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O IMPACTO DA TEORIA DA EVOLUÇÃO NO MUNDO RELIGIOSO

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Por David da Costa Coelho
A teoria da [1]evolução de Charles Darwin no mundo atual ainda gera conflitos tão impactantes quanto os ocorridos na Inglaterra vitoriana do século XIX. Embora a mesma possua muitos erros e acertos devido às respostas dadas pela ciência contemporânea, e que ele não conhecia na época em que publicou seu livro; a primazia de seu trabalho não só mudou a forma de vermos a raça humana, como também propiciou explicações para um numero quase infindável de novas teorias e preconceitos que viriam a seguir. Mas de todas as contribuições tangíveis da teoria, a mais impactante e atual é a meritocracia – uma invenção chinesa do período de sua unificação há 2300 anos, mas que caiu como uma luva explicativa dentro da teoria evolutiva e liberal - com ela se justifica porque determinadas classes de nobres, governantes e pessoas são bem sucedidas, e outras não, evidente que se exclui do contexto as passagens históricas que levaram esses grupos de seres humanos bem sucedidos alcançarem essa posição, pois no caso, só o mérito interessa...

 A teoria, como dito anteriormente, é complexa, tem grandes defensores do lado da ciência e uma ferrenha resistência a sua aceitação em muitas partes do globo, principalmente por entidades religiosas que perderam a primazia de serem representantes do Deus [2]criador de todas as coisas. Não que isso seja novidade porque todos os povos da terra têm a sua lenda de criação por suas divindades especificas, mas como o cristianismo é a religião primordial do ocidente, bem como suas facções protestantes, são delas as mais claras disputas em defender o criacionismo como a verdadeira origem da humanidade, segundo seu conto de fadas particular. O fato de os [3]índios do Brasil, ou os aborígenes da [4]Austrália terem uma versão diferente, ou os deuses [5]nórdicos, [6]gregos, e afins, isso nem se fala, pois seria blasfêmia...

Coube a Charles Darwin modificar esse conceito e tornar o mundo de outrora, tão seguro e religioso, numa espécie de purgatório de conflitos científicos e divinos, discutidos até hoje por especialistas de diferentes áreas, algumas tão insólitas como economistas neoliberais que defendem o capitalismo predatório que vem literalmente destruindo os principais ecossistemas do planeta. Para estes, a desculpa de que é para o bem das pessoas e gerar emprego, em nenhum momento modifica sua real intenção, punir as classes menos favorecidas, tidas como um empecilho evolutivo, e que, portanto deve seguir o curso natural da evolução, a extinção. Quando politicas econômicas são voltadas para esses grupos, logo aquelas classes descritas na meritocracia surgem para contestar essa ajuda aos desqualificados da evolução, o que na opinião deles, é apenas um desperdício de recursos e privilegio a seres humanos desqualificados e preguiçosos...

No contexto do cristianismo, a teoria de que os seres humanos tinham um parentesco em comum com os macacos, e não mais feito à imagem e semelhança de deus, fez com que as pessoas tratassem Darwin e seus defensores, muito pior do que já faziam com Judas, o suposto traidor de Jesus; esquecendo o contexto religioso de que o próprio sabia de tudo com antecedência, e mesmo assim deixou que ocorresse, para que a ‘profecia’ se cumprisse. Evidente que os defensores do evolucionismo contra-atacaram com força total, porque a primazia da teoria era fazer as pessoas pensarem e questionar os dogmas obscuros de milhares de anos de imposição religiosa. E nesse campo os céticos, agnósticos e ateus, depois de séculos lutando uma guerra ideológica sem um líder máximo, de repente foram presenteados com um ícone que não só respondia suas duvidas, como também colocava as divindades obrigatória até então em seu devido lugar; a ficção religiosa.

Se nos séculos anteriores isso fez as pessoas sofrerem por serem confrontadas em seus credos. Ainda hoje isso gera muito conflito. Uma de minhas melhores amigas é pedagoga de uma escola onde leciono. Durante o curso na faculdade, ao ser informada sobre as teorias de Darwin, e ter a matéria obrigatória como parte do curso que fazia na época, chorou de raiva porque desde criança foi criada no evangelho, e tudo o mais que isso representa. Não só questionava a matéria que precisava para se graduar, como também não aceitava a inserção obrigatória da mesma. Ela tem duas graduações, mas optou pela pedagogia porque biologia a colocaria sempre em contato com a teoria da evolução. Nas aulas que damos ao iniciar o 6º ano, a teoria da evolução esta entre as primeiras coisas que os alunos são levados a conhecer porque passamos pela origem do homem e a pré-história. Se pessoas adultas padecem desse conflito entre ciência e fé, são muito pior nestes alunos juvenis, muitos deles doutrinados desde a infância pela religião católica e protestante. Condicionados desde crianças a dizer graças a deus por tudo que ocorre em suas vidas.

