Além disso, na fé cristã, são expostas as virtudes que excedem todo intelecto humano, os prazeres são reprimidos e se ensina o desprezo as coisas do mundo. Ora, terem os espíritos humanos concordado com tudo isto é ainda maior milagre e claro efeito de inspiração divina.
Essas coisas não aconteceram de improviso ou por acaso, mas por disposição divina, porque ficou evidenciado que elas se realizaram mais tarde, porquanto Deus as havia predito pelos oráculos de muitos profetas, cujos livros são venerados por todos nós como portadores do testemunho de nossa fé.
Este modo de inspiração das verdades reveladas está lembrado na carta aos Hebreus: ‘A verdade da salvação, que foi inicialmente transmitida pelo Senhor, foi em nós confirmada por aqueles que a ouviram, comprovando-a Deus por sinais, milagres e por muitos dons do Espírito Santo’ (Hb 2, 3).
Tão maravilhosa conversão do mundo para fé cristã é de tal modo certíssimo indício dos sinais havidos no passado, que eles não precisaram ser reiterados no futuro, visto que os seus efeitos os evidenciavam.
Seria realmente o maior dos sinais miraculosos se o mundo tivesse sido induzido, sem aqueles maravilhosos sinais, por homens rudes e vulgares, a crer em verdades tão elevadas, a realizar coisas tão difíceis e a desprezar bens tão valiosos. Mas ainda: em nossos dias Deus, por meio dos seus santos, não cessa de operar milagres para confirmação da fé.
No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram o caminho oposto, como se tornou patente em Maomé. Ele seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência. Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne.
Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas. Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível. Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos. Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram. Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei. Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Velho e do Novo Testamento. Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Velho Testamento, para que não o acusassem de impostura.
Fica assim comprovado que os que lhe dão fé à palavra creem levianamente.” (AQUINO, São Tomás. Summa Contra Gentiles. Porto Alegre: Sulina/Vozes, 1990, p. 27-28, v. 1, Livro I, Capítulo VI)
Islamização da política na Europa
A islamização da Europa, também é a islamização de sua política. E o por quê? Ao contrário das minorias que vivem em países islâmicos, os islâmicos europeus desfrutam dos mesmos direitos políticos que qualquer outro cidadão. Os políticos sabem disso e querem captar os votos desse segmento. Resultado: mudança do tom das palavras e do posicionamento dos políticos. A vitória de François Hollande, a esquerda francesa, deve-se ao voto dos islâmicos naquele país (5 milhões). A França possui 46 milhões de eleitores. Deles, votaram apenas 37 milhões. Nicolas Sarkozy perdeu a eleição por implantar medidas que atacam imigrantes mulçumanos. A França, em breve, deixará de ser a terra do romantismo, da Literatura e dos vinhos maravilhosos. A Sharia acabará com tudo em nome de Alá.
Considerar iguais quem nos considera desiguais é um jogo perigoso. Quando os islâmicos se tornarem maioria na Europa (e se tornarão em 30 anos), elegerão radicais para os cargos mais importantes. E tenha certeza: as novas minorias da Europa (e entre elas estarão os cristãos, ateus e agnósticos) não serão poupadas. Serão todas perseguidas, assim como já são nos países de maioria islâmica.
Imã Moqtada al-Sadr, líder religioso islâmico. Ele vê os emos como “pragas na sociedade islâmica”. Ele disse isso após o apedrejamento de 14 jovens em Bagdá em março de 2012. O Crime deles: ouvir Rolling Stones e usar roupas e assessórios relacionados à cultura emo. Foram acusados de satanismo e homossexualismo. Enquanto isso, a ONU se cala diante desses atos de intolerância e perseguição das minorias.
