Quantcast
Channel: O PORTAL DO INFINITO
Viewing all articles
Browse latest Browse all 339

AS RAZÕES EMOCIONAIS DO SUICÍDIO

$
0
0
.
POR DAVID DA COSTA COELHO
.
Para muitas religiões, o suicídio é o supremo ato de covardia de um ser humano contra si mesmo, podendo ser punido segundo uma série variada no contexto teológico da fé de cada povona minha, que é a reencarnação, o suicida deverá reencarnar novamente para completar o tempo que lhe restava naquele corpo no momento em que se matou, e viver novamente o restante, certamente morrendo em criança, adolescente ou jovem, para infelicidade das famílias das pessoas onde ele nascerá e dificilmente entenderá tal sofrimento se forem de uma religião dualística com bem e mal, já em uma reencarnacionista é mais fácil...- mas caso o suicida não tenha nenhuma religião, e não se importe com os devaneios psicológicos de quem tem fé em algo acima dele como conforto mental à própria morte - certa e sem data marcada para todos que não se matam - isso pode ser visto por ele como um ato de coragem em extirpar algo que o desonra em uma determinada idade em que o corpo; tomado por doenças, invalides ou velhice, o torne um fardo a si mesmo, a sua família, ou seus lideres; ou então serve também a um proposito religioso, como nos casos em que fundamentalistas islâmicos explodem o corpo em nome de uma guerra sagrada contra infiéis, ou até mesmo monges budistas incendeiam o corpo em protestos políticos, sendo que esse ato foi visto como coragem em inúmeras culturas, a mais famosa a dos samurais japoneses durante sua era feudal, e mais tarde na 2ª Guerra Mundial em ataques Kamikazes contra navios americanos...
 No entanto, embora eu seja reencarnacionista e, portanto teoricamente contrario a pratica, não vejo de forma tão nefasta esse extermínio pessoal por uma série de fatores que concerne unicamente à pessoa que o pratica, julgar seus valores e motivos depois de morto, segundo nossos dogmas de fé e visão própria de mundo seria conceder a si mesmo um atestado de idiota.
Se olharmos o mundo consumista e perverso que habitamos, dia a dia ele nos imputa alguma forma de suicídio menos visível, no entanto muito mais perverso, seja com alimentos contaminados ou cheio de coisas malignas a nossa saúde, com nomes diversos contendo a mesma coisa nefasta para nos enganar, vícios em drogas, em ideologias ou religiões punitivas ou fundamentalistas, mesmo as de cunho reencarnatório, nem sempre as boas intensões são o reflexo da intenção proposta...
Mas vamos nos ater a uma linha menos empírica para uma discussão mais centrada porque o tema em si passa muito além da visão comum da religião pela qual somos doutrinados e condicionados desde criança. Eu mesmo quando era adolescente não via motivo algum na existência humana, e uma vez peguei um vidro de remédios de minha mãe e tomei todos de uma vez, no hospital me lavaram o estomago e a coisa ficou só nisso. Não é porque se nasce com uma alma velha e um pouco mais qualificada para entender certas coisas que ela assume o comando do corpo rapidamente, pois ao nascer nossa mente é apagada de vidas anteriores, e é ao longo do tempo e vislumbres da realidade que nos permeia que despertamos.
O próprio príncipe Sidarta Gautama levou décadas para fazer sua missão de alma, entregando-se as coisas do mundo para poder libertar seu corpo das posses, mulheres e riqueza a sua disposição como herdeiro imperial, ao contrario de certos ‘religiosos que fazem exatamente o oposto’, explorando os carentes de fé e intervenção divina nas suas vidas pequenas e medíocres; em prestações e milagres módicos, inserindo o temor de uma deidade perversa com um local especial a quem não lhes ouve e acredita, um tal de inferno...
Diante de tais cenários, quando a pessoa decide que já não suporta mais esse mundo imbecil, bem como o convívio com outros humanos que o estimulam mais ainda a dar um fim a sua existência, por qualquer razão que seja, muitas pessoas procuram justificar tal coisa segundo sua ideologia ou religião, mas jamais se colocando no lugar do outro. Em países ricos da Europa, nórdicos e ateus, o numero de suicídios é maior que em países ditos religiosos, e não sobram explicações destas pessoas sobre tal coisa ocorrer por falta de uma fé, ou objetivo na vida que só um credo proporciona; no entanto, se observarmos dia a dia o numero de pessoas assassinadas, torturadas, queimadas, estupradas ou pedofiladas por pessoas teístas; mais ainda se encontra motivos para perdoar o suicida ateu ou religioso; porque teoricamente não há gente mais hipócrita que o crente ao tentar julgar o outro segundo a cegueira social e religiosa que se aplica a sua vida em face às demais no planeta.
Se uma pessoa decide exterminar seu corpo, ele o faz antes de tudo por coragem, e não por covardia em viver uma vida que pra ele se tornou uma não vida, já que o medo da morte é intrínseco ao ser encarnado, fora o temor religioso desde criança pelo qual ele é forçado a seguir regras. É necessária uma compreensão gigantesca do que é morrer e saber que será enterrado caso não seja cremado. Imaginar seu corpo inchando e apodrecendo ao ser consumido por bactérias, produzindo gazes depois de algumas horas...
E mesmo morto, a flatulência que em vida incomodava os amigos e parentes, na morte  ainda perdura por mais algum tempo, saber que vermes comerão cada parte de você, até que sobre apenas ossos, e mesmo estes não terão pouso seguro porque ao final serão retirados e jogados a esmo em algum lugar, ou moídos para alguma serventia que ao se destruir tu não queres saber, é de longe o mais extremo ato de coragem, digno dos samurais.
Já dissertei sobre tal coisa no item eutanásia, porque ali a pessoa em si esta nas mãos dos religiosos, familiares que não quer te deixar ir, ou mesmo as leis governamentais de cada estado, e muitos candidatos a suicidas analisam com lupa tal situação após determinada idade. Muitos desejam partir antes de se tornarem apenas corpos secos, esquálidos e inválidos nas mãos de seus familiares, ou mesmo de asilos fétidos, piores que cadeia onde serão em sua grande maioria destinados cedo ou tarde, porque são pobres, de parcos recursos que não pagam nem seus remédios, no entanto, ainda resta o condicionamento religioso a vencer...
E de novo se encontra a eterna força em lutar contra tal coisa, enquanto há força e vida, lembrando que há uma forma sutil de se matar usando apenas a mente, ou seja, desistindo de viver, muitos se entregam a uma tristeza ampla e profunda que após perder alguém de quem era dependente emocional - amor de pai, filho, parente ou por outra pessoa – em poucos dias vem a óbito.
Mas a morte cruel aos olhos de quem fica e não compreende de nenhuma meio, por suicídio, da forma que for, ainda é de longe a mais cruel e incompreensível. Eles deveriam estudar culturas antigas como as dos esquimós, em que os velhos, não tendo mais serventia a sua família, se retiravam do iglu e esperavam a morte branca os levar.  Muitos povos tribais ao redor do mundo ainda detêm esse habito, e por mais que nossa visão de mundo nos impute tal coisa como crime e pecado, as nossas ruas estão lotadas de mendigos morrendo de fome, frio, ou assassinados por algum louco; contemplando tais coisas, despertamos para algo maior que a raça humana, a nossa força interior de lutar até mesmo contra a própria vida.
Pra finalizar, eu não poderia deixar de citar uma serie dos anos 1980, onde não havia recursos para manter o ultimo bastião da civilização em meio aos escombros da 3ª Guerra Mundial. Ali as pessoas viviam de forma intensa até os 30 anos, aos 31 eram levados para maquinas de extermínio... Em um dos episódios maravilhosos de Jornada nas Estrelas Nova Geração, encontraram uma civilização extremamente avançada e com um conceito de vida completamente diferente da humanidade, ao chegarem a idade de 60 anos, mesmo tendo tecnologia para viver milhares de anos, entravam em câmaras de extermínio pelo simples fato de estimular seus jovens a não se tolherem de nada enquanto não fosse a hora deles morrerem aos 60 anos, em seu aniversario, e comemorados por todos...
Num certo sentido, diferente daquele povo da ficção, dos esquimós, aborígenes, e até dos suicidas, nos somos os verdadeiros seres que se matam, porque mantemos vidas sem ousadia, tememos decisões por motivos diversos, e ao final vimemos de elogiar ou criticar quem fez escolhas diferentes das nossas, mesmo em relação a exterminar sua própria vida.

