Richard Dawkins
Deus, um Delírio - Debate com Richard Dawkins (Legendado)
Num tempo de guerras e ataques terroristas com motivações religiosas, o movimento pró-ateísmo ganha força no mundo todo. E seu líder intelectual é o respeitado BIÓLOGO RICHARD DAWKINS, eleito um dos três intelectuais mais importantes do MUNDO (junto com Umberto Eco e Noam Chomsky) pela revista inglesa Prospect. Autor de vários clássicos nas áreas de ciência e filosofia, ele sempre atestou a irracionalidade de acreditar em Deus e os terríveis danos que a crença já causou à sociedade. Agora, neste Deus, um delírio, ele concentra exclusivamente no assunto seu intelecto afiado e mostra como A RELIGIÃO ALIMENTA A GUERRA, FOMENTA O FANATISMO E DOUTRINA AS CRIANÇAS.
O objetivo principal deste texto mordaz é provocar: provocar os religiosos convictos, mas principalmente provocar os que são religiosos "por inércia", levando-os a pensar racionalmente e trocar sua "crença" pelo "orgulho ateu" e pela ciência.
Dawkins despreza a ideia de que a religião mereça respeito especial, mesmo se moderada, e compara a educação religiosa de crianças ao abuso infantil. Para ele, falar de "criança católica" ou "criança muçulmana" é como falar de "criança neoliberal" - não faz sentido.
O biólogo usa seu conceito de MEMES(ideias que agem como os genes) e o DARWINISMOpara propor explicações à tendência da humanidade de acreditar num ser superior. E desmonta um a um, com base na teoria das probabilidades, os argumentos que defendem a existência de Deus (ou Alá, ou qualquer tipo de ente sobrenatural), dedicando especial atenção ao "design inteligente", tentativa criacionista de harmonizar ciência e religião.
Mas, se é agressivo para expressar sua indignação com o que considera um dos males mais preocupantes da atualidade, Dawkins refuta o negativismo. Ser ateu não é incompatível com bons princípios morais e com a apreciação da beleza do mundo. A própria palavra "DEUS" ganha o seu aval na ressalva do "Deus einsteiniano", e o maravilhamento com o universo e com a vida, já manifestado em seus outros livros, encerra a argumentação numa nota de otimismo e esperança.
"Se este livro funcionar do modo como espero, os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem." - Richard Dawkins
"Em Deus, um delírio, a debilidade intelectual da crença religiosa é desnudada sem piedade, assim como os crimes cometidos em nome dela." - The Times
"Este livro é um apelo declarado para que não nos acovardemos mais." - The Guardian
"Richard Dawkins é nosso ateu mais brilhante." - The Spetactor
QUEM TEM AMIGO IMAGINÁRIO É ESQUIZOFRÊNICO. ENTÃO OS CRENTES EM DEUS SOFREM DE ESQUIZOFRENIA EM MASSA?
"Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."1Corint.1:18 e "Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem." 1Cor.1:2
"Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso se chama insanidade. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso se chama religião."
— Robert M. Pirsig
Como eu assumi a postura de um religioso que utiliza o ceticismo na investigação das alegações neo-ateístas, era indispensável que eu conhecesse o livro “Deus, Um Delírio”, de Richard Dawkins, que é a principal influência do movimento neoateísta.
Essa lacuna foi eliminada após a leitura completa da obra.
Ao conhecer o livro, entende-se por completo o raciocínio de Dawkins na questão dele contra a religião, e também o modus operandi dos ateus radicais doutrinados por sua obra.
É evidente que Dawkins é o líder de gente como Dennett, Harris e Hitchens, até por que as idéias que estão no livro (que é de 2007) já haviam sido abordadas em obras anteriores do autor e principalmente no documentário “A Raiz de Todo o Mal”, feito em 2006, para a BBC. O termo “The Four Horsemen” é inadequado, até. O justo seria: “A horsemen and three horses”.
Em “Deus, Um Delírio”, Dawkins abre sua caixa de ferramentas.
Para o cético, o serviço fica muito fácil
Faço aqui mais ou menos como James Randi fazia.
Randi investigava Uri Geller, e daí já refutava por tabela vários outros médiuns, que apenas seguiam a Geller. No caso de Dawkins é a mesma coisa: o restante basicamente segue-o.