A cultura das minorias será riscada da Europa. E isso inclui bibliotecas, obras de arte, museus e tudo que possa ser considerado contrário à fé islâmica pelos radicais. A Capela Sistina, o Louvre, a tradição do pensamento livre das universidades, tudo isso vai desaparecer ou ser transformado para se adequar aos novos tempos. E já começou. Em 26/06/2006, uma ópera de Mozart teve a apresentação suspensa em Berlim por medo de haver alguma reação violenta por parte de islâmicos radicais. Enquanto isso, a legalidade perde força na Europa para sucumbir aos ditames da Sharia, a lei religiosa islâmica.
Evidentemente, a Islamização da Europa coloca em risco a Economia global por causa das novas relações políticas e econômicas que devem se desenvolver. A Europa deve se tornar hostil aos países americanos, à China, à Rússia e à Índia (que ainda não estarão islamizadas) e ainda mais hostil à Israel. A ONU vai se tornar um instrumento de legitimação da ingerência dos países islâmicos sobre os demais, assim como já é um órgão claramente hostil e hipócrita em relação à Israel.
Em defesa da Liberdade. A necessidade de criminalizar atos religiosos radicais.
A tradição de liberdade na Europa é recente e ainda frágil. Desde a queda do Império Romano, toda região sofreu com o radicalismo cristão. O renascimento das artes clássicas, da ciência e da liberdade de pensamento só foi reconquistado com muita luta por livres pensadores e burgueses que desafiaram os cristãos radicais.
Até o final do Séc. XVIII (menos de 250 anos), ainda havia inquisição. Em Minas Gerais, Brasil, onde a perseguição religiosa era mais suave, 3180 pessoas foram condenadas em nome de Jesus Cristo! (FERNANDES, 2004, p. 114).
Não à Sharia e ao Jihad! As tentativas de implantação de um estado teocrático e a violência em nome da fé são barbaridades que não podem ser toleradas pelo Estado Democrático de Direito. Precisam ser criminalizadas sob pena de extinção do próprio Estado Democrático de Direito.
O radicalismo religioso é algo tão perigoso quanto o Nazismo e, da mesma forma, deve ser criminalizado, pois coloca em risco a própria democracia. Não se trata de criminalizar a prática de uma fé específica, mas de defender o Estado Democrático de Direito. Deve-se, dentro da legalidade e dos princípios constitucionais, impedir que os líderes religiosos e fiéis (de qualquer religião) usem da instituição de fé para incentivar, patrocinar, apoiar ou de qualquer forma favorecer atos de violência, vandalismo ou de invasão da vida privada alheia.
O grande desafio em criminalizar atos religiosos radicais é separar a esfera pública da privada. Do ponto de vista privado, todas as fés devem ter o direito de se posicionar como quiserem a respeito de qualquer assunto. As religiões são instituições privadas e ninguém é obrigado a participar delas ou a concordar com suas regras morais. Se determinada religião não faz casamento entre pessoas do mesmo sexo e abomina o homossexualismo, isso não prejudica o cidadão, pois ele é livre para realizar o casamento civil e exercer sua sexualidade publicamente conforme a Lei, independentemente do que as religiões pensem a respeito.
O grande problema é a esfera pública. Quando líderes religiosos e fiéis impedem alguém de exercer Direitos legalmente concedidos pelo Estado, a ponto de sair em público promovendo atos de violência, vandalismo ou que invadem a esfera privada de outras pessoas que não desejam se submeter ao que eles consideram correto. Isso sim deve ser criminalizado e com urgência, sob pena de extinção do próprio Estado Democrático de Direito.
A substituição do Estado Democrático de Direito pelo Estado Teocrático é algo que ameaça a liberdade de todo o ocidente. Devemos nos lembrar que a tradição libertária da Europa é uma conquista recente. O fim da Europa livre será um retrocesso para o mundo inteiro com consequências imprevisíveis.
