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O BRASIL JÁ ESTÁ EM GUERRA CIVIL...

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Por David da Costa Coelho

Hoje pela manhã acompanhei mais uma guerra de tráfico de drogas e Milícias aqui na zona oeste do Rio de Janeiro pelo jornal. Um conflito tão intenso quanto aqueles da guerra do Iraque, faltando apenas os tanques, mas o que ocorre de interessante nesta guerra é o tipo de pessoa que está morrendo e seu poder insignificante na sociedade, ou seja, os pobres, e não há um estado para proteger as pessoas desse grupo social das mãos desses facínoras porque pobre não importa, só existindo no dia da eleição para eleger políticos que os enganam com promessas escusas...

E o nosso governo, seja municipal, estadual ou federal, como sempre, nada pode fazer a não ser continuar mentindo sobre o que não pode e não quer fazer porque lá não mora a elite, e sim seres humanos descartáveis; mas se fosse o mesmo conflito num bairro nobre do Rio, como Copacabana, Ipanema ou Barra da Tijuca, haveria todas as polícias do estado, e até o exército; e essa é a primeira parte da guerra civil que agora descrevo...

A segunda parte dela você percebe quando vai ao mercado com uma nota de 100 reais, e um quilo de carne de primeira custa mais de 40 reais, a de segunda em torno de 30; a carne de porco segue a mesma linha, dobrou seu valor; e o frango, também está seguindo essa doença inflacionária, num país que se paga 1100 reais de salário mínimo, e os empregos para pobres, 90% da população, pagam no máximo 2 salários mínimos...

O governo não quer que o pobre coma carne, pois se quisesse, imporia taxa de exportação aos grandes frigoríficos por desabastecer o mercado interno, elevando os preços, mas ao contrário, não faz isso, e ainda deixa de cobrar tais impostos e dá incentivo fiscal para vender tudo que pode em dólar, e que o pobre se dane e coma ovo, com aumento atual de 30%...

E quando se trata da compra de arroz, feijão macarrão, açúcar e outros derivados da cesta básica, que está dobrando de preço, o resultado no final será assistir famílias morrendo de fome, catando lixo nas ruas para sobreviver, bem como disputando com urubus e outros bichos, os restos que os caminhões de lixo depositam nos lixões, ou fazendo saques a mercados, ou nas rodovias...

Mas de quem é a culpa por essa inflação galopante? Evidente que é do governo federal por não fazer [1]estoques reguladores destes alimentos, e exportar o excedente, mas ele não está nem aí para os pobres, e não se importa com as pessoas, deixando que o país que mais produz alimentos no mundo exporte tudo que der, e tenha a sua população passando fome por não ter emprego - dever do governo - ou sendo assaltada quando vai comprar alguma coisa com o dinheiro que vale cada dia menos, em meio a produtos que dobram de preço...

E nesse sentido, vem à terceira parte desta guerra porque quando se quer [2]dominar uma nação, pode-se fazer isso por uma guerra velada contra outro país, ou até mesmo a sua, através da feudalização do estado, concedendo autonomia a diversos setores importantes; Banco Central autônomo, agências reguladoras autônomas, privatização de todas as áreas mais importante do país, ou seja:

Privatização do petróleo, privatização da água, privatização dos minerais do país, privatização das fontes de energia, exportação de commodities sem cobrar um centavo de imposto de exportação, e ainda conceder perdão fiscal de qualquer uma dívida que venha existir nestes setores; e no que tange a essa guerra contra a população pobre, pois os ricos que dominam o estado, em sua maioria são apátridas e podem mover suas economias para outra nação, ou mesmo imigrar. Eles não se interessam por pátria e país e sim em explorar todos os recursos possíveis, o pobre sendo apenas mais um deles...

Essas medidas acabam por gerar inflação, desemprego em massa, aumentam a desigualdade social, e estimulam reformas constitucionais para corrigir esse problema, e nelas a solução é privatizar tudo que pode, retirar mais direitos dos pobres e excluir os ricos destas reformas; mas no final o que ocorre é mais fome e desemprego porque a cada vez menos dinheiro na economia, e ocorre mais concentração de poder e dinheiro para os ricos e poderosos, e menos direitos, renda e emprego para a parte mais fraca da população, os pobres...