Avaliação Geral
Como um todo, o livro de Dawkins é bastante irracional, e isso é algo que sempre suspeitei.
Ele se constitui basicamente de um conjunto de estratagemas, com um objetivo muito claro de difusão de ódio à religião e aos religiosos.
Aliás, estou montando uma agenda do neoateísmo (para auditar textos deles, e publicarei aqui em breve), e grande parte dela pode ser retirada dos objetivos deste livro. No mínimo, 75% da agenda sai dele.
Dawkins não esconde suas intenções
1) ele expande o darwinismo para uma coisa muito além do que realmente a teoria é – ele não quer só explicação das espécies, mas também usá-la para explicar todo o comportamento humano e toda a cultura;
2) ele entende que a religião é o grande mal do mundo e, para levar isso à frente, ele pratica difamação, aliado a estratagemas, fraudes intelectuais e distorção de informações;
3) para dar sustentação ao item 2, ele faz a seleção de todas as amostras negativas possíveis que ele possa encontrar de religiosos, fala SOMENTE delas (ele simplesmente ignora os bons exemplos), e afirma que estes religiosos é que são o PADRÃO dos religiosos, e, por isso, a religião seria má;
4) ele não incomoda de usar raciocínios de autoajuda – ele não tem vergonha na cara e diz que “o livro pode mudar sua vida”, exatamente como os gurus de autoajuda fazem. Aliado a essas técnicas, há um forte componente de lavagem cerebral, principalmente nos 3 capítulos finais;
5) O componente de apelo emocional é o principal item de demonização do oponente (religiosos, religião).
Como exemplo do item 5, o capítulo 9 é escrito de tal forma apelativa, falando de crueldades contra crianças em nomes da religião (uma amostra seletiva, novamente), que, se uma pessoa tiver a cabeça fraca, vai comprar a causa de Dawkins tranquilamente. O objetivo de tamanha apelação emocional é justamente fazer o leitor se sentir com RAIVA da religião e dos religiosos, mas, como já disse, é tudo obtido com a amostra seletiva, e distorção das informações.
Ele apresenta esses exemplos e não tem pudor ao dizer algo como: “esta é a mente religiosa”.
Como é o livro de maior desonestidade intelectual talvez já editado, ele será inteiramente refutado nesta seção. Ao todo serão 25 a 30 artigos refutando partes de cada capítulo (só o capítulo 5 merecerá quase 10 artigos), publicadas ao longo dos próximos meses. No data de publicação desta crítica, um dos artigos já foi publicado.
Abaixo segue uma breve análise dos 10 capítulos de “Deus, Um Delírio”:
1 – Um descrente profundamente religioso
O titulo basicamente fala de Einstein. Dawkins tenta defender Einstein de acusações de que ele era religioso.
O objetivo de Dawkins é impedir que os religiosos usem o “santo nome de Einstein em vão” quando falarem de religião.
Em seguida, o autor defende sua tese de que não se deve respeitar a religião.
Por exemplo, o argumento é mais ou menos assim: se alguém que não trabalha no sábado por sua religião, não deveria ter esse direito respeitado caso fosse convocado para trabalho oficial voluntário nesta data. Motivo: se é religião, não merece respeito. Se alguém tem um valor, oriundo da religião, isso seria irrelevante.
Outro exemplo é quando Dawkins ofende diretamente os religiosos.
Dawkins faz isso pois diz que não se deve respeitar a religião.
O capítulo é todo para isso, talvez como preparação para a lavagem cerebral que virá a frente, em especial após a primeira metade do livro.
2 – A Hipótese de que Deus existe
Aqui ele chama a existência de Deus de hipótese científica sobre o universo, e portanto deve ser analisada com o mesmo ceticismo científico que qualquer outra teoria.
Esse capitulo é nitidamente todo baseado em uma ignorância completa de Dawkins quanto ao conceito de Deus para os religiosos. Pois nós não consideramos Deus como uma hipótese, mas sim um princípio, assim como na ciência consideramos que as leis da física valem em todo o universo. Isso não é hipótese científica, é um princípio, e não é discutido nos mesmos termos em que se discute uma teoria científica.
Se alguém não aceita os princípios da ciência, isso é um direito que lhe cabe, mas a pessoa será um ignorante em relação à epistemologia e ciência. Se alguém não aceita Deus, o máximo que será é um ignorante com relação à teologia, religião e Deus.
