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A RUSSIA E A CHINA VÃO IMPLODIR OS EUA E A ECONOMIA MUNDIAL...

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POR DAVID DA COSTA COELHO

Durante a guerra fria os estados unidos dependiam de uma série de produtos que vinham da URSS, no entanto, como eram inimigos ferrenhos, os soviéticos não lhes vendiam tais materiais, e o titânio era só mais um desses produtos essenciais à aviação de guerra dos EUA. Qual foi a solução então? Através da CIA, os americanos abriram várias importadoras em países estrangeiros e compravam dos soviéticos o que precisavam, e depois repassavam as suas fábricas, e graças a isso, os americanos tinham tecnologia de ponta com materiais importados dos inimigos comunistas...

Com o fim da URSS, e a agenda neoliberal imposta nas antigas nações do extinto bloco, tanto os EUA quanto a Europa se beneficiaram de uma infinidade de recursos destas nações, desde metais nobres e terras raras, bem como recursos energéticos de gás, petróleo e urânio.

 Destes países também passaram a vir alimentos essenciais como soja, milho, trigo, fertilizantes, ou seja, o fim da URSS possibilitou aos europeus e americanos uma infinidade de recursos que fez suas economias crescerem em curto prazo, lhes dando qualidade de vida e preços baixos, e taxas de juros baixíssimas para impedir a desindustrialização e a jogatina no mercado financeiro, comuns em países do 3º mundo; um dos motivos da desindustrialização da América Latina, e sua eterna sina de colônia de exploração dos países ricos...

Na outra ponta deste iceberg geopolítico estava a China, um país com mais de um bilhão de pessoas precisando de trabalho, e aceitando a agenda neoliberal dos EUA e dos europeus, contudo, sabendo que lá na frente eles voltariam a ser o que sempre foram; a nação mais poderosa da terra, mas que naquele momento precisava sangrar na própria carne para colher os frutos do futuro. Desta forma, a China virou a fábrica do mundo, e a Rússia e seus antigos países satélites a colônia de exploração do neoliberalismo global até a ascensão de Vladmir Putin na Rússia, e de Xi Jinping na China; pois a história nos mostra que a centralização política nas mãos de estados fortes e homens geniais mudam tudo aquilo que estava até então escrito como certo...

E assim como uma aranha tecendo sua rede de pegar insetos, essas duas nações aceitaram de bom grado todas as políticas canalhas de europeus e americanos, ao mesmo tempo em que faziam seus inimigos dependentes de todos os seus recursos e empresas, enquanto aceleravam sua própria corrida territorial, energética e tecnológica...

 Aceitando tacitamente quase todas as normas impostas dos americanos e europeus, a China recuperou Hong Kong e Macau, fato importantíssimo a sua economia e estratégia política; restando por último a incorporação da província rebelde de Taiwan, por bem ou por mal, para consolidar o retorno total da superpotência econômica e atômica imbatível.

De sua parte, em 2014 a Rússia começou o seu lento retorno ao seu poder ancestral ao tomar para si a Crimeia, um pedaço importantíssimo da Ucrânia, e hoje está em guerra para tomar toda a faixa territorial do mar negro até a cidade de Odessa, o que fará do mar Negro um mar russo, e os recursos estratégicos mais ricos da Ucrânia voltarão a ser dos russos, e quem perderá com isso será não só os ucranianos, mas a indústria europeia e americana, inclusive a mais importante, a de microchips porque tudo eletrônico precisa deles, e advinha de aonde vem os insumos importantíssimos para fazer chips?

 E neste contexto, os que ganharão com isso será a Rússia e a [1]China; parceira inseparável nesta coalizão de potências asiática, dentre elas Índia, Armênia, Belarus, Quirguistão, Tajiquistão, nações do antigo círculo de poder soviético, incluindo aí nesta conta também o Afeganistão, com recursos minerais na casa de trilhões de dólares...

Mas a guerra trouxe muito mais sanções contra a Rússia do que a anexação da Criméia em 2014; desta vez eles não só sancionaram toda a economia russa, como também tomaram as reservas internacionais em euro e dólar, e o que a Rússia fez aos países inimigos para sanar o problema?

 Passou a vender seus produtos em sua moeda, ou seja, ou você paga em Rublos, ou ficam sem o gás e petróleo que precisa. Além disso, bloqueou contas bancárias dos países que a sancionaram, e nacionalizou empresas deles em seu território, e não vende mais nada de metais estratégicos a estas nações, ao mesmo passo que redirecionou seus produtos e serviços aos países amigos, o que tornou quase zeradas os custos das sanções europeias e americana...

De sua parte, a China também descobriu que podia jogar o jogo de falir seus concorrentes americanos e europeus com uma jogada muito inteligente, o Covid zero. Quando a pandemia se iniciou, todos perceberam que dependiam exclusivamente da China para comprar os insumos que seus países precisavam enquanto fechavam suas economias. Com energia sobrando e petróleo a 10 dólares o barril, a China comprou tudo que podia neste período, inclusive alimento para as vacas magras, o que traria inflação após a abertura das economias, mas por comprar antes, ela se safou...

