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VIDA A DOIS, CASAMENTO E A NECESSIDADE DE AMANTES, E ISSO NÃO É FICÇÃO...

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POR DAVID DA COSTA COELHO

 Nelson Rodrigues era um escritor muito acido, e criador de frases geniais, mas umas em especial se aplicam ao tema que agora disserto:
O casamento é o lugar em que mais se tem solidão, sem nenhuma privacidade. A mulher pode trair o marido; o amante, jamais!  Amar é ser fiel a quem nos trai. Nelson Rodrigues
Todo casamento é baseado não no amor – embora tenhamos sido ensinados a acreditar nisso - e sim em algo teoricamente descrito no livro O Gene Egoista, de [1]Richard Dawkins, nesse gene está à escolha de uma pessoa bela e geneticamente perfeita aos nossos olhos que nós dê segurança física e emocional, e que proporcione muito prazer em todos os momentos sexuais para gerarmos filhos lindos e perfeitos, mas e quando somos mais velhos e não podemos mais ter filhos? Isso ainda se aplica? Sim porque os genes ainda cobram de você o sexo porque é a forma do corpo se reproduzir e passar seus genes, ou manter o humor para cuidar bem de seus descendentes, pessoas felizes são pais melhores, ou avós, e na raça humana o sexo biológico serve como vínculo de união, além da reprodução...
Mas e quando as pessoas são mais velhas e tem relação com pessoas mais novas? Para os homens isso é comum há milênios e da união de um homem mais velho quase sempre haverá o nascimento de uma criança, ou várias porque o homem tendo ereção e  ejaculando, pode ser pai, havendo histórias de até homens centenários que conseguiram a proeza da paternidade. O que mais vemos hoje são homens ricos e poderosos, e velhos sendo pais com uma ou mais mulheres porque o gene egoísta só pensa em espalhar descendentes, e não liga para essa baboseira humana de fidelidade no casamento, imagina então os homens mais novos?
Mas isso não se aplica da mesma forma com as mulheres porque elas têm uma quantidade específica de óvulos, e após a menopausa nunca mais poderão ser mães. Contudo, ainda há a necessidade de um relacionamento para se sentirem vivas, e se são casadas, a esperança que o casamento dure até a morte de um dos parceiros, mas e se houver traição sexual envolvida no casamento?
Há pessoas que são pragmáticas neste sentido e entendem aquilo como uma coisa a ser perdoada por um bem maior que é a manutenção da família e do patrimônio envolvido – casais ricos geralmente fazem isso - porque briga de casal custa caro na justiça, já outros não querem saber e quebram  o pau e se separam, e se casam com outras pessoas, e não raro se tornam amantes do parceiro [a] anterior porque foram anos vivendo de bom e ruim, e como amantes, além da segurança de terem uma pessoas em casa, desfrutam só de sexo perfeito e refinado por anos, coisa diferente com o novo parceiro [a], e a confiança do sigilo, por isso ex-esposa ou ex-marido não são bem vistos pelos companheiros atuais, mesmo com filhos envolvidos.
Mas às vezes isso – traição sexual - ocorre várias vezes nos casamentos seguintes, com a pessoa que é mais jovem na união porque o gene egoísta cobra dele o que importa na vida, filhos, e se for homem, sua mulher pode ser o diabo na cama, na cozinha, na sua conta bancária, e a perfeição divina em pessoa, mas o sexo com outra pessoa é uma necessidade que o nosso sistema inventado há poucos séculos – monogamia - não pode separar da realidade biológica de se reproduzir com várias pessoas vivencia por milênios.
Para as mulheres mais novas que buscam outros para transar, além do prazer está a busca inconsciente do cara para ser pai de seus filhos, porque mesmo que ela não queira e tome remédio, são os genes que mandam ao final desta busca. Com relação às mulheres mais velhas, elas não podem ser mãe novamente, mas o sexo ainda é a mola que as deixam vivas, com gosto de quero mais e de ser feliz ao lado de seu príncipe encantado de sua idade ou mais novo, e como na alimentação, novo é fresco é teoricamente melhor, ao menos para os olhos...