Só para se ter uma idéia do baixo nível deste capítulo, a base é dizer que Deus é hipótese científica, e aí citará o politeísmo e o monoteísmo, para dizer que é tudo a mesma coisa. Dawkins apela de novo e diz que os pais fundadores da América estariam com vergonha da nação ser cristã.
Ele também critica o MNI (Ministérios Não Interferentes), tese defendida por Stephen Jay Gould, e não sobra tolerância nem para o agnosticismo.
3 – Argumentos contra a existência de Deus
O nível de limitação intelectual do capítulo anterior prossegue neste, em que Dawkins, mesmo sem nenhum conhecimento filosófico, tenta refutar argumentos sobre a existência de Deus.
Aí ele apela para tudo, citando o argumento das cinco vias de São Tomás de Aquino, e diz refutá-lo. Só que ele usa uma manipulação de texto, e troca “aquilo que chamamos de Deus”, por “é Deus” para só então fingir que refutou. Ou seja, Dawkins não refutou nada.
Em seguida, ele exagera o argumento de Anselmo, e tenta dizer que o argumento era para provar a existência de Deus, quando na verdade Anselmo sequer ambicionou a isso, e sim ele queria mostrar que a concepção de Deus era razoável do ponto de vista lógico.
O restante vai nesse mesmo nível.
Todo esse tipo de manipulação é a base deste capítulo, em que a tônica, além dos erros de lógica de Dawkins, é o uso de ofensas contra teólogos, e até a tentativa de banalização do termo.
Por exemplo, várias vezes ele cita verbetes da Enciclopédia Católica, interpreta-os erradamente, de propósito, e diz que isso é fruto da “mente teológica”.
4 – Por que quase com certeza Deus não existe
O capítulo melhor do livro, mas só se considerarmos a primeira metade dele.
A ideia do capítulo é tentar provar que Deus não existe.
Ele começa defendendo a teoria da evolução, em oposição ao criacionismo. Embora ele exagere quando fala do design inteligente (que ele chama de criacionismo), em geral essa primeira parte do capítulo 4 é razoável, e ele apresenta bons argumentos a favor da teoria da evolução.
O mesmo não pode ser dito do que vem daí para a frente, pois é onde ele tenta usar a cosmologia, e principalmente a teoria do multiverso, para dizer que provavelmente Deus não existe.
Sabem qual a lógica do Dawkins? Um criador para o universo teria que ser muito complexo, portanto a explicação seria qualquer outra menos essa. É mole?
Nunca é demais citar a refutação que William Lane Craig fez para esse “argumento” do Dawkins.
No geral, o capítulo merece nota 5, sendo 10 pelas explicações dele sobre teoria da evolução (ele fez a lição de casa certinho), e 0 (zero) pelo argumento geral de que Deus provavelmente não existe.
5 – As Raízes da Religião
Se no capítulo 4 Dawkins derrapa no final, apesar de um bom começo, este capítulo é 100% errado.
O objetivo é tentar explicar a religião pela perspectiva do Darwinismo, o que, de cara, já é uma charlatanice, pois o darwinismo não foi feito para isso. O objetivo do darwinismo é a explicação do surgimento das espécies, pelo processo de seleção natural.
Dawkins começa apelando para vender a idéia de que a explicação tem que ser pelo darwinismo. Ele não oferece nenhum argumento sólido para isso, apenas demonstra a expressão de sua vontade.
Em seguida, ele vai se utilizar de suas 3 teorias pseudocientíficas (gene egoísta, fenótipo estendido e memética), além de abordar algo da sociobiologia, que é outra picaretagem – esta última a cargo de E. O. Wilson, também ateu radical.
Outros autores mencionados são Steven Pinker e Daniel Dennett, sendo este o braço direito de Dawkins.
Quer dizer, nesse capítulo ele só cita vigaristas.
O resultado é uma abordagem repleta de falhas, contradições, ausência de provas e chutes confessos. Por exemplo, Dawkins conclui que a religião é um “subproduto de uma outra coisa”, mas nunca explica o que é essa outra coisa.
Ele ainda tenta abordar a suposta vantagem biológica da religião, mas não consegue sequer dimensionar tal vantagem.
O resultado é cômico.