Documentário: Obsession. O Islam Radical em Guerra Contra o Ocidente
Documentário sobre a ameaça islâmica à civilização ocidental. Ele apresenta trechos de transmissões das TVs de países muçulmanos e revela: 1) uma visão interna do ódio que os radicais ensinam, 2) a incitação à jihad (guerra santa) global; 3) o objetivo de dominação mundial. O vídeo também traça os paralelos entre o nazismo no tempo da II Guerra Mundial e os radicais da atualidade.
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Cristãos e Mulçumanos: Uma Longa História de Conflitos
CRISTÃOS E MUÇULMANOS: UMA LONGA HISTÓRIA DE CONFLITOS
Alderi Souza de Matos
Introdução
Estamos acostumados a ouvir notícias sobre o relacionamento hostil entre palestinos e judeus em Israel. Vez por outra, também tomamos conhecimento de violentos choques entre muçulmanos e adeptos do hinduísmo e de outras religiões na Índia e em outros países asiáticos. Todavia, mais antigo e mais pleno de consequências para o mundo tem sido o relacionamento tenso - por vezes abertamente belicoso - entre cristãos e muçulmanos há quase 1400 anos. Os atentados terroristas nos Estados Unidos e outros países, as ações militares norte-americanas no Afeganistão e posteriormente no Iraque, e as iradas manifestações de muçulmanos em muitos países constituem mais um capítulo dessa longa história de conflitos.
1. O advento do islamismo
O Islamismo ou Islã foi fundado pelo mercador árabe Maomé (Muhammad, c.570-632) no início do século sétimo da era cristã. Essa que é a mais recente das grandes religiões mundiais sofreu influências tanto do judaísmo quanto do cristianismo, mas ao mesmo tempo opôs-se firmemente a ambos, alegando ser a revelação final de Deus (Alá). O livro sagrado do islamismo, o Corão (Qur`an), teria sido revelado pelo próprio Deus a Maomé, o último e maior dos profetas. A ideia básica do islamismo está contida no seu nome - islã significa "submissão" plena à vontade de Alá e "muçulmano" é aquele que se submete. Os preceitos centrais dessa religião incluem a recitação diária de uma confissão ("Não existe Deus senão Alá e Maomé é o seu profeta"), bem como a prática da caridade e do jejum, sendo este último especialmente importante durante o dia no mês sagrado de Ramadã. O culto é regulado de maneira estrita. Os fiéis devem orar cinco vezes ao dia, de preferência em uma mesquita ou então sobre um tapete, sempre voltados para Meca, à cidade sagrada do islã, na Arábia Saudita. Nas sextas-feiras, realizam-se cerimônias especiais. A peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida também é uma prática altamente valorizada.
Desde o início o islamismo foi uma religião aguerrida e militante, marcada por intenso fervor missionário. Um conceito importante é o de jihad, ou seja, o esforço em prol da expansão do islã por todo o mundo. Esse esforço muitas vezes adquiriu a conotação de guerra santa, como aconteceu de maneira especial no primeiro século após a morte de Maomé, em 632. Movidos por um profundo zelo pela nova fé, os exércitos muçulmanos conquistaram sucessivamente a península da Arábia, a Síria, a Palestina, o Império Persa, o Egito e todo o norte da África. Nesse processo, o cristianismo foi enfraquecido ou aniquilado em muitas regiões nas quais havia sido extremamente próspero nos primeiros séculos. Lugares como Antioquia, Jerusalém, Alexandria e Cartago, onde viveram os Pais da Igreja Orígenes, Cipriano, Tertuliano e Agostinho, foram permanentemente perdidos pelos cristãos. Em 674, os muçulmanos lançaram os seus primeiros ataques contra Constantinopla, a grande capital cristã do Império Bizantino.