Direito de Morrer, Suicídio Assistido, Eutanásia
.
.
DOCUMENTÁRIO - O professor universitário americano Craig Ewert toma uma mistura de sedativos e em seguida desliga os tubos que o mantinham respirando e cerca de 45 minutos depois, ele morre.

 Esse vídeo provocou polêmica antes mesmo de ser exibido, com críticas vindas dos setores contrários ao suicídio assistido. 

Entretanto, a viúva de Ewert, Mary disse "o documentário quebra o tabu em torno do assunto, além de ajudar as pessoas a enfrentar seus medos em relação à morte" 

Craig Ewert, que vivia em Harrogate, no condado britânico de North Yorkshire, tinha 59 anos quando morreu, ajudado pela polêmica organização suíça Dignitas, {a quem ele pagou 3 mil libras} e que tem assistido pacientes do mundo inteiro a tirar a própria vida. 

Pai de dois filhos e casado com Mary por 37 anos, Ewert sofria de uma doença neurológica incurável que afetou toda a sua parte motora. Antes de morrer, o professor escreveu: "Eu gostaria de continuar, mas realmente não consigo mais. Quando você está completamente paralisado, não pode falar, não pode andar, não pode mexer seus olhos, como pode mostrar aos outros que está sofrendo?".

 O suicídio de Ewert é a parte principal do filme, dirigido pelo canadense John Zaritsky, ganhador do Oscar de Melhor Documentário em 1983, por The Fifth Estate: Just Another Missing Kid. foram realizadas filmagens na Holanda, no Canadá e nos Estados Unidos

Suicídio em visões distintas, mas discordo de todas neste documéntário, prefiro o 1 do professor:
.



Suicídio no Brasil
Documentário realizado pelo Grupo de Pesquisa de Prevenção de Suicídio da Fio cruz em parceria com a Vídeo Saúde Distribuidora. Corte para a I Mostra de Documentários em Pesquisa Qualitativa em Saúde.

http://vimeo.com/36487179
.
O professor  Emil Durkheim: El suicidio 1 análisis sociológico del suicidio.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 339