E nessa guerra contra os pobres, porque não há empregos, e o governo que aí está só se preocupa em cobrar impostos daquelas pessoas que menos ganham, perdoando as dívidas dos ricos, e dando mais incentivos fiscais a eles, e como tem que tirar esse dinheiro de algum lugar para cobrir o rombo da ajuda aos ricos, é no lombo do pobre que darão tais chicotadas econômicas, pois o couro do pobre suporta qualquer coisa...

Sabendo desta guerra civil velada, resta aos ricos no poder incentivar o maior número possível de roubos ao patrimônio público através de privatizações fraudulentas, compra de armas e munições para se defender do que está por vir, ou seja, saques a Supermercados, assaltos nas rodovias e ferrovias, invasão de domicílios, dentre outras modalidades e luta pela sobrevivência, ainda que com risco de morte imediata; e contestar as eleições, a exemplo do que ocorreu nos EUA, com a vitória dos democratas contra os republicanos, mas aqui com o apoio das milícias, de policiais, e militares golpistas...

E qual a solução para os pobres saírem desta guerra civil silenciosa que os abate por desemprego, fome, doenças e roubo ao produto de seu trabalho? A primeira é deixar de ser crente em políticos canalhas e aprender a votar em quem defende seus direitos, mas isso é utopia; a segunda? Comprar armas para se defender do que vem por aí, mas qual pobretão pode comprar pistolas e fuzis, ao invés de comida para o lar? Nenhum...

Então use outra estratégia, há muitas armas a ser usada numa guerra, a principal delas é não lutar, se unir e fazer greves, a segunda é parar de comprar qualquer coisa não essencial, apenas comida, pois sem consumo, a pressão social aos ricos aumenta, e eles começam a perder dinheiro e poder de coesão aos seus representantes políticos, possibilitando a derrota de seu projeto político e social; a terceira, parar de dar ibope a canais de teve e internet destes grupos que apoiam as maldades dos poderosos contra os pobres. Não assistir, não comentar os recursos que eles usam para desviar o foco do verdadeiro problema, eles são o problema...

E em ultimo caso, se realmente a guerra velada começar, e não tiver dinheiro para armas de fogo para defesa de sua família, faça atiradeiras e use bolas de gude como munição, arco e flechas, ou bestas medievais, na internet há inúmeras opções. E se quiser algo mais pesado, há fogos de artificio de vários modelos e que faz muito barulho nas comemorações do natal e ano novo, ou nas vitórias de seu time favorito...

 



[1] O fechamento de 27 unidades armazenadoras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dentro do seu programa dito de modernização e revitalização é o efeito colateral do desmonte de políticas públicas adotadas pelo governo Bolsonaro para a agricultura brasileira. Mais cedo ou mais tarde esse desmonte prejudicará até mesmo o chamado “agronegócio”, mas por hora está atingindo drasticamente o meio ambiente, a agricultura familiar e o abastecimento dos produtos básicos da população de baixa renda. A agricultura em diversos países do mundo é encarada como questão de segurança nacional, inclusive com uma política de formação de estoques reguladores. No Brasil não é diferente. A Lei Agrícola 8171/91 - estabelece em seu  artigo 3°: "São objetivos da política agrícola: I - na forma como dispõe o art. 174 da Constituição, o Estado exercerá função de planejamento, que será determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, destinado a promover, regular, fiscalizar, controlar, avaliar atividade e suprir necessidades, visando assegurar o incremento da produção e da produtividade agrícolas, a regularidade do abastecimento interno, especialmente alimentar, e a redução das disparidades regionais de preços."

https://www.brasildefato.com.br/2020/09/16/artigo-o-desmonte-da-conab-e-a-politica-agricola-suicida-do-governo-bolsonaro

 

[2] Dê-me o controle sobre o dinheiro da nação, e eu não me importarei com quem faz suas leis.  Baron Mayor Amschel Rothschild


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