No ano 711, os mouros atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik (daí Gibraltar, isto é, "a rocha de Tarik") e invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território espanhol. Em seguida, atravessaram os Pirineus e penetraram na França, mas foram finalmente derrotados por um exército cristão comandado por Carlos Martelo, o avô de Carlos Magno, na batalha de Tours, em Poitiers, no ano 732. É verdade que, tanto no Oriente Médio e no norte da África quanto na Península Ibérica, os sarracenos foram relativamente tolerantes com os cristãos e os judeus. Estes geralmente não eram forçados a se converterem ao islamismo, mas tinham de pagar um imposto caso não o fizessem. Em todas essas regiões, muitos acabaram aderindo à nova religião. Em diversas áreas que conquistaram, os seguidores de Maomé criaram grandes centros de civilização, como foi o caso de Bagdá, do Cairo e da Espanha. O Califado de Córdova foi marcado por notável prosperidade, destacando-se pela sua belíssima arquitetura, seus elaborados arabescos, seus avanços nas ciências, literatura e filosofia.
2. As Cruzadas
O avanço islâmico teve profundas repercussões para o cristianismo. Como vimos, a Igreja Oriental ou Bizantina foi seriamente enfraquecida, tendo perdido algumas de suas regiões mais prósperas. A Igreja ocidental ou romana voltou-se mais para o norte da Europa. Com isso, o cristianismo tornou-se mais europeu e menos asiático ou africano. Também foi acelerado o processo de separação entre as Igrejas grega e latina. Outro problema para os cristãos foi à mudança da sua postura com relação à guerra e ao uso da força. Desde o início, os cristãos tinham aprendido de Cristo e dos apóstolos a prática do amor e da tolerância no relacionamento com o próximo. Agora, num mundo cada vez mais hostil à sua fé, eles acabaram abandonando muitos de seus antigos valores e passaram a elaborar toda uma série de justificativas filosóficas e teológicas para legitimar a violência em certas situações. Esse processo havia se iniciado com a aproximação entre a Igreja e o Estado a partir do imperador Constantino, no quarto século, tendo se intensificado nos séculos seguintes. Num primeiro momento, legitimou-se o uso da força contra grupos cristãos dissidentes ou heréticos, como os arianos e os donatistas. Séculos mais tarde, os cristãos haveriam de articular a sua própria versão de guerra santa, dirigindo-a principalmente contra os muçulmanos.
A maior, mais prolongada e mais sangrenta confrontação entre cristãos e islamitas foram às famosas Cruzadas, que se estenderam por quase duzentos anos (1096-1291). Antes disso, a cristandade já havia começado a lutar contra os muçulmanos na Espanha, no que ficou conhecido como a Reconquista, intensificada a partir de 1002 com a extinção do Califado de Córdova. Desenvolveu-se, assim, a partir da Península Ibérica, uma forma de catolicismo agressivo e militante, que haveria de estender-se para outras partes do continente. As cruzadas foram um fenômeno complexo cuja causa inicial foi a impossibilidade de acesso dos peregrinos cristãos aos lugares sagrados do cristianismo na Palestina. Por vários séculos, os árabes haviam permitido, salvo em breves intervalos, as peregrinações cristãs a Jerusalém, e estas haviam crescido continuamente. Todavia, a situação mudou quando os turcos seljúcidas, a partir de 1071, conquistaram boa parte da Ásia Menor e em 1079 a cidade de Jerusalém, fazendo cessar as peregrinações. Com isso surgiu na Europa um clamor pela libertação da Terra Santa das mãos dos "infiéis".
A primeira cruzada foi pregada pelo papa Urbano II, em Clermont, na França, em 1095, sob o lema "Deus vult" (Deus o quer). Depois de uma horrível carnificina contra os habitantes muçulmanos, judeus e cristãos de Jerusalém, os cruzados implantaram naquela cidade e região um reino cristão que não chegou a durar um século (1099-1187). A quarta cruzada foi particularmente desastrosa em seus efeitos, porque se voltou contra a grande e antiga cidade cristã de Constantinopla, que foi brutalmente saqueada em 1204. A oitava cruzada encerrou essa série de campanhas militares que trouxe alguns benefícios, como o maior intercâmbio entre o Oriente e o Ocidente e a introdução de inventos e novas ideias na Europa, mas teve efeitos adversos ainda mais profundos, aumentando o fosso entre as Igrejas latina e grega e gerando enorme ressentimento dos muçulmanos contra o Ocidente cristão, ressentimento esse que persiste até os nossos dias.