No caso de Darwin estar certo em alguns aspectos de sua teoria, e errado em outras, de acordo com novas evidencias da origem da vida, a exemplo a panspermia, ou uma suposta origem da humanidade através de alienígenas denominados Anunnakis, elas não o desqualificam como um dos maiores cientistas do planeta, que fez a historia humana mais rica e elegante. O fato de receber o ódio de fundamentalistas religiosos, ou pessoas que são incapazes de contextualizar o mundo religioso e o cientifico, só confirma uma coisa imutável, ele conseguiu deixar a origem da vida menos medíocre...



[1] Em oposição ao criacionismo, a teoria evolucionista parte do princípio de que o homem é o resultado de um lento processo de alterações (mudanças). Esta é a ideia central da evolução: os seres vivos (vegetais e animais, incluindo os seres humanos) se originaram de seres mais simples, que foram se modificando ao longo do tempo. Essa teoria, formulada na segunda metade do século XIX pelo cientista inglês Charles Darwin, tem sido aperfeiçoada pelos pesquisadores e hoje é aceita pela maioria dos cientistas.

[2] O criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo, onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador; A bíblia  relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem. E no sétimo ele descansou.

[3] Mitologia guarani refere-se às crenças do povo tupi-guarani da porção centro-sul da América do Sul, especialmente os povos nativos do Paraguai e parte da Argentina, Brasil e Bolívia. A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Araci, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento. Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu. Nhanderuvuçú (Tupã) é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros que habitavam as terras tupiniquins atualmente chamadas Brasil. Nhanderuvuçú não tem forma humana a chamada forma antropomórfica, é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe mesmo antes de existir o Universo. A única realidade que sempre existiu, existe e existirá para sempre é a energia a qual os índios brasileiros identificam como Nhanderuvuçú.

[4] A narração da Criação dos Aborígenes da Austrália, o tempo do Sonho, está ainda muito presente na sua cultura, na sua religião e no seu modo de vida. O tempo do Sonho começou quando o Criador de todas as coisas, de nome Baiame, acordou a Mãe-Sol. Quando esta abriu os olhos, uma doce luz inundou a Terra. O Criador enviou a Mãe-Sol para a Terra, uma planície estéril, para que ela aí despertasse os Antepassados.  À passagem da Mãe as plantas começaram a nascer. Uma vez acordados os Antepassados, também chamados Espíritos, começou verdadeiramente a criação da Austrália, das suas paisagens e da sua fauna. Estes Antepassa dos viveram inúmeras aventuras e combateram estranhas criaturas. Cada nova peripécia modificava a paisagem. Por exemplo, as pessoas ou os animais que cometiam atos proibidos eram punidos pela serpente Arco-Íris, que os afogava, criando assim baías e rios. Depois, atirava os seus ossos para formar rochedos e colinas. Deste modo, nos locais de passagem dos Antepassados foram criados a fauna, a flora e o relevo do continente australiano. Todas as histórias destes espíritos criadores, diferentes de uma região para a outra, constituem os «sonhos» que fundam a cultura aborígene e continuam a ser transmitidos de geração em geração. É assim que o tempo do Sonho se perpetua na Austrália há milhares de anos.


[5] A CRIAÇÃO: No princípio só existia um grande abismo vazio chamado “GINNUNGAGAP” e “YGGDRASIL”, a árvore cósmica que sustenta os mundos. Nas raízes desta árvore havia dois grandes reinos, um de fogo chamado MUSPELL, e outro de escuridão e névoa chamado NIFELHEIM. Entre os dois reinos estava HVERGELMIR, um grande caldeirão com água borbulhante que alimentava as águas dos doze grandes rios que flutuavam sobre o grande abismo vazio “GINNUNGAGAP” e que, ao precipitar-se nele, formavam blocos gigantes de gelo (este é o “caos” original de todas as religiões primitivas).  No amanhecer da existência, chamas de fogo do reino de MUSPELL caem sobre os blocos de gelo, formando gigantescas nuvens de vapor que surgem do grande abismo, formando os elementos, o espaço, um grande oceano e a terra, no princípio gelada (vemos aqui o fogo fecundando as águas, origem de mundos, bestas, homens e Deuses). Então, vem à criação da vaca “AUDHUMLA” (a Mãe Espaço). Ela começa a lamber e a derreter o gelo e liberta dele o gigante BUR, e das gotas de gelo derretido forma-se o gigante de gelo YMIR (os divinos hermafroditas, que surgem do absoluto na aurora da criação), aos quais ela alimenta com quatro rios de leite que surgem dos seus peitos.
Surgem os mundos sustentados pela árvore sagrada YGGDRASIL, a árvore da vida que sustenta os nove mundos (dimensões superiores), a MIDGARD (terra dos homens ou mundo físico), e o NILFLHEIM (as infra dimensões). Estes mundos se sustentavam sobre seus ramos e três de suas raízes os comunicavam. Eis aqui a árvore da Kabala com seus Sephirotes e os Kliphos. Da união de BOR (irmão de BUR) com um gigante surgem os Deuses à existência. Os primeiros Deuses são ODÍN, VILI e VE.
A partir daqui há duas versões: Uma diz que o gigante YMIR dorme, e das gotas de suor do seu braço esquerdo nasce o primeiro casal humano ASK e EMBLA (Adão e Eva). Mas o gigante YMIR leva em si mesmo as sementes do mal (o Ego) e seus outros descendentes serão “os gigantes de gelo”, encarnação do mal, do Ego, da caída angélica, estabelecendo-se, a partir deste momento, uma luta mortal entre os Deuses e os gigantes de gelo, que será o centro de toda a épica nórdica até o terrível desenlace final em RAGNAROK.
A outra versão diz que Odín, Vili e Ve matam o gigante de gelo Ymir e criam a terra como relata o “Vafprúonismál” (os relatos de Vafthrudnir):  Da carne de Ymir a terra foi criada, e de seus ossos, as rochas, a abóbada do céu foi feita com o crânio do gigante de gelo, e o mar formou-se com seu sangue. E a seguir criam o primeiro casal humano de um pedaço de madeira. Odín, com seu alento, deu-lhes a vida, Ve deu-lhes os sentidos, e Vili deu-lhes a inteligência.http://www.vopus.org/pt/gnose/antropologia-gnostica/a-mitologia-nordica.html