E se ela for traída novamente, o que resta é tentar a sorte com outro relacionamento – poucas fazem isso – ou se rasgam e se matam por dentro, mas continuam com seu bem querer porque já conhece como funciona a sensação de ter seu parceiro gritando de orgasmo no ouvido de outra mulher, e se largarem o atual, é bem provável que isso venha a ocorrer de novo e de novo, e então o que não se fez na 1ª união – perdoar a traição, e ser cega para todas as demais – se faz na segunda porque pior do que traição é o medo de envelhecer sozinha, embora vão porque o cara um dia partirá de vez com a amante atual ou em vias de existir; a natureza da biologia não tem apego a quem não faz o que nasceu para fazer...
Por isso as mulheres que passam por isso se tornam amantes do ex-marido ou de algum colega que conheceu em época de escola, no trabalho ou amizade antiga, e se possível, seguem numa vida a dois e secreta – algumas conseguem outras não, pois morrem de medo de serem descobertas e mal faladas, e se encerram em seu casulo de auto piedade e medo de tentar e ser descoberta pelo marido infiel – lembra-se do terrível Nelson Rodrigues?  Amar é ser fiel a quem nos trai. Nelson Rodrigues.
 As que superaram seus medos e sabe trabalhar tanto seu psicológico quanto sua capacidade de atuar igual ao marido traidor, mantém sua união e segurança familiar, mas encontram tempo e vontade de sexo louco e gigantesco com o amante escolhido, não importando quem seja porque ser amante, Já diziaGiacomo Girolamo escritor do século XVIII, Autor de Casa Nova o Gênio Sedutor, ser amante é ter a suprema arte do amor sem desculpas para o prazer...
 O Gene egoísta afirma que tudo que somos é dirigido e condicionado por nossos genes com o único objetivo de ter sexo porque nele ocorre a reprodução, e querendo ou não, mesmo já passado essa fase, ainda assim esse desejo estará em nosso inconsciente até o fim da vida, não importando se tu sejas homem ou mulher. Mas nós idealizamos o sexo como um ato de amor, sonho idílico de poetas, e ao final, se isso levar a um casamento, ou união civil estável ou mesmo morar juntos; um acordo tácito de sexo, fidelidade, contas em dia e proteção do casal será o que realmente importa.
Mas lá no fundo, guiado por nossos genes, ou talvez por um desejo egoísta de um amor perdido por uma pessoa especial que apareceu em nossa vida num lapso de tempo específico, que deveria ou não ter sido a nossa pessoa especial, e não de outro, e se esse encontro for realmente possível, será que devemos questionar Giacomo Girolamo Casanova? Ele viveu há quase três séculos, mas pode se dizer que não só amou demais a todas as pessoas com as quais se envolveu como nos deixou uma grande lição, não se vive duas vezes, mas pode se amar muito nesse intervalo, seja a sua pessoa especial, com todos os custos inerentes a relação, ou a quem se dispuser ao segundo pensamento de Nelson Rodrigues: A mulher pode trair o marido; o amante, jamais! 






[1] A teoria do gene egoísta é uma teoria científica de foco evolutivo, ultradarwiniano e genecêntrico. Ela tenta explicar a evolução biológica através de uma perspectiva gênica, remontando à origem da vida e tentando mostrar como certas moléculas replicadoras (ancestrais dos genes) poderiam ter evoluído de modo a formar as primeiras células e, a partir daí, todos os seres vivos existentes hoje. Vale notar que tal teoria toca também em questões filosóficas ao tentar explicar o problema profundo de nossa existência e sugerir que todo e qualquer organismo vivo consiste simplesmente em sofisticadas máquinas-de-sobrevivência, eficientemente moldadas pelo processo de evolução darwiniana para promover a replicação dos genes nelas contidos. Seremos nós apenas sacos envoltórios para permitir a replicação de nossos genes? Será que acordaremos e dormiremos e comeremos e faremos sexo apenas para permitir que os nossos genes passem para a próxima geração? Seremos mesmo controlados por eles?


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