POR DAVID DA COSTA COELHO
Um cidadão do Canadá neste exato momento está recebendo sua dose de vacina, porque mora em um país rico e responsável, e eles já compraram mais de 200 milhões de vacinas, mas lá só moram 35 milhões de pessoas, ou seja, 5 vezes mais vacinas do que todas as pessoas daquele país precisam; e enquanto isso na África, por exemplo, com quase um bilhão de pessoas, a vacina é ainda uma utopia...
Agora vamos ver isso pela ótica do Vírus, uma criatura que não quer matar seu hospedeiro e sim se adaptar a ele e achar um meio seguro para sobreviver, e isso é assim desde que a vida surgiu na terra, e há cientistas que tem inúmeros trabalhos [1]confirmando a evolução da vida, graças aos vírus e seu efeito de mudar nosso DNA, e ao final fazer parte do que somos.
Mas enquanto isso não ocorre, o Vírus segue infectando pessoas pelas vias aéreas, pela pele, cabelo, olhos, ouvido; e mesmo que você possa utilizar EPI fantástico, tipo aqueles de filmes de pandemia, uma hora você terá que comer e beber, ou ir ao banheiro, e a não ser que more numa ilha deserta de humanos, é nesse momento que se exporá ao Vírus; e como cada pessoa tem um DNA único, os fracos geneticamente continuarão morrendo, e os que sobreviverem, terá informações novas ao Vírus, tornando-os assintomáticos, e os Vírus sofrerão mutações e seguirão infectando mais populações geneticamente distintas...
Mas se nos já não temos inúmeras vacinas, inclusive a SPUTNIK V, considerada a melhor, mais prática e mais segura do mundo, não estaríamos seguros dessas variáveis ao tomar esta, ou de qualquer outro laboratório famoso, tais como AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Janssen e Pfizer/Biontech/Fosun Pharma?
Claro que temos hoje muitas vacinas a espera de liberação da ANVISA e sua aplicação na população, mas os cientistas russos do INSTITUTO GAMALEYA, assim como outros de vacinas de mundo inteiro, sabem que a vacina de hoje, amanhã já não fará tanta diferença na hora de imunizar as populações pelo mundo afora porque já há mutações mais perigosas na Europa, Américas, África e Ásia; e o índice de resistência do Vírus irá superar a imunidade das vacinas atuais, por isso os russos já correm contra o tempo para criar uma vacina que cubra essas mutações, e outros laboratórios com vacinas atuais também seguem essa vertente...
Mas isso resolve o problema, ou só inicia uma corrida biológica entre as populações pobres e ricas do mundo, e o Vírus?
A resposta é evidente, o Corona Vírus está aí para ficar, ele gostou dos mais de 7 bilhões de humanos, e em alguns deles, já se adaptou ao DNA, em outros ele segue sua corrida, e enquanto o mundo rico vai se vacinado, os pobres do mundo continuarão sem vacina, e quando elas chegarem a eles, já não fará mais efeito, e a evolução continua...
Se hoje você vacinasse toda população humana com todas as vacinas existentes – o que não vai ocorrer - ainda assim um desses vírus mutante do Corona escaparia da imunidade de rebanho dos já vacinados, e começaria novamente sua corrida evolutiva nos não vacinados, mas como a vacina para pobres e ricos tem uma diferença capitalista no seu formato; os pobres continuarão se infectando com o Vírus, mutando no interior do hospedeiro, e infectando outros humanos..
Finalizando, e para entender isso de forma simples, basta lembrar que os antibióticos que temos hoje, são centenas de vezes mais poderosos do que os do inicio do século XX, mas por quê? Simples, evolução...
Ao serem expostos aos antibióticos, as bactérias que seriam suscetíveis ao medicamento morrem, mas as que sobrevivem, passam essa resistência biológica as suas descendentes, e como elas se reproduzem rapidamente, a indústria médica teve que fazer antibióticos cada vez mais potentes para vencer essa guerra, mas nela as bactérias estão vencendo...
[1] E o que são eles exatamente? Vírus são uma cadeia de genes (normalmente na forma de uma molécula de RNA), envolta numa cápsula de proteína. Quase todos atuam da mesma maneira: infectam uma célula e tomam para si o seu maquinário molecular; daí, copiam seus próprios genes e produzem um monte de proteínas virais; e, então, usam essas proteínas para compor novos vírus, que logo saem atrás de outras células.
Porém, existe uma família de vírus, os retrovírus, que se introduzem diretamente no material genético do hospedeiro, seu genoma, e ficam lá, esperando a hora certa de se reproduzir. Para que isso aconteça, as instruções genéticas do intruso são “lidas” pelo maquinário da célula, convertidas em DNA e inseridas em um trecho do genoma. Fazendo isso repetidamente, várias cópias desse DNA viral são produzidas e se acumulam depressa. Agora, se um retrovírus infecta uma célula germinativa (a que gera, em nós, o espermatozoide ou o óvulo), ele pode ser passado para as gerações seguintes, tornando-se parte do genoma daquele organismo – é como se o vírus e o hospedeiro se tornassem um só.
Cientistas norte-americanos acreditam que pelo menos 75% do genoma humano é formado por milhões de sequências de DNA que remontam a vírus antigos, embora já não se pareçam tanto com vírus – seriam como fósseis moleculares. Por isso, poderíamos até dizer que somos uma parte humanos e outra parte vírus!
https://www.cecierj.edu.br/2020/05/22/os-virus-e-a-evolucao-da-especie-humana/