3. A Reconquista
É verdade que alguns cristãos daquele período tiveram uma atitude mais construtiva em relação aos islamitas, procurando ir ao seu encontro com o evangelho e não com a espada. Tal foi o caso de alguns dos primeiros membros das novas ordens religiosas surgidas no início do século XIII, os franciscanos e os dominicanos. O mais célebre missionário aos muçulmanos foi o franciscano Raimundo Lull (c.1232-1315), de Palma de Majorca, que fez diversas viagens a Túnis e à Argélia. Todavia, o espírito predominante do período foi o de beligerância não só contra os muçulmanos, mas mesmo contra grupos cristãos dissidentes, como foi o caso dos cátaros ou albigenses, no sul da França, aniquilados por uma cruzada entre 1209 e 1229. Também data dessa época o estabelecimento da temida Inquisição. Na Espanha, a Reconquista tomou ímpeto no século XIII e a partir de 1248 os mouros somente controlaram o Reino de Granada. Nos séculos XII e XIII, nesse contexto de luta contra os mouros, houve o surgimento de Portugal como um reino independente.
O Reino de Granada foi finalmente conquistado pelos reis católicos Fernando e Isabel em 1492, o mesmo ano do descobrimento da América. Após um período inicial de tolerância, foi lançada contra os mouros uma campanha de terror visando forçar a sua conversão e finalmente, em 1502, todos os muçulmanos acima de catorze anos que não aceitaram o batismo foram expulsos, assim como havia acontecido com os judeus dez anos antes. Sob a liderança de Tomás de Torquemada, a Inquisição espanhola, organizada em 1478, voltou-se de maneira especial contra os mouriscos e os marranos (muçulmanos e judeus convertidos ao cristianismo) acusados de conversão insincera.
Ao mesmo tempo em que o islamismo sofria essas pesadas perdas na Península Ibérica, obtinha estrondosos sucessos no Oriente Médio e na Europa oriental. Um novo poder islâmico, os turcos otomanos vindos da Ásia Central, depois de se estabelecerem firmemente na Ásia Menor, invadiram em 1354 a parte européia do Império Bizantino, gradualmente estendendo o seu domínio sobre os Bálcãs, em regiões que estiveram há alguns anos nos noticiários (Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Albânia). Em 1453, eles tomaram Constantinopla (hoje Istambul), selando o fim do antigo Império Romano Oriental e impondo novas e pesadas perdas à Igreja Ortodoxa. Nos séculos XVI e XVII, os exércitos turcos haveriam de cercar por duas vezes Viena, a capital da Áustria (1529 e 1683).
4. Os dois últimos séculos
Um período especialmente humilhante para os muçulmanos diante do Ocidente cristão foi o colonialismo dos séculos XIX e XX, em que virtualmente todas as regiões islâmicas do Oriente Médio e do norte da África ficaram sob o domínio de países europeus como a França, a Inglaterra, a Itália e a Espanha. Até o início do século XIX, aquelas regiões tinham sido parte do vasto Império Otomano, com sua capital em Istambul. Com o colonialismo chegaram os missionários, tanto católicos como protestantes, com suas igrejas, escolas e hospitais. Após a Primeira Guerra Mundial, à medida que as novas nações árabes foram alcançando a sua independência, houve o crescimento do sentimento nacionalista e a reafirmação dos valores islâmicos. Ao mesmo tempo, o islamismo há muito havia ultrapassado os limites do mundo árabe, tendo alcançado, além dos persas e dos turcos, muitos outros povos na África e na Ásia, chegando até a Indonésia, hoje a maior de todas as nações muçulmanas, com mais de 100 milhões de habitantes. Em muitas dessas nações, árabes ou não, a presença de populações cristãs tem produzido graves conflitos entre os dois grupos, como tem ocorrido muitas vezes na Indonésia. Um acontecimento pouco divulgado foi o pavoroso genocídio promovido pelos turcos contra os armênios cristãos no início do século XX.