O desastre científico é tão grande que este capítulo merecerá um conjunto de 10 artigos de refutações.
6 – As raízes da Moralidade: por que somos bons?
Se no capítulo anterior, Dawkins assumiu como uma POSSIBILIDADE de explicar a religião através da idéia de que ela tornaria os homens “bons” (estranho, pois para mim religião é para muito mais que isso), ele toma isso como premissa, mas vai tentar demonstrar que a moralidade não se originou da religião, e sim através de uma história evolutiva.
Aliás, já notaram a obsessão de Dawkins pelo darwinismo?
Ele reduz tudo à algo que é ou não uma vantagem, para garantir maior chance de “sobrevivência”.
Ele faz o mesmo com a moralidade, tentando usar exemplos de animais que teriam comportamentos altruístas.
O problema é que ele não explica o altruísmo em si, e sim uma empatia BÁSICA que existe entre as espécies animais, mas que não possui praticamente nada dos atributos do altruísmo existente na espécie humana civilizada e dotada da cultura religiosa.
Por fim, ele pergunta: “Se Deus não existe, por que ser bom?”, o que é uma falácia do espantalho em cima de uma argumentação religiosa de que sem a religião a SOCIEDADE não teria os valores morais que possui.
Como sempre, ele faz aqui mais citações a expansões do darwinismo, mas todas pseudo-científicas.
E pior, ele não consegue explicar a moral humana.
7 – O Livro do “Bem” e o Zeitgeist moral mutante
O objetivo deste capítulo é patético: Dawkins teria assumido, segundo ele, que um dos motivos para o homem possuir religião é para querer ser bom (capítulo 5), e que a moralidade não vem da religião, mas sim de um processo darwinista (capítulo 6).
Aqui, ele se supera e tenta respaldar o capítulo anterior, mostrando que a moral humana vem de QUALQUER OUTRA fonte, menos os escritos religiosos.
Motivos para isso: ele cita algumas passagens da Bíblia, como as narrativas de Abraão, Moisés, encontra relatos de guerras, violência, e ASSUME que isso é o paradigma moral DEFENDIDO pela Bíblia.
Sem dúvida, um campeão da desonestidade intelectual ou ignorância infantil. Talvez um misto dos dois.
A burrice de Dawkins é tamanha que ele não percebeu que as histórias de Abraão e Moisés ENSINAM valores às pessoas, mesmo em narrativa sobre pessoas que viveram em períodos de guerra e violência, mas em nenhum momento a Bíblia diz que é para o leitor SAIR COMETENDO violência.
Só que, ao assumir essa interpretação, ele afirma que se fosse para o ser humano seguir a Bíblia CORRETAMENTE (sim, ele parece querer ser consultor em teologia também), o resultado seria um desastre.
Ele até diz que os genocídios de Hitler e Stalin parecem-se com os genocídios descritos na Bíblia.
Mais uma: ele afirma que Stalin era ateu e cometeu vários crimes. Mas diz que os crimes não foram em nome do ateísmo.
Notem a noção de moral do Dawkins: um crime só é um problema se for feito por religiosos. Aí ele diz que o crime ocorreu por causa da religião, ou ao menos que a religião tem alguma culpa no cartório. Mas se é um ateu que faz, ele diz algo como “ah, mas não foi em nome do ateísmo”. Sim, você não leu errado. Repito: Em todo o livro, ele SÓ CONDENA crimes que tenham sido cometidos por religiosos. Nas raras vezes que existe a citação de um crime cometido por ateu, lá vem a frase padrão: “mas não foi em nome do ateísmo”.
Conclusão: Dawkins não possui moral alguma.
Se Dawkins não possui moral, como pode sequer dialogar sobre ela?
8 – O que a religião tem de mau? Por que ser tão hostil?
A partir do capítulo 8, Dawkins pega mais pesado, e larga toda e qualquer abordagem lógica (que já era pouquíssima).
O objetivo dele é mostrar por que a religião é má, e inclui exemplos como o criacionismo, etc. Quer dizer, ele novamente tenta a falácia da generalização apressada. Na lógica dele, se o criacionismo é uma subversão da ciência, então toda a religião é subversão da ciência. Portanto, é má.