[6] Os gregos da antiguidade acreditavam que Prometeu e Epimeteu, dois Titãs, cansados do marasmo do Mundo e do Olimpo, resolveram pedir permissão a Zeus, o rei dos deuses, para criarem seres mortais. Zeus inicialmente não gostou muito da ideia, mas Prometeu argumentou que se algo saísse errado, não havia com o que se preocupar, afinal seriam seres mortais e logo que morressem acabaria o problema. Zeus então autoriza Prometeu e Epimeteu de criarem os mortais.
Prometeu ficou responsável em criar um ser que seria a imagens e semelhança dos deuses, o homem. Epimeteu ficou responsável em criar outros seres.
Epimeteu então cria vários animais, e para cada um deu uma virtude, uma habilidade que os permitia manter a sobrevivência.
Os animais de pequena estatura, Epimeteu compensava com a velocidade, ou com capacidade de se esconder, camuflar. Os animais maiores, apesar de não serem tão ágeis, tinham a força. Em fim alguns Epimeteu deu asas, garras, a capacidade de viver nas águas, mas todos tinham algo que os ajudavam a se manterem vivos na natureza.
Quando prometeu foi criar o homem, ajuntou um pouco de argila e o fez semelhante aos deuses do Olimpo, entretanto, quando foi lhe dar alguma virtude ou habilidade, percebeu que Epimeteu havia gastado todas com os animais, e nada sobrou para o homem. Prometeu ficou furioso com Epimeteu, pois agora o homem ficaria vulnerável aos outros seres, pois ele nasceria indefeso, sem nenhuma habilidade que o ajudasse a sobreviver.
Prometeu para tentar reparar o erro de Epimeteu, teve que dar ao homem uma habilidade extremamente perigosa e que não deveria ser dada: a astúcia. Alem disso, Prometeu foi ao Olimpo e de lá roubou o fogo e deu ao homem. Este fogo não apenas ajudaria o homem a sobreviver, mas este fogo representava a luz, ou seja, o conhecimento, a sabedoria. Juntando a astucia, e a sabedoria, o homem se tornou capaz da fazer tudo aquilo que fosse necessário para a sua sobrevivência, e isto o tornava muito diferente dos outros mortais, já que essas habilidades dava ao homem o completo domínios sobre os demais seres mortais.
Zeus ao descobrir o que Prometeu havia feito, ficou extremamente furioso e deu um severo castigo a Prometeu. O condenou a passar a eternidade preso sobre correntes, e durante o dia, um ave comeria todo seu ventre. Durante a noite, por ser imortal, Prometeu se regenerava, e pela manhã a ave retornava para mais uma vez alimentar-se do seu ventre.
Quanto a Epimeteu, Zeus sabendo da sua simplicidade, resolveu engana-lo. Zeus criou Pandora, uma deusa que foi presenteada por uma habilidade de cada deus do Olimpo, que seria responsável em carregar uma caixa, que tinha uma maldição deixada por cada deus o Olimpo. Pandora deveria seduzir Epimeteu e então fazê-lo abrir caixa entre os homens. Epimeteu ao ver pandora logo se apaixona e casa-se com ela, então a caixa de Pandora é aberta e varias maldições passar a existir entre os homens. A partir deste momento, o homem foi condenado a viver com a dor, sofrimento, medo, ira, ganância, dentre varias outras maldições.
Pandora percebendo o que havia acontecido, resolveu ajudar os homens dando uma só virtude que o ajudaria a sobreviver em meio a tantas maldições que ela mesma ajudou a libertar: a Esperança. Com a esperança, apesar da dor, sofrimento, medo, o homem conseguiria manter-se vivo.
http://www.descobrindohistoria.com.br/2012/10/mitologia-grega-criacao-do-homem.html



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