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GÁS DE XISTO, FRACKING: O FIM DO PARANÁ E VIZINHOS...

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Por David da Costa Coelho

Um velho ditado de minha profissão - História– afirma que aquele que não conhece o passado da humanidade, esta condenado a repeti-lo, e em alguns casos, ser engolido por ele; através de nova roupagem do que agora se faz ‘novo’. Pois infelizmente é isso o que vem ocorrendo nos EUA, Argentina, China, e em breve no Brasil, principalmente no sul do País, onde se encontram as nossas maiores reservas de [1]xisto... Que podem colocar a nação como uma superpotência econômica também nesta área. Bom, essa é a boa noticia... A má, conspiratória e terrível para aqueles que vivem da agricultura, fruticultura e criação de animais para consumo próprio, venda em território nacional ou exportação, é que uma vez iniciada a produção desse gás nos estados em questão; essas atividades que geram emprego para milhões de pessoas, estarão com os dias contados...
 Para terem uma ideia do que nos espera caso se engula essa trolha passivamente, como aconteceu nos EUA, e Argentina, e só agora eles começaram os movimentos e passeatas com personalidades hollywoodianas da mídia, artistas e ambientalistas, depois que a vaca foi pro brejo... Basta assistir nas notas de rodapé o programa cidades e soluções sobre o gás de [2]xisto nos EUA, ou a Guerra do Fracking na [3]Argentina. É claro que há documentários mais densos sobre o tema, mas esses estão resumidos e mostram em detalhes as coisas macabras que nos aguardam...
Uma delicia de falcatruas contra o cidadão pobre e sem advogados para ricaços, que os livrem das corporações canalhas, que fazem o que desejam no estado mais fascista do mundo, os EUA; onde as megaempresas bancam os políticos em suas campanhas, e com isso enganam o povo que vota neles pela propaganda. Só que uma vez eleitos, como sempre, atuarão em favor das corporações que os bancaram. Assim eles mudam a lei de acordo com as ações e trilhões que irão faturar, mesmo que isso destrua a agua, as fazendas e a vida de milhões de pessoas. No capitalismo insano, o lucro não mede consequências. Apenas povo informado e consciente, com governantes honestos e patriotas é que poderia mudar isso, um sonho de natal impossível... Aqui no Brasil isso não é diferente, nossos políticos – de todos os partidos - tem o mesmo DNAdos irmãos do norte, só que é na base do jeitinho. E se nada for feito, com todas as informações históricas disponíveis, o filme se repetira também entre nós...
Bom, a região da argentina onde se iniciou a extração através do [4]Fracking, era o lar de milhares de pessoas, que exportavam cereais e frutas lindas e suculentas para diversos países da Europa e do mundo, além disso, a famosa carne argentina ali produzida tinha o mesmo destino. Mas aí, através do processo nefasto de extração de gás e derivados usando o Fracking, o lençol freático ficou contaminado. As terras ao redor seguiram o mesmo caminho, e as pessoas, para não morrerem envenenadas - assim como ocorreu com seus animais de criação e das florestas ao redor com as aguas dos rios e lagos ao redor – são obrigadas a comprar agua de carros pipas e de outras localidades mais limpas. Não esquecendo também as doenças que devastaram as pessoas antes deles descobrirem o crime ambiental e correrem atrás do prejuízo.
A segunda parte do problema deles veio na parte mais dolorosa do corpo, o bolso. Os moradores locais e países que compravam as frutas, cereais e carnes daquela parte da argentina, simplesmente não fazem mais isso porque contaminados como estavam podia fazer mal a população que comece tais coisas. De uma hora para outra, milhares de fazendeiros estavam vivendo sua crise mundial em escala nacional. Em resumo, ficaram sem emprego, doentes, sem ter como sobreviver em suas antigas propriedades, e dependentes do governo. Como sabemos, a argentina não vai muito bem economicamente porque foi devassada pelos governos corruptos e entreguistas do patrimônio publico. E o pior, as companhias que fizeram tudo isso na província do documentário, a [5]YPF e a Chevron, além de não pagarem por seus crimes amplos, ainda obtiveram subsidio do governo, algo na casa de 10 bilhões de dólares, e quem pagou por isso foi o povo, com aumento do gás e combustíveis, na casa de 40%.
Se fosse só isso, o mesmo já vem ocorrendo nos EUA, mas no nosso caso é pior. Existe um aquífero gigantesco chamado Guaraní, com reserva de agua doce estimada em 500 anos. Ele cobre o Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil, sendo que nos cabe a maior parte dele porque pega do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas, SP, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  A extração do gás de xisto, como podem ver na nota de rodapé, contamina além da terra, as aguas subterrâneas com materiais químicos e radioativos.  A triste noticia é que no lado argentino, como gotas de soro pingando na corrente sanguínea de um paciente em coma, já esta ocorrendo, e se nada for feito, o Paraná também será inundado de companhias de extração desse gás; usando os mesmos produtos, e causando o maior crime ambiental e humano da história do Brasil, e quiçá do mundo. Não só isso, pois além do aquífero, perderemos um dos maiores celeiros de grãos, frutas, carnes e seres vivos de nosso bioma.
O Fracking é proibido na maioria dos países da Europa por razões obvias, mas onde ele é permitido, corporações do petróleo e química, enviarão seus empresários, e ali, farão o que sempre fazem; muito bem descrito no documentário A CORPORAÇÃO. Manipular, enganar, subornar, poluir e levar os lucros a seus países de origem. Se nós, latino-americanos não nos unirmos através do conhecimento e lutas por um futuro sem as mazelas descritas, mais uma vez, a história nefasta da raça humana se repetirá...