Outro evento que acabou por gerar nova animosidade entre os países muçulmanos e o Ocidente cristão foi a criação do Estado de Israel, em 1948, e a percepção de que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, apoia incondicionalmente o Estado Judeu em sua luta contra os palestinos e outros povos árabes. Dois novos ingredientes nessa luta foram o súbito enriquecimento de algumas nações árabes com a exploração do petróleo e o surgimento do fundamentalismo militante entre os xiitas, uma antiga facção islâmica minoritária ao lado da maioria sunita. A militância islâmica tem gerado várias revoluções e o surgimento de regimes islâmicos, como aconteceu há alguns anos no Irã. Além do apoio dos Estados Unidos a Israel, os fundamentalistas se ressentem da presença de tropas americanas na Arábia Saudita, o berço do islã, e da influência cultural do Ocidente nos seus respectivos países, vista como danosa para a sua fé e seus valores tradicionais.
Neste início do século 21, o islamismo representa o maior desafio para o cristianismo, em diversos sentidos. A invasão do Iraque e a enorme violência fratricida dela resultante têm sido muito negativas para a imagem do cristianismo junto aos muçulmanos. Ao contrário do que foi propalado no início da ocupação, as ações do presidente George W. Bush com o respaldo de muitos cristãos americanos não têm sido benéficas para a causa do evangelho no mundo islâmico. A situação dos cristãos que vivem em países muçulmanos também se agravou muito nos últimos anos. Como um dos "povos do livro" (expressão aplicada aos judeus e cristãos, visto serem mencionados no Corão), os cristãos precisam reconhecer os muitos erros cometidos contra os muçulmanos ao longo da história e renovar a sua determinação de contribuir para o bem-estar político, social e espiritual dos herdeiros de Maomé.
Perguntas para reflexão:
Existe hoje, no Ocidente, uma atitude de crescente simpatia pelo islamismo, seus valores e sua cultura. Como os cristãos devem posicionar-se a esse respeito?
Para um grande número de ocidentais, o interesse de muitos cristãos pela evangelização do mundo islâmico é algo "politicamente incorreto". O que se pode dizer disto?
É legítima a contínua associação feita pelos muçulmanos entre as ações de governos e empresas ocidentais e o cristianismo? É lícito concluir que as ações políticas, militares e econômicas do Ocidente no mundo islâmico são motivadas por preocupações cristãs ou aprovadas pelos cristãos em geral?
Os muçulmanos gozam de plena liberdade e tolerância religiosa no Ocidente, mas negam esses direitos aos cristãos no mundo islâmico. O que isso revela acerca do islamismo?
De que maneiras os cristãos podem apoiar as reivindicações legítimas dos muçulmanos sem deixar de criticar os aspectos condenáveis do islamismo e sem se omitir nas suas responsabilidades missionárias para com o mesmo?
Sugestões bibliográficas:
ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
BERTUZZI, Federico A. (Ed.). Rios no deserto: palestras sobre a evangelização de muçulmanos. São Paulo: Sepal, 1993.
CANER, Ergun Mehmet, e CANER, Emir Fethi. O islã sem véu: um olhar sobre a vida e a fé muçulmana. São Paulo: Editora Vida, 2004.
LO JACONO, Cláudio. Islamismo: história, preceitos, festividades, divisões. São Paulo: Globo, 2002.
RASHID, Ahmed. Jihad: a ascensão do islamismo militante na Ásia Central. São Paulo: Cosac e Naify, 2003.
Fonte:
http://www.matutando.com/o-fim-da-europa-livre-o-perigo-do-islamismo-radical/