 Enquanto as nações se fechavam, sua economia foi à única que cresceu a passos largos durante essa fase. No entanto, os países que se trancaram tiveram que dar dinheiro em forma de auxilio emergencial a sua população, que foi usado para comprar bens e serviços que eles não estavam produzindo, resultado? Inflação de demanda no mundo inteiro, e subida de combustíveis porque precisavam produzir rapidamente para combater essa inflação...

Mas aí vem a invasão da Ucrânia, sanções internacionais, e quebra na cadeia de fornecimento de gás, petróleo e alimentos, e a China percebe que pode fazer dumping industrial ao utilizar a política do Covid zero em seu território para fechar setores que exportarão para americanos e europeus, sem prejudicar seu mercado interno, quebrando seus concorrentes diretos, e o resultado é mais inflação para  o 1º mundo...

Jogando em parceria, a China e a Rússia, criam seu próprio sistema de pagamentos e desenvolvem uma economia real, baseada nas suas cestas de produtos e riquezas, e não mais nas moedas em confiança, a exemplo do dólar e do euro. Esse sistema se unirá ao [2]BRICS espalhará pelo mundo e isso irá causar uma fuga dos dólares e do euro, e o rublo e o Yuan, desvalorizando esses recursos e causando mais inflação, e o dinheiro russo e chinês serão moedas de reserva mundial, isso reduzirá a taxa de juros nestes países, e isso fará suas indústrias crescerem...

 Mas o contrário ocorrerá com a economia americana e europeia, pois ao receber de volta os dólares e euros que estavam no mundo inteiro, isso irá gerar mais inflação, e para retirar esse dinheiro do mercado, deverão aumentar a taxa de juros e aumentar o [3]compulsório dos bancos, o que causa mais desindustrialização, e os investidores internos e externos - árabes principalmente - sabendo deste risco, irão converter seu dinheiro em ouro, moeda chinesa ou russa; e investir em países que estão crescendo exponencialmente, ou seja, China, pois tem ao seu lado a maior fábrica de matérias primas e energia do globo, a Rússia...

E o resultado final desse revés russo, em vingança pela queda da URSS, qual será? Os americanos faliram a os soviéticos ao conspirar com a Arábia Saudita para inundar o mercado de petróleo, e como os soviéticos dependiam deste recurso, eles quebraram, mas o mundo da volta, mas um soviético não, e Vladmir Putin é um soviético até os ossos...

 Ele aprendeu as lições do passado e se inseriu num contexto que permitiu a Rússia tornar-se amiga íntima da Arábia Saudita, ser bajulada pelos membros da OPEP com excelentes preços causados por sua guerra na Europa, e insubstituível na produção de energia; alimentos, e minerais raríssimos, sem o qual a economia mundial simplesmente não existe.

Hoje os americanos e europeus estão de pires nas mãos pedindo a países inimigos da América Latina, África e Oriente Médio que lhes forneça caro o que eles não querem pagar aos russos, mas a resposta é uma só, dinheiro não tem pátria, e petróleo e gás mandam no mundo, e a guerra é excelente para os negócios; e o inverno europeu está logo ali, pois em agosto termina o verão no hemisfério norte, e com ele virá mais inflação, desemprego e conflitos internos nos EUA e Europa; disputas que farão  da primavera árabe um baile no parquinho, pois ao brincar com um judoca russo, a queda do 1º mundo é certa...

  



[1] O que a Rússia vendia para a Europa, e para os EUA?  A lista vai de uranio enriquecido a metais de terras raras – a China restringe a venda por motivos de segurança - essencial para a indústria bélica, automobilística, espacial e de internet. Além de gás, petróleo, carvão, madeira, eles são produtores de 30% do trigo, milho e outros produtos agrícolas, e a Ucrânia também, mas na guerra não controla mais suas exportações porque a Rússia vai tomar todos os rios e portos dela. E se russos não podem mais negociar nas moedas estrangeiras, e os países da OTAN estão bloqueando tudo, exceto o gás e petróleo, cada dia mais caro, compensando as perdas das reservas. Mas e o resto, para quem vender? Para a China é claro

https://oportaldoinfinito.blogspot.com/2022/03/a-guerra-na-ucrania-rendera-trilhoes-de.html

 

[2] BRICS é um agrupamento de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico. O agrupamento começou com quatro países sob o nome BRICS, reunindo Brasil, Rússia, Índia e China E África do Sul. O grupo não é um bloco econômico ou uma associação de comércio formal, como no caso da União Europeia. Diferentemente disso, os quatro países fundadores procuraram formar um "clube político" ou uma "aliança", e assim converter "seu crescente poder econômico em uma maior influência geopolítica".

               

[3] O que é o compulsório bancário? O depósito compulsório é uma medida que obriga os bancos e instituições financeiras a depositarem parte dos recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, em uma conta do Banco Central para evitar especulação bancaria e manipulação da taxa de juros, retirando dinheiro em excesso da economia com excesso de liquides.


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