[1] O xisto é uma camada de rocha sedimentar, originada sob temperaturas e pressões elevadas, contendo matéria orgânica disseminada em seu meio mineral. Consiste numa fonte energética não renovável. É um tipo de rocha encontrada na natureza em duas formas diferentes:
o betuminoso e o pirobetuminoso, ambos são ricos em betume. As características de cada um são:
 Xisto Pirobetuminoso – A matéria orgânica (querogênio), que depois será transformada em betume, é sólida à temperatura ambiente, o betume é obtido através do aquecimento da rocha.
Xisto Betuminoso – são hidrocarbonetos (substâncias constituídas de hidrogênio e carbono) que aparecem em rochas sedimentares. A matéria orgânica (betume) disseminada em seu meio é quase fluída, sendo facilmente extraída. O óleo do xisto refinado é idêntico ao petróleo de poço, sendo um combustível muito valorizado. Para a obtenção desse óleo é necessária a extração do betume existente na rocha. Atualmente, os Estados Unidos possui a maior reserva mundial de xisto, seguido pelo Brasil, Estônia, China e Rússia.
http://www.brasilescola.com/geografia/xisto-betuminoso.htm

[2] ENERGIA À GÁS DE XISTO E SUAS QUESTÕES AMBIENTAIS:
Exploração de nova forma de energia à gás de xisto traz à tona questões ambientais. Programa Cidades e Soluções, da Globonews.

[3] HD - LA GUERRA DEL FRACKING de PINO SOLANAS:
A Guerra dos fracking é o sétimo documentário  de Pino Solanas sobre a Argentina contemporânea. Através de uma viagem de campo para o Vaca Muerta, em Neuquén, com os pesquisadores e especialistas Félix Herrero e Maristella Svampa,  revelam depoimentos de moradores e especialistas sobre os efeitos poluentes do óleo e gás obtido, no novo processo não convencional de coletada de gás. O Fracking destrói a água subterrânea com centenas de substâncias químicas nocivas, e as terras ao redor por poluição. Nos EUA estão causando os maiores danos ambientais, com protesto das populações afetadas e milhares de artistas, cientistas e intelectuais. Nas províncias argentinas, dezenas de municípios já proibiram a instalação desses poços. No entanto, a YPF assinou um acordo de exploração por 35 anos, em conjunto com a Chevron americana naquela região, e através de politicas de marketing e compra de políticos, busca obter novas áreas de exploração, sem, contudo indenizar e nem arcar com as consequências sócias, politicas e humanas... 

[4] A fratura hidráulica, também chamada de fracking, é uma prática que está sendo muito utilizada por companhias de petróleo e gás para aumentar suas produções, e vem gerando bastante polêmica. Este tipo de extração agride gravemente o meio ambiente por se tratar um processo que consiste na perfuração e injeção de fluídos químicos no solo para elevar a pressão, fazendo com que haja fratura das rochas e a liberação do gás natural. Nos fluídos usados existem cerca de 600 produtos tóxicos, incluindo agentes cancerígenos. Cada poço pode ser fraturado até 18 vezes e são necessários de 400 a 600 caminhões tanque de água para cada operação. O fluído que é usado é deixado a céu aberto para evaporar, tornando o ar contaminado e contribuindo para o surgimento de chuvas ácidas.
Durante o processo as águas subterrâneas próximas, usadas para abastecer cidades da região, também ficam poluídas. Houve mais de mil casos de contaminação próximos a área de perfuração. A exploração do gás é muito comum nos EUA com mais de 500 mil poços ativos. As toxinas que vazam durante o processo estão causando a morte de diversas espécies aquáticas, pois prejudicam a qualidade da água, fazendo com que ela esteja mais ácida, desenvolvendo graves lesões nos peixes. Este processo de extração está sendo fortemente questionado por um grupo de ambientalistas e sociedade civil que querem a suspensão imediata desta prática. Um estudo publicado recentemente afirma ainda que o fracking pode estar ligado à presença de terremotos. Conforme a pesquisa, pelo menos 109 terremotos foram registrados no estado de Ohio, em um período de 14 meses.  Os fenômenos teriam começado após 13 dias do início das fraturas hidráulicas na região.
http://www.docol.com.br/planetaagua/sustentabilidade/fracking-o-que-e-e-quais-suas-consequencias/

[5] Dante Ragazzi Pauli, Presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes): “A produção do gás e do petróleo de xisto é bastante perigosa, e o processo de fraturamento das rochas não é seguro. Injetam-se produtos químicos que podem contaminar os nossos rios e lagos, ameaçar a fauna e a flora. Nós temos o exemplo, na Argentina e no Texas (EUA), de mortandade de animais, de água da torneira pegando fogo.”

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