Um exemplo é quando ele narra a história de um sujeito que largou a pesquisa científica, para ser um religioso baseado em interpretação literal. Dawkins cita o caso como patético, mas diz que isso é REGRA entre os religiosos.
Ignora ele, claro, que a maioria dos religiosos não interpreta a bíblia de forma 100% literal, portanto não haveria problema em conciliar ciência com religião.
De forma mais apelativa ainda, ele estende para as citações ao seu vídeo “A Raiz de Todo o Mal”, e cita o reverendo Paul Hill, que foi condenado à morte por matar um médico da clínica de aborto. E em seguida, entrevista o amigo de Paul, Michael Bray.
Sabem a constatação de Dawkins?
Não havia problema nem com Hill e nem com Bray, e sim com a RELIGIÃO.
Como se vê, o objetivo do capítulo é só distorção e manipulação.
9 – Infância, Abuso e Fuga da Religião
A base deste capítulo é a seguinte: dizer que as crianças que são chamadas de “crianças católicas” ou “crianças judias” na verdade são crianças de pais católicos e crianças de mães judias, já que, segundo ele, as crianças não tem discernimento para optar por uma religião.
A lógica de Dawkins é a de que os pais não podem ensinar os seus valores para os filhos.
Quer dizer, podem, MENOS que sejam valores religiosos.
É quase igual uma campanha homossexual que surgiu na Europa pedindo que a criança não fosse ser rotulada de heterossexual, pois na infância ela não decidiu ainda se vai ser heterossexual ou homossexual.
Dá para notar que a proposta de Dawkins é facilmente refutável, pois não há parâmetros pelos quais ele justifique o fato de que os pais não podem passar os seus valores aos filhos.
Como não tem argumentos, ele conta uma série de histórias até assustadoras (por causa do apelo emocional), mas que são excessões dentro da religião.
Como o caso do garoto que foi tirado de seus pais judeus após ser batizado como católico, em 1860.
Casos como esses não ocorrem a granel por aí.
Mas, para Dawkins, ocorrem, pois isso É RELIGIÃO.
10 – Uma Lacuna Muito Necessária?
Esse é o fecho do livro, em que parece que já faltava assunto ao autor (no total, são mais de 450 páginas). Aqui ele divide o capítulo em 4 partes.
Uma tentando associar Deus aos amigos imaginários, das crianças. Claro que para isso ele sequer consegue sustentar sua alegação, mas para Dawkins isso não importa, desde que ele consiga inserir alguma difamação em sua pregação.
Outras duas partes são aquelas em que ele cita a religião como “consolo” e “inspiração”, respectivamente, e questiona ambas. De novo, uma definição muito restrita de religião, pois dizer que religião é para esses dois motivos também é uma abordagem muito simplória (entre os objetivos principais da religião está o auto-conhecimento ESPIRITUAL do ser humano, e o estudo de sua própria consciência em união em alinhamento com a vontade divina – Dawkins sequer abordou esses aspectos, o que é esperado, pois ele não conhece).
Para finalizar, ele cita que a ciência pode substituir a tudo isso, e portanto nada é mais belo que a ciência, e que não é necessário ter nenhuma outra experiência espiritual além de olhar para o universo e blá blá blá… Em suma, a mesma ladainha de Carl Sagan.
Nada contra admirar a ciência, mas assim como Sagan, Dawkins dá uma visão DESLUMBRADA de ciência, que não corresponde ao que a ciência realmente é.
O capítulo 10, cheio de apelos emocionais e dramalhões, é basicamente para fechar o conceito de Dawkins, que é: “religião não presta, troque-a pela ciência/ateísmo”.
Conclusão
Livro que só pode servir como “estudo” para pessoas facilmente sugestionáveis. Há vários componentes de auto-ajuda e principalmente lavagem cerebral. Após ler o livro, se um ateu for facilmente impressionável e tiver mente fraca, vai sair rapidamente pregando as palavras do autor. Curiosamente, depois de ler o livro (fiz em média 3 a 4 anotações por pagina), nota-se que o discurso de quase todos os neoateus é emulado diretamente a partir do livro. Logicamente, a obra é toda inconsistente. Não tem valor como trabalho filosófico ou científico. Em relação à religião, fica evidente que Dawkins não a conhece, portanto ainda não sabe como duelar com seus adversários. Talvez isso explique por que ele está fugindo de debates com o William Lane